terça-feira, 19 de junho de 2012

Um número judeu


O relatos de Max Wachaman Schanzer;  judeu sobrevivente da guerra mundia, causou, arrepios no braço e lágrimas sufocadas.O holocausto ocorreu há 75 anos e é uma história que causou perplexidade  e faz pensar sobre a dimensão ética do acontecimento.
 Judeu polonês, tinha 11 anos quando a guerra chegou em sua cidade. Os nazistas obrigaram sua família a ir para um gueto: um local feito para cinco mil pessoas, mas as tropas amontoaram 40 mil. Um pedaço de pão e a sopa aguada era a única refeição do dia. Os pais foram mandados para a câmara de gás e ele, para um campo de concentração para fazer trabalho escravo: ajudava a fabricar armas que depois eram utilizadas contra o seu povo.  No inverno, a temperatura chegava a 26 graus negativos.  “. Trabalhava quatorze horas por dia o menino que os nazistas amputaram o nome. Mas não tinha direito a uma denominação. Era só o numero 25.861. E quando disse isso aos alunos, a voz tremeu.
Max passou por três campos de concentração.

Seu nome: Max Wachsmann Schanzer
 ------------" No dia primeiro de setembro de 1939 estourou a 2ª Grande Guerra Mundial. A Alemanha declarou guerra e invadiu a Polônia. Eu tinha 11 anos. A cidade, Jaworzno, ficava na fronteira da Alemanha e foi a primeira a ser atacada e ocupada pelo exército alemão.
Em 29 de setembro, quase um mês de guerra, a Polônia capitulou para os alemães. Nós judeus fomos obrigados a fazer trabalho forçado. Nossos bens foram confiscados e a comida foi racionada.

--------------Em 1941 fomos confinados no Gueto Shredlice, na Polônia. Fomos levados em vagões de gado, somente com a roupa do corpo e nos obrigaram a usar a estrela de David na camisa para sermos  identificados como Judeus.

-----------   Nós trabalhávamos na fábrica em condições sub-humanas, miseráveis. A comida, racionada, era um pedaço de pão e uma sopa aguada por dia. Muitos morriam de fome, sede e de doenças.

------------Meus pais e minha irmã de 5 anos foram transportados,  em vagões de gado, para o campo de extermínio de Auschwitz , que ficava há apenas 50 quilômetros da nossa cidade natal e lá chegados, foram levados diretamente para a morte por envenamento nas câmaras de gás.

------------Eu fui levado para o campo de trabalho escravo na cidade de Markstaet,  na Alemanha. Foi alojado em galpão de madeira. Fazía trabalho forçado, fazendo covas para canos de água encanada de 6 metros de profundidade, para a fábrica de armamentos da firma Krup.Isto no inverno, com frio de até 25 graus negativos.

----------------De fato, não sei como eu sobrevivi, porque muitos morreram a tanto frio, pelas péssimas condições de nutrição e vestimenta e trabalho forçado de pelo menos 14 horas por dia.

---------Os alojamentos não tinham calefação e as camas eram beliches de 3 andares, uma fábrica de escravos.
Neste momento eu não era mais chamado pelo meu nome, e sim pelo número que me deram: 25861.

---------No início do ano de 1944 me levaram para o campo de concentração Finfteichen,  Alemanha. Neste campo tudo era mais rigoroso. Trabalhei na fabrica de tanques e armamentos da Krup, na parte externa. Éramos vigiados pela policia nazista “SS Totenkopf” (caveira), (Esquadrão de matança da Gestapo, Comando de Homicídios), que era uma corporação dirigida diretamente pelo general Himler, um dos nazistas mais cruéis e facínoras.

Estes soldados da SS eram na maior parte Ucranianos ou Lituanos. Eles eram tão brutais, que se um dia  não matavam alguém, não ficavam satisfeitos, era algo insano.

-----------No inicio de 1945, a Alemanha estava perdendo a guerra, e foi invadida dos dois lados: ao leste pelos Russos e do lado oeste pelos Americanos e aliados.

---------Para não deixar vestígios das terríveis barbaridades que as SS fizeram conosco, estes resolveram fugir e nos levaram junto. Era um inverno muito rigoroso de baixa temperatura. Tivemos que andar dia e noite, sem comida e controlados pelos guardas da SS.

----------Foi a marcha da morte. No caminho, quem não conseguiu caminhar foi fuzilado a tiros pelos guardas  SS. Nós, que ao sair do campo éramos 500 prisioneiros, quando voltamos ao campo de Goerlitz somente sobraram 80 pessoas.

----------Porém, os alemães não se renderam e os russos bombardearam e destruíram quase toda cidade. Eu me escondi dentro de um bunker, onde havia também prisioneiros de guerra poloneses e franceses, e me salvei.

----------No dia 7 de maio foi assinada a rendição dos alemães. Os  guardas  SS, fugiram do campo para não serem presos e nós fomos libertados pelo exercito russo.Acabou a guerra e então eu tive que procurar uma nova vida. Estava com 17 anos. Tive diversas doenças como tifo e inicio de tuberculose. 

-----------Eu me mudei definitivamente para Porto Alegre em agosto de 1954.  Casei e tive três filhos:
Helena, Dora e Sergio e tenho dois netos, Pedro e Leandro   e vivo feliz neste belo país BRASIL, que me acolheu com seu clima tropical e com paz.

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