sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A Independência verdadeira

Pertinho da Independência do Brasil, retirei da biblioteca pública um livro que circunstancialmente, se revelou uma surpresa. Na fluida narrativa de Laurentino Gomes leio a real situação da Proclamação da Independência, muito mais prosaica e brasileira do que o contexto glamorouso com o qual estamos acostumados nos livros de História. E muito mais divertida também. Literalmente, morri de rir com as cenas que se desenrolaram nas páginas e ao contar aos meus colegas, gargalhadas corriam soltas. A princípio, ninguém acredita que tenha sido realmente assim. Mas eu sempre digo que a realidade tem mais cenas de ficção do que jamais a ficção teria.
Então para enfatizar, o livro foi baseado em um trabalho de pesquisa sério, cujo trabalho é corroborado por cartas trocadas na época, em 1822.
Dom Pedro I fez a independencia com apenas 23 anos. No dia da proclamação, a natureza fisiológica do regente foi mais forte do que a vontade de liberdade. Antes de dar o brado da absolvição, o nobre passou por poucas e boas. Uma dor de barriga o dominava durante todo o caminho. Ao que tudo indica, o principe estaria com diarreia e durante o trecho ate as margens do Ipiranga, teve que se esgueirar várias vezes pela relva, para "prover-se" dos matagais. Em dado momento, parou em um estábulo onde foi acudido por uma dona de casa que lhe fez um chá que lhe acalmou o estômago. Então ele, um padre, um maçom, e alguns criados percorreram a colina do Ipiranga. Dom Pedro possuia uma egua gateada em vez daquele cavalo soberbo e branco ao qual estamos acostumados visualizar nas pinturas épicas. A mula não tinha nenhum charme, porém forte e confiável, bastante boa para subir a ladeira que deixava a todos atordoados.
O grupo de tropeiro era muito jovem, a maioria tinha 23, 24 anos. Próximo ao rio Ipiranga, chegaram notícias de Portugal: de que o princípe deveria voltar porque ele não era mais regente, e sim um mero "delegado". Os portugueses, indignados com o jovem rebelde e abrasileirado, tiraram dele os poderes que antes lhe delegaram. O rapazinho deveria voltar a Europa e se educar e não ficar por aí esperneando pela independencia.
Dom Pedro, irritado com a petulância, perguntou ao padre Belchior:
- E agora padre?
O padre respondeu prontamente:
- Declara a independência, alteza!
(Foi com outras palavras, mas quase isso)
Dom Pedro caminhou alguns passos, de repente estacou no meio da estrada e proclamou o Brasil separado de Portugal. Não houve o grito Independência ou Morte. O famoso brado só aconteceu mais tarde e consta na historia como "segundo brado do Ipiranga'. Aconteceu minutos depois do primeiro. Com voz forte, Dom Pedro declara: Independência ou Morte!
E depois disso o Brasil precisou pegar dinheiro emprestado dos outros países para se equipar com armas, cavalos, navios a fim de enfrentar Portugal. Eis a origem da nossa dívida externa. Brasil, um país que nasceu falido! Não faliu porque com 200 milhões de brasileiros, conseguiu dinheiro suficiente para bancar os 76 impostos que vigoram na pátria em que Dom João (pai de Dom Pedro), raspou os cofres ao voltar para a Europa. Não faliu porque tem gente que aposta que nossa pátria de chuteiras pode corcovear no segundo tempo. Não faliu porque somos brasileiros e não desistimos nunca (segundo Lula)....
E ainda assim podemos dar certo. Temos o jeitinho...

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