sexta-feira, 27 de julho de 2012

A vida é um brinquedo da morte


O que é que a vida é? A vida é uma menina ingênua que não sabe que não tem vontade própria. Cheia de manias, ela pensa que escolhe e se acha dona de si. Se julga grandona.


 Como sou importante nesse mundo. A vida não percebe que ela é só um brinquedo da morte. A morte, essa sim a grande mãe, matrona do Universo, finge que dá o poder à vida. Na verdade ela dá corda. Ela diz assim: “corre, corre mais um pouco. Eu te dou uma vantagem, pode sair acelerado que ainda assim eu te pego”. E quando a gente acha que ta ganhando todas as corridas, vem a morte e tasca a vida da gente.  A morte é a grande vitoriosa.  A morte é o Michael Schumacher  - e mesmo o maior vencedor da história da Fórmula 1, um dia será engolido pela morte. Desde o nascimento esse é o nosso destino. “A morte brinca um pouco com sua presa antes de comê-la”, disse o filósofo Arthur Schopenhauer.
Na  maca do IML sábado de manhã, quatro corpos. Três de adultos de um lado, o da menina de 8 anos, na outra maca. Sozinha.  O rosto sereno, a tez tranquila. O braço estendido para o lado. Eduarda. Eu a olhei e comecei a chorar, embora os corpos adultos estivessem machucados. Eduarda era magrinha. Sabe a criança quando dorme com a feição relaxada depois de um dia cheio de brincadeiras? Era assim que Eduarda estava. A boca dela não estava contraída, era mais ou menos daquela forma que Da Vinci pintou o quadro da Mona Lisa. Não está sorrindo, nem triste, nem nada, mas você sente por intuição que ela podia estar pensando algo que lhe desse satisfação. Talvez uma travessura, talvez as férias que iriam chegar. Eduarda ficaria uma semana longe de sua casa, porque como no Natal a família não tirou folga, esta seria a chance.  A morte interrompeu Eduarda enquanto ela sonhava. Ao que parece, na posição da maca do IML, ela estava dormindo quando o acidente aconteceu. Ela morreu num veículo Gol. Mas o gol foi da morte.  Eu perguntei as pessoas que lidam com a morte dentro do IML como elas reagem a esse tipo de episódio. Elas disseram que quando é criança, sempre comove.
A família das vítimas estava fora do IML, esperando a liberação dos corpos. Me perguntaram se eu os vi. Eu fui lacônica, disse que sim e só isso. Como é que eu iria dizer que não eram as lesões e os machucados que me fizeram lacrimejar? Na verdade, foi o contrário disso, a serenidade de Eduarda, sem nenhuma lesão aparente. Eu pelo menos não vi.  Eu acho que a morte quis protegê-la ali nesse instante. O futuro dela foi interrompido, mas ela não precisava ser destroçada por uma carreta que aparece mortífera na curva da morte. É assim que o local em que ela morreu é chamado em Pouso Novo. Curva da Morte. Eduarda morreu na curva porque a morte é uma gulosa.
Vivemos inconscientes e desatentos. Schopenhauer diz que nossa atenção desperta no mesmo instante em que nossa vontade encontra um obstáculo e choca-se contra  ele. Uma carreta foi o obstáculo. Ou talvez o Gol tenha sido o obstáculo da carreta. Quando vi Eduarda ceifada da vida, me dei conta de quão desatentos vivemos. Depois sai do IML e o burburinho do mundo me engoliu: gente que fazia compras, gente que atravessava a rua e algumas quadras adiante, uma multidão eufórica que se juntou para inaugurar algum tipo de estabelecimento. Aí eu vi que a carreta trombou em mim. Eu despertei do sono da vida, mas talvez por duas horas.Porque talvez na segunda-feira, quando esta crônica estiver sendo publicada, eu vou voltar a viver inconsciente. Como se a morte fosse coisa distante. Mas hoje, eu sei que ela está me olhando, sorrateira, planejando o meu futuro. Eduarda me disse isso. 


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Há coisas de que um escritor se regozija profundamente, como quando escreve e ve o fruto de seu pensamento se sacralizar. Recebi um email que me fez bem. Foi minha megasena da sexta-feira. Um email de Los Angeles, de alguem que me leu lá e gostou do que eu disse. Denis.
"Vi o comentário que fizeram da matéria  que tu escreveu titulada A vida é um brinquedo da
morte.  O titulo despertou minha curiosidade e consegui achar a matéria e lê-lá, honestamente à achei  fantástica ao ponto de querer guardar uma copia pra mim. Lamentavelmente isto não foi possível  de fazer e é por isso que estou te escrevendo para ver se queres e se podes me mandar una copia desta ."
 

quinta-feira, 19 de julho de 2012

O crack transforma mãe em zumbi e a mata em sete anos


O Vale encara a maldição da pedra


Os médicos do Hospital Bruno Born se impressionaram com a necrose causada pelo crack no corpo de J. Uma usuária que morreu no sábado, depois de dois meses internada e recebendo tratamento. A perna foi corroída e expôs a artéria. A outra seria amputada. A usuária foi dada como desaparecida em sua cidade de origem na região metropolitana. Foi tratada aqui, mas morreu de infecção generalizada.  O HBB gastou mais de R$ 20 mil com a paciente. O SUS deve cobrir  R$2,5 mil.

Perna de mulher de 28 anos “apodreceu” pelo uso do crack. Após dois meses internada, ela morre com membros necrosados

Lajeado – Usuária de crack há sete anos, J. (paciente não será identificada) morreu sábado no Hospital Bruno Born, depois de permanecer dois meses internada. O caso da dependente impressionou os médicos da instituição que se revezavam para cuidá-la. O uso contínuo do crack levou à necrose em uma perna. O membro apodreceu por causa da vasculite – que é a inflamação dos vasos sanguíneos. “O vaso foi se fechando, deixa de haver fluxo sanguíneo e leva à necrose”, explica o diretor-médico do hospital, Sérgio Marques. A outra perna também seria amputada. A vasculite é muito mais do que um nome estranho. Ela corrói a pele e a lesão deixa exposta a artéria. É uma visão dramática para quem não está acostumado à cena. Depois de ficar preta, a perna que apodreceu foi amputada para conter o avanço da infecção.
Mas a vasculite iniciou-se na outra perna. Como uma gangrena, foi avançando, enegrecendo a pele e acentuando o cheiro forte e as nódoas. Quando a vasculite se espalha pelos dedos, como no caso da pacientes muda de cor variando do roxo ao preto. A dor é excruciante. Os médicos administravam à paciente doses de morfina e anestésicos. Ganhou sessões de fisioterapia. Mas doença evoluiu.

A surpresa dos médicos
J. morreu em decorrência de um quadro de infecção generalizada. “O organismo estava com a imunidade baixa”, explica Sergio.
Além da imunidade baixa e o quadro de infecção, a falta de higiene da paciente pode ter acelerado o processo. O residente Rodrigo Zanatta que acompanhou o caso com os colegas Victor Giostri e Lucas Zuchetto ponderou que a falta de assepsia agravou a situação. “Ela  retirava os curativos, e corria perigo de ela própria infeccionar-se. Armazenava restos de alimentos junto às roupas.”
Esta é a primeira vez que os médicos locais se deparam com uma nova configuração da doença em decorrência do crack. O uso contínuo da droga gera a necrose tóxica. Eles investigaram na literatura médica casos similares a este e encontraram escassas referências.
“Não é que seja algo novo, mas há poucas notificações relacionados à essa complicação”, enfatiza Sergio.
O longo uso do crack pode ter deteriorado a paciente de forma tão “assustadora”. A dependência  ao longo de sete anos tornou o organismo debilitado. Normalmente, os usuários morrem antes por complicações pulmonares ou vítimas da criminalidade.“Apesar da prostituição e do meio em que estava, era uma usuária protegida no grupo dela”,assevera Lucas.


Fotos pelo iPhone
As fotos dos membros da paciente foram tiradas pelo celular do residente Victor.  Eles querem mostrar os riscos do uso. “Esses efeitos não estão descritos na literatura de forma abundante, mas cada vez serão mais freqüentes”, enfatiza Lucas.
A  cocaína pode causar o mesmo problema. O efeito da coca e do crack são similares. Pelo uso, os vasos sanguíneos vão se abrindo e fechando até que cessa o fluxo e causa a necrose. J.era companheira de malabarista de sinaleira. Havia sido dada como desaparecida na zona metropolitana e deixou dois filhos.

O custo de uma morte anunciada
Durante os dois meses em que permaneceu internada no HBB, os médicos forneceram medicamentos, fizeram cirurgia e sessões de fisioterapia. O custo com a paciente atingiu R$ 20.473. O Sistema Único de Saúde  deverá  R$2,5 mil: 10% do que o hospital gastou. O prejuízo da instituição é de 651%.
A apreensão dos médicos se refere ao crescimento das drogas, falta de estrutura das cidades e  o alto custo do tratamento. “Todo mundo perdeu: a família porque os filhos estão sem mãe,a sociedade e também a instituição porque sua internação gerou despesas elevadas”, pondera Lucas.
Apesar de todo envolvimento médico, o caso não teve desfecho favorável porque a droga consome as pessoas.  A estrutura de saúde não é suficiente nem em Lajeado nem em outros municípios para tratar usuários.  A situação exige urgência porque hoje, os serviços são incapazes de dar conta da demanda. O Vale está despreparado para atender o aumento avassalador do crack.
“O hospital tem cinco leitos para dependentes químicos, seriam necessários mais cinco e uma ala exclusiva de atendimento à esses pacientes”, expõe o diretor- médico,Sérgio Marques. Para Rodrigo Zanatta, a educação e a prevenção tem que ser  fortes. “É preciso ir à raiz do problema”.
Os médicos querem apresentar o caso da paciente em congressos clínicos. Quanto mais o debate se ampliar, melhores serão as chances de tratamento e prevenção. “Não é sensacionalismo, o problema é real”, garante Sérgio.

 
  O consumo da pedra no território gaúcho é pulverizado e atinge grandes e pequenas localidades.  No Vale do Taquari, a presença funesta da pedra é registrada  em 19 cidades.

Tomara que o Modigliani continue lá



Em março,  fiz uma matéria que  sei que não agradou a ela. Mas foi um dos textos mais legais que produzi porque a ocasião se revelou uma provocação inusitada. E salutar. O prédio da Educação foi inaugurado na   Borges de Medeiros, uma  rua conhecida por ser ponto de prostitutas “familiares”. São de “família” porque o comércio do corpo é confinado e não escancarado.  Acho que é uma espécie de norma. Regras, por que não? Mesmo elas as possuem.

Agora imagine professoras reunidas pensando a educação de sete mil alunos e no outro ponto, senhorinhas lutando pela sobrevivência com a “arma” mais antiga do mundo.  Não fiz a reportagem por deboche, pelo contrário: amei a diversidade da rua e todo significado social que dela decorreu a partir de então.
 De um lado, um  prédio rebuscado com colunas em alto relevo, capitéis e livros didáticos. Do outro lado, um que abrigava a antiga rodoviária, tão histórico quanto o da Educação, com frontões decorativos e janelinhas no sótão. Olhei para ambas as estruturas e percebi que a história convergia. A educação e a sedução na mesma calçada.
E havia uma mestra no meio do caminho. Uma grande mestra, adepta da escola prazerosa.  A vida que transcorre na calçada da Borges possui dois tipos de instrução. Bem ou mal, há professoras nos dois lados. Mas sim,  havia uma mestra que ficou pelo caminho.
Não é mais para procurá-la ali. “Não me procure para a colheita, estarei semeando”. A frase em sua rede social  revela que a professora Rejane Ewald gosta do cultivo. E isso me faz lhe respeitar.
Quando ingressei pela primeira e única vez no gabinete da então secretária de Educação Rejane Ewald, ali, naquele prédio antigo que se inaugurava enquanto os homens bebiam no bar da frente,  me impressionei com  algo singelo. Elogiei o recinto, as poltronas e todas as coisas novas. Todavia, foram os quadros que me impactaram.  A secretária pendurara nas paredes reproduções de obras de Monet,  Modigliani e Rembrandt.  De alguma forma, as imagens na parede conversaram comigo.  Como se a secretária inconscientemente quisesse inculcar nos alunos públicos a nobreza de se ter cultura. A cultura não é particular. O Modigliani (acho que era um) pendurado lá me segredou: “Eu não sou apenas de quem pode frequentar o Museu do Louvre”. A cultura estava ali mesmo,  entre os prédios, ajudando a construir a educação da calçada.
Sei que a mestra não assimilou satisfatoriamente a matéria que saiu no dia seguinte. Eu não precisava ter falado da prostituição da rua  no dia da inauguração do prédio da Educação. Contudo, orgulhei-me de minha percepção. Uma rua que armazena vidas e projetos, sonhos e desejos não tem do que se envergonhar. É lugar de gente.  Um prédio faz frente ao outro, mas cada um está no seu quadrado. Só a mestra que agora está fora da via. 

Não importa a calçada pelas quais as pessoas transitam, a reprodução da obra de arte no gabinete da secretária Rejane deu o tom da educação, uma vereda que convergiu para leitores e pais presentes.  Ainda bem que tinha essa mestra no meio do caminho. Tomara que o Modigliani continue lá.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Para sair da borda


  
Quem ouve Cortella, não fica vendo a vida da janela.  É uma espécie de Filósofo-Noel. Mario Sergio Cortella em Lajeado, ele veio e era tudo o que eu queria. Melhor que todas as bandas do mundo juntas (lógico, para quem gosta de filosofia). Ele fala sobre a vida miojo que é tão rápida que não da pra cozinhar e manda a gente empolentar a vida. Prá fazer polenta tem de ter paciência, resistência e persistência.



Você já viu ele no Faustão, na Xuxa ou Ana Maria Braga, mas ele frequenta também outras emissoras e tem um programa de rádio.  Cortella utiliza o humor como forma de reflexão. Eu amo ele.  Enquanto as pessoas tem como ídolo Luan Santana e Paula , tenho idolatria por filósofos.  Juro que não fico nervosa com Paulas e Luans, mas me deu uma gagueira quando eu fui entrevistá-lo. Eu tinha medo de falar coisas imbecis. E aí é que eu, ao cumprimenta-lo, falei a coisa mais imbecil que tinha em meio aos autógrafos que ele tava dando. “Seu Cortella, o senhor é o meu Luan Santana”. Ele me olhou e disse: “mas eu não poderia ser uma outra coisa?”. Ele sorriu e voltou aos autógrafos.
Para mim ele é o maior filosofo brasileiro. Quando digo “filósofo”, parece  algo meio sisudo. Cuidado com o óbvio. Cortella diria “cautela”.  “Galileu negou o óbvio e nos tirou do centro do universo. Cuidado com o óbvio”.
 E a gente ri tanto do Cortella, que a gente se esquece da tela. Tela do computador, do monitor do smartphone.  Cortella cultiva uma loucura saudável. Ele acorda às 4h30 da manhã para ouvir Lady Gaga porque seus alunos gostam dela. Ele nem tem carro. Vai aos seminários de ônibus. Cortella, que com sua filosofia tenta deixar o mundo mais engraçado e  convida todos a transbordarem, ultrapassarem as "bordas" impostas. Sair fora da borda. Cortella transborda. Tudo isso é filosofia.
“Alguém que algo não sabe, sabe que não sabe ou se não sabe finge que sabe, continua ignorante. Aquele que sabe que não sabe, e não faz que sabe aquilo que não sabe, não finge e cresce.”
Um adolescente é alguém que ta grávido de si mesmo, ele vai da a luz um novo ele mais adiante”

Você não sabe, mas eu sei. E você sabe tanta coisa que eu não sei. Sorte sua e sorte minha. Juntos, a gente reparte ideias, a gente cresce e não se repete”

“Um ponto de vista é a vista a partir de um ponto”

“Se você não existisse, que falta faria?

domingo, 8 de julho de 2012

Somos o mingau cibernético


Se Descartes se cobriu de glória ao professar: “Penso, logo existo”, vamos descartar a frase em beneficio de algo apropriado: “Posto, logo existo”. “Vim, vi e curti”, que dilema moderno. Trocaremos o “Aqui jaz”, pelo “Off Line”,

Uma frase de Sartre não me sai da cabeça. Ela é verídica: "O homem está só em sua solidão visceral", mas também teria nova roupagem: “O homem está só em sua multidão virtual”.

Há um super ego coletivo, baseado na língua do  C: comentar, compartilhar e curtir, 

O homem continua desejando, perdendo e sofrendo como sempre. Só que dessa vez ele espetaculariza seu sofrimento. Somos o mingau cibernético.

. A internet pode ser graça ou desgraça. Depende de o quanto você se prepara para ela interiormente.

Estamos pastoreando na rede. Vivemos na hiperealidade. A realidade concreta foi modificada, inundada pela realidade virtual. . A internet pode ser graça ou desgraça. Depene de o quanto você se prepara para ela interiormente. 

Aceitar a virtualização é útil e ajuda a perceber que todas as pessoas são dependentes de suas causas e efeitos. o que importa  para o homem é o mérito interior que resulta em uma autonomia que fica em seu próprio poder. Quem intelectualiza o seu eu, pode se dar ao luxo de espetacularizar seu eu sem reduzir seu cérebro a uma ameba pós-moderna

quinta-feira, 5 de julho de 2012

cortellozofando

em latim, uma pequena ética é chamada etiqueta
ética nao é cosmetica
pessoas confundem responsabilidade social com mera etiqueta
somos um animal tao arrogante que nem de animal a gente aceita ser chamado
ha pessoas na vida que tem gente que nem a gente,
a finalidade do poder é servir, um poder que em vez de servir é um poder que se serve, esse é um poder que nao serve

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Homem de cor
- eu nasci negro, continuei negro, quando vou a praia negro permaneço, se tomar sol negro ficarei e quando morrer negro permanecerei
- vc nasceu rosado, quando cresceu ficou branco, vai a praia fica vermelho, se tomar um susto fica amarelo, quando ta doente fica verde, se tomar uma pancada fica roxo e quando morrer vai virar cinza, quem que é o homem de cor entre nós dois?

Pedra rolante

O que a rede social mudou em nossa vida. Tudo. O mundo é uma rede social e a gente não sabia, mas desde a pangeia que o ser humano precisa viver em grupo e se comunicar. Depois dos grunhidos veio a escrita e depois da escrita o internetes. Agora, o mundo é um planeta virtual em que se compra tudo, desde relacionamentos ate iphones

O Filósofo Mário Sérgio Cortella é meu luan santana. As pessoas tem ídolos cantores e artistas. Meus ídolos são filósofos e este para mim e o maior filosofo brasileiro da atualidade. Cortela tem 60 anos mas adota a tecnologia como um nativo digital. Num mundo de mudanças cada vez mais velozes, não se pode ficar parado no passado. O maior problema é se grudar no passado como um tatu na toca. Mudanças não são novidades, mas a velocidade destas mudanças sim. Os alunos que entraram na faculdade hoje não conheceram o Airton Senna. O Airton Senna, se voltasse à vida hoje, não conheceria internet, celular em larga escala, máquina digital, os “I” todos.” Até a noção de leigo mudou. Hoje, antes de irmos ao médico damos uma ‘googlada’ e já chegamos cheios de questionamentos sobre a doença que pensamos ter.”

Eu já paguei multa por não ter rebobinado a fita cassete. E tenho so quarenta anos. O problema não é ter vivido neste tempo, mas ter ficado neste tempo. Nossa maneira de comprar mudou, Nossa maneira de fazer jornalismo também. Hoje só velho usa celular para falar. Os adolescentes mandam mensagem eles praticamente reinventaram o telégrafo. O jornalista descobriu que com as redes sociais eles também são lidos. E ganharam colaboradores: a inteligência coletiva é um fenômeno da internet. Agora a geração de conhecimento e opinião é ampliada. Os jornalistas que não querem mudar precisam mudar saber que eles não estão mais na escola formal, talvez, tenham se formado na escola formol, aquela que conserva. É preciso dar uma de rolling stones, pedra rolante não cria limo.


quarta-feira, 4 de julho de 2012

De filos, eu tenho um pouco

Toda a filosofia que existe no livro da Marilena Chaui...

é um deleite, mesmo que eu nao goste de leite. Eu me fervo dentro do livro Convite à Filosofia da Marilena Chauí...quase derramo o bule, mas pensar assim é pra quem tem café no bule, mesmo em deleite..
então eu aqui reconto o que leio no meu canto. Eu leio, penso e devoro, penso, entendo, e desentendo e volto pra dentro de mim pra entender de novo. É muito para meu deleite..Não delete..


Como pode o tempo passar, como eu sei que ele passa?

Se o passado é o que eu, do presente recordo e o futuro é o que eu, do presente espero, então não seria mais correto dizer que o tempo é apenas o presente?

Quanto dura um presente? Quando acabo de colocar o “r” no verbo “colocar” este “r” ainda é presente ou já é passado?

A palavra que estou pensando em escrever a seguir é presente ou futuro?

Todo ovo é igual a todo o ovo e por isso não temos como ver “um” ovo, embora ele esteja diante de nossos olhos. O ovo é uma casca que expõe tudo

Podemos conhecer as verdades divinas? Se não podermos, seremos culpados? Mas como seriamos culpados por não conhecer aquilo que nossos intelecto, por ser pequeno demais, não teria forças para alcançar?

Como saberíamos que temos uma ideia verdadeira ao encontra-la?

E se há uma ideia verdadeira, ela teria de ser verdadeira o tempo todo e para o todo universal, assim como resolver o Paradoxo do Catalogo?
O Paradoxo do catálogo expõe a dificuldade de achar uma teoria para a verdade:
Se eu disser que existe o catálogo de todos os catálogos, onde devo colocar o catálogo dos catálogos? Isso é, o catálogo dos catálogos é o catalogo catalogado por ele mesmo junto com outros catálogos ou é um catálogo que não faz parte de nenhum catálogo? Se estiver catalogado, não pode ser catálogo de todos os catálogos, pois será necessário um outro catálogo que o contenha, mas se não estiver catalogado, não é o catálogo de todos os catálogos, pois em tal catálogo está faltando ele próprio

A estrutura e o funcionamento da linguagem não correspondem a estrutura e ao funcionamento das coisas. Verdade e falsidade não estão nas coisas e nem nas ideias, mas são valores dos enunciados, segundo os critérios da coerência logica (Entendeu, nem eu, mas vou pensar...ah juro que vou)

Nao sei pq as pessoas se drogam, a filosofia é a maior viagem..e o efeito colateral é a inteligencia


Perguntinhas terrenas


***** Quando eu sou motorista, me irrito com os pedestres
Quando sou pedestre, me irrito com os motoristas
quem ta certo? eu...

***** existe ex-enteado? e o vínculo desvincula?

**** pq para quem vende anfetamina a Justiça considera um crime hediondo, mais grave que tráfico de drogas? Isso é preconceito contra os gordos

*** pq me tomam por louca quando eu me acho lúcida e quanto mais lúcida fico eu, mais louca me veem eles?o ponto de vista é a vista a partir de um ponto

*** Eu sou uma pessoa-chuchu ou uma pessoa-pepino? Sou um pepino, me disse Sir Oswald von Deus do Informativo. Dou graças a Deus por ter algum tipo de gosto, ainda que seja azedo...Como diz a propaganda: amargo, mas resolve...

****Eu sou uma facedependente com sibutramina ou uma bipolar com facelitium?
eu sou uma bipolar facedependente que em vez de fluoxetina precisa de facexetina...

*** a religião é o opio do mundo, as redes sociais são a tarja preta do mundo virtual (roubatilhei a ultima parte do Ermilo). Quem é o mais anestesiado?

*** O que acontece com a vida quando a morte é certa? nao posso falar, nao cheguei até lá..

*** quem somos nós quando estamos a sós?

*** Se Deus é uma partícula, tería ele uma cutícula?Só Deus sabe e o Bóson de Higgs

***Nao me siga
eu nao to perdida, mas também, nem no twitter


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Lembram da campanha 12 por 8 nestas eleições?



Os gregos criaram a “polis”, cidades em que se discutia política e o direito de cada cidadão de emitir em público sua opinião. Dois mil e quinhentos anos depois, penso que o que de polis sabe o ser humano é aquilo que ele confunde com o pólen das abelhas. Penso que nós somos as colmeias domesticadas e as cidades são os nossos apiários.


Na casta humana, nossos governantes são as rainhas e os bolsos são de saúva. Grandes e gordos, para estocar o mel do nosso suor. Ou o fel. Nós somos as operárias. E zangões não tem nenhum: ninguém se zanga realmente. Falou-me uma psicóloga pelo Facebook – local onde as pessoas adoram fazer ativismo sentado . “As pessoas se emocionam com a miséria dos outros, com a violência diária,; mas seguem suas vidas com apatia. “ A maioria ruge como leão e age como tartaruga. Eu vou falar de um leão com pressão alta.
Recebi uma visita de seu Flávio Dresch, um ativo cidadão da civilização. Eu nunca havia trocado realmente uma ideia com ele. Mas foi seu Flávio chamar-me para um bate-papo.Levou um calhamaço de jornais com notícias políticas e disse em tom de desabafo. “Temos de fazer o povo lembrar dos nomes dos vereadores”. Ele falava de fulano, sicrano e dos que permitiram que a cidade tivesse 15 vereadores em vez de dez. Seu Flávio não queria que eu fizesse matéria com ele. Quando peguei caneta e bloco, disse-me: “não precisa botar meu nome, deixa assim.” Eu entendi seu Flávio: ele só queria ser ouvido. Quando bateu na porta dos gabinetes, os políticos é que se fizeram de porta.
Perguntei a ele: “Seu Flávio, por que o senhor luta tanto por essa causa?”. O homem que já teve um mercado enorme no centro da cidade e fundou o bloco dos palhaços me olhou e disse assim: “sou doente por esta cidade.” E emendou em tom de emoção: “o que os jovens da outra geração vão dizer de nós? O que nós estamos deixando para eles se não esta vergonha toda?. Vi que estava envergonhado e deparava com um embate ético sufocado dentro de um uivo humano.
Há muitos meses que seu Flávio não dorme bem, sofre de pressão alta por conta da política. Ele tem tanta vontade de fazer algo se mover que vai entupir suas artérias. Flávio ruge como um leão, mas um felino na savana precisa encontrar uma matilha. Seu Flávio faz parte da alcateia, não da manada. Por isso ele é um leão com pendor para a hipertensão. Faço votos que em outubro, sua pressão se normalize em 12 por oito.
É que seu Flávio me fala em fazer um corpo a corpo. Assim como existem os cabos eleitorais que vão a campo buscar votos, me propõe que façamos exatamente isso e o contrário disso. Vamos fazer um corpo a corpo para dizer em quem não votar. Eu acho o máximo a proposta do outrora palhaço, que tem muito mais seriedade do que quem faz da política um sofisma para trabalhar na “pobre” cidade, em vez da polis-cidade. No Brasil, 30% da população adulta tem pressão alta. É uma doença democrática. Vamos ajudar seu Flávio e a nós mesmos a prevenir a hipertensão. Para quem tem bom coração, faça parte da campanha: eu sou 12 por 8.


Vamos colocar a hastag no Twitter e fazer campanha no Facebook pela saúde de seu Flávio: #Lajeado 12 por 8. Vamos deixar um palhaço saudável. Amarre um cordão no dedo ou pendure lembretes no Face de seus amigos: Eu sou 12 por 8.



#Lajeado 12 por 8.

Pressão

http://www.informativo.com.br/site/noticia/visualizar/id/22730/?Vamos_normalizar_a_pressao_do_seu_Flavio%3A_sou_12_por_8.html