segunda-feira, 13 de julho de 2009
O charme da novidade
Pense em algo novo. Aquele casaco que você comprou naquela loja famosa. A TV LCD que pagou uma paulada. O Iphone, nossa que show de tecnologia. Algum tempo atrás, os celulares eram o top do top dessa intensa e meteórica indústria de tecnos. Eles eram a novidade do pedaço. Um acessório tão imensamente novo que as pessoas faziam questão de caminhar pela rua com o celular na mão ou na pochete. Algo assim: celular, eu tenho um! É o charme da novidade. Stephan Klein em seu livro de neurociências "A fórmula da felicidade" (não é auto-ajuda, é científico mesmo) falou exatamente disso. Todos nós somos atraídos pelo charme do novo. Quando depois de um tempo tudo fica igual, reina o tédio, uma das coisas que menos suportamos. Não acredita? Faz a conta....quantos modelos de celulares você já trocou desde que essa novidade ficou "velha". O tédio é um dos piores sentimentos e segundo Klein, por isso precisamos fofocar sobre celebridades, necessitamos da TV, ver a moda e as vezes até de desafios. Exatamente para contrabalançar o tédio que a natureza equipou o ser humano com uma característica crucial, a curiosidade, para que as pessoas possam descobrir novidades. A curiosidade é uma das principais virtudes da personalidade porque quem tem curiosidade imediata sobre qualquer assunto é capaz de entusiarmar-se mais facilmente com as coisas. "A associação entre a curiosidade e o desejo é a origem da criatividade". Talvez por causa desse nosso apreço a novidade, explica-se o alto número de Dom Juans, que depois da conquista ficam entediados e partem para outra. Não são poucos os homens que arranjam amantes ou então comentam as infames piadinhas: carne nova no pedaço. E a pessoa é tanto mais curiosa, quanto mais afoita por novidade. Essa característica, fora dos relacionamentos, é super valorizada. A curiosidade nos move para frente, faz buscarmos alternativas, nos motiva a explorarmos o espaço. A curiosidade fez o homem ir para a lua e esse é o ano em que faz 40 anos que Armstrong pisou na superfície lunar, ainda que muitos não acreditem. Santos Dumont inventou o 14 bis. Afinal, além de buscar novidades, a curiosidade faz com que as pessoas as criem.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
O retorno de Jacko
Deram a uma cratera da lua o nome de Michael Jackson. Depois de sua morte, Jacko conseguiu superar sua própria celebridade. Que semaninha triller essa da morte dele. Jesus, Maria, José. A espetacularização do fim da vida de Jackson foi sobrenatural. Todos os canais de tv o tempo todo noticiaram tudo a respeito dele. No início eu até que achei legal e assisti um documentário a respeito. Viraram Michael do avesso. Fico imaginando se o Elvis Presley pudesse um dia sonhar que existiriam "velórios show". Muitas emissoras mudaram a programação só prá exibir o evento. E dê-lhe gente chorando, se esgoleando tresloucadamente por uma pessoa com que nunca trocou uma palavra. Talvez no velório do pai não vá estar tão mortificado.
Não é que sou contra o Michael. Até achava ele bacaninha e ja tentei fazer com os pés aquele passinho arrastado. Fico reticente com todo esse excesso de notícias, meu pai, parece até lavagem cerebral. Michael Jacskon já estava morto para muitos há muito tempo. E quando morreu de verdade, ele renasceu e as pessoas passaram a "regostar" das suas músicas. Com a morte, Jacko renasce. E Neverland vai ser construída na lua, bem naquela cratera lunar com seu nome. Porque na Terra, ele viveu no mais portentoso purgatório. Who's bad?
Não é que sou contra o Michael. Até achava ele bacaninha e ja tentei fazer com os pés aquele passinho arrastado. Fico reticente com todo esse excesso de notícias, meu pai, parece até lavagem cerebral. Michael Jacskon já estava morto para muitos há muito tempo. E quando morreu de verdade, ele renasceu e as pessoas passaram a "regostar" das suas músicas. Com a morte, Jacko renasce. E Neverland vai ser construída na lua, bem naquela cratera lunar com seu nome. Porque na Terra, ele viveu no mais portentoso purgatório. Who's bad?
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Gente invisível

Há algo de desafiador em se dispor a entrar na pele de um gari. Uma noite antes de eu ter de acordar de madrugada, me sentia nervosa e até cansada, só de pensar que eu teria de varrer ruas por seis horas ininterruptas, mas para imergir jornalisticamente, seria esta a minha peleja. Eu havia relido um resumo da tese de um psicólogo social, em que ele argumenta que as pessoas são percebidas mais pelas suas carreiras do que propriamente pelo "ser" e quem exerce certos trabalhos considerados subalternos se tornam meras "sombras social". Junto com os colegas de vassoura, me surpreendi por ter recebido sete "ois" de pessoas que me reconheceram. Mas eu via que eles viam a mim, depois de me identificarem e percebi que os garis realmente eram vistos, mas não enxergados, como se fossem transparentes, como se o uniforme verde os colocasse nivelados aos postes, como se fossem iguais as árvores. Mas eles adoram se sentir gente, e sentem isso cada vez que uma pessoa passa e diz "bom dia".
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