*Não tenho contagiro. Me conduzo sem perceber a rotação. Vôo em linha reta pela camada asfáltica. Mas nem sempre é assim. Não sou um trajeto fixo. Patino nos meus aclives e derrapo em visões curvas. Tenho idéias turvas. Outras, límpidas. Mudo a rota do meu pensamento todo o tempo. Às vezes deixo as coisas por conta do destino, em outras dou vazão aos meus desatinos.
*O que eu espero é alguém que seja sensível mas não derramado. Que não me venha com propostas indecentes na primeira teclada, que nao seja raso de sentimentos, que se de ao luxo de poder querer ser especial e nao algo casual.
*Em tempos de internet, basta entrar no orkut e ler o perfil do dono da página. Quem sou eu: geleira ou vulcão; tormenta ou calmaria, sou gaivota, fui sereia. São tantas coisas pra dizer de nós. Alguém um dia disse que somos o resultado de tudo que passamos. Eu sou o que fui. É vero. Veríssimo. Esse aliás se diz em uma de suas autofinições irônicas, "gigolô das palavras" . Talvez todos sejamos amplos, abrigamos multidões. Mas eu me arrepio na definição de Fernando Pessoa: Eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura...
(Andreia Rabaiolli)
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