O Brasil voltou de Pequim com a estima nem tão em alta assim. Não são todos os brasileiros que tomam ciência desse sentimento. É algo intrínseco, que está no inconsciente coletivo. Conseguimos aumentar a estima quando ganhamos no futebol ou somos ovacionados fora do país por uma coisa boa. Isso é muito raro. Somos acostumados a nos sentirmos a última bolachinha do pacote por estarmos sempre no perrengue. É luta para sobreviver com o salário mínimo, ficar na SUS ou ouvir as denúncias de corrupção. Levamos ferro na saúde, educação e também no esporte. O governo Lula tentou resgatar nossa auto-estima com uma campanha feita anos atrás: “Sou brasileiro e não desisto nunca”, dizia a propaganda, lembram? Mas o caso é que somos um exército de brasileiros guerreiros que não se sente valorizado. Uma das esperanças de ser mais do que apenas o país do carnaval e do futebol estava nas olimpíadas. Voltamos com três medalhas de ouro, mas ninguém é insensível a ponto de culpar os atletas. É senso comum que o governo não estimula a prática esportiva. Li em uma matéria da Veja: o número de medalhas conquistadas por um país em uma olimpíada demonstra a pujança e o potencial da nação. Tanto no aspecto político, como econômico-social. Países que competem por competir, sem alcançar o pódium são considerados irrelevantes. Aqueles que ganham menos de dez medalhas estigmatizados como medíocres. O objetivo de países médios, como o nosso Brasil, é obter entre dez a 20 medalhas. Quem consegue mais de 20 atinge o patamar de grande potência. Não que esse seja um critério inquestionável, mas me apeguei a ele porque acho procedente. No quadro de conquistas, China, Estados Unidos e Rússia indicam um colheita farta de medalhas de ouro. Ouro também no poderio nacional. Os atletas representam o país. O desempenho deles indica o estado psicológico e a capacidade física, emocional e a determinação de um povo (só para citar a Veja). Nossos heróis olímpicos trouxeram da China uma colheita escassa, não por culpa deles, mas porque semearam seus esforços num infértil território brasileiro. Infértil no sentido de investimentos governamentais. Somos um país médio com uma baita “gana” de melhorar. Agora, só falta o governo querer. Porque como disse Lula, o presidente das metáforas: “somos brasileiros e não desistimos nunca.” Embora para a África , pessoal. Para ver a copa. Hakuna Matata!
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