terça-feira, 20 de maio de 2008
Carente irremediável
Estou sentada sentindo o tec tec dos teclados, quando escuto uma frase inspiradora no meio da redação: "Quanto mais velhas são as mulheres, mais fácil elas se entregarem (sexualmente falando). Isso é pura carência". A frase foi dita em um momento descontração, em meio a papos de repórteres desferida por uma mulher. MULHER. (Casada, é claro). Pelo fato de ela repercutir uma sentença que vai de boca em boca, subentende-se que não sinta carências (du vi do). Que privilégio. Eu sinto, sou uma carente irremediável. Eu estou sempre carente. C-A-R-E-N-T-E. Ah eu assumo essa faceta tãooooo tenebrosa que me faz ser repudiada. A carência é a lepra dos relacionamentos. Tripudiamos de quem é carente. As nossas necessidades sempre não guardadas na última gaveta da penteadeira. Elas não podem aparecer. Soltá-las da gavetinha interna é anunciar a confusão. Carência não combina com marketing pessoal. Inadmissível. "Ma per che, Dio Santo?". É meu sangue de italiana que fervilha. Carência não é crime e nem pode ser vista num tom tão degradante. Simplesmente é ..."falta de". Olhem no Google, peguem o amansa burro. Aurélio ou Houaiss. Não é feio ser carente. Brega é não ter sentimentos. Não conseguir nem sentir carência porque não se sente nada, isso sim é falta de alma. Viver encaixotado. Quadrado. Privado de suas sensações. A carência mostra uma parte que deve ser suprida. Ela existe para podermos lutar, correr atrás e tentar saná-la. Ela está aí para podermos incitar nosso espírito de luta. Fugir de uma pessoa carente porque ela pode ser pegajosa é o "ó do borogodó ". É a fuga de si mesmo. (Eu aposto, APOSTO, que todo mundo tem carências, por mais acanhadas que sejam). Quando pudermos começar a assumir nossas carências, será um passo adiante para iniciar a preenchê-las. Tão simples como Ivo viu a uva. Viu, gente!
sábado, 17 de maio de 2008
É de se questionar
Eu li e ri. Então postei:
O ficar" de hoje em dia equivaleria ao "dançar de antigamente.Seria a oportunidade que a mulher teria de avaliar o parceiro. Antigamente era comum que as pessoas se encontrassem em eventos sociais e dançassem, geralmente em pares. Como o homem coordenava a dança, a mulher tinha a possibilidade de analisar seu desembaraço, desenvoltura, a inteligência na escolha dos passos e condução, além de poderem estabelecer uma conversa enquanto dançavam.Com o tempo, foi abolida a dança de par, aumentaram o som das músicas e as festas se tornaram um ambiente de caça. Veio a geração do ficar.
Eu fico
Tu ficas
Ele fica
Nós nos divertimos
E não sentimos
Eu fico e você vai
Outra vem, porque vc sai
****
"Enquanto não acho a pessoa certa, conheço as pessoas erradas e, com algumas, até me divirto, pois tb tenho q encontrar a felicidade na busca e não só no objeto do desejo (q seria "o" cara). Olha quanto tempo de infelicidade teriamos se só uma pessoa pudesse nos fazer felizes?
***
Mas é assim: quero algo sério, nao quero me divertir apenas. Mas não é por isso que vou ficar se beijar bocas. Até porque se eu quiser ver estrelinhas e ter o arrepio na espinha, preciso beijar antes.Mas eu não quero ficar beijando até ficar desdentada...hauhauauhau..Fixei uma data-limite: eu só espero até os 50 anos. Depois disso, prescrevo e deu prá bola,,,,hehehe
O ficar" de hoje em dia equivaleria ao "dançar de antigamente.Seria a oportunidade que a mulher teria de avaliar o parceiro. Antigamente era comum que as pessoas se encontrassem em eventos sociais e dançassem, geralmente em pares. Como o homem coordenava a dança, a mulher tinha a possibilidade de analisar seu desembaraço, desenvoltura, a inteligência na escolha dos passos e condução, além de poderem estabelecer uma conversa enquanto dançavam.Com o tempo, foi abolida a dança de par, aumentaram o som das músicas e as festas se tornaram um ambiente de caça. Veio a geração do ficar.
Eu fico
Tu ficas
Ele fica
Nós nos divertimos
E não sentimos
Eu fico e você vai
Outra vem, porque vc sai
****
"Enquanto não acho a pessoa certa, conheço as pessoas erradas e, com algumas, até me divirto, pois tb tenho q encontrar a felicidade na busca e não só no objeto do desejo (q seria "o" cara). Olha quanto tempo de infelicidade teriamos se só uma pessoa pudesse nos fazer felizes?
***
Mas é assim: quero algo sério, nao quero me divertir apenas. Mas não é por isso que vou ficar se beijar bocas. Até porque se eu quiser ver estrelinhas e ter o arrepio na espinha, preciso beijar antes.Mas eu não quero ficar beijando até ficar desdentada...hauhauauhau..Fixei uma data-limite: eu só espero até os 50 anos. Depois disso, prescrevo e deu prá bola,,,,hehehe
domingo, 4 de maio de 2008
Dez perguntas que não podem calar
1- Como no Brasil nosso Código Penal nos permite matar pelo menos uma pessoa sem ser preso.Quem vc Mataria?
2- QUANTO TEMPO DURA O PRESENTE. O PASSADO TEM UMA DURAÇAO, O FUTURO TEM UMA DURAÇÃO. QUAL É A DURAÇÃO DO PRESENTE?ENTRE O PASSADO E O FUTURO , VC PODE MEDIR O PRESENTE?
3- Onde fica o umbigo do mar?Por que até ali não chegam as ondas?
4- De que color son lo camaleones cuando se miran en un espejo?"
5- Qual é o trabalho forçadode Adolf Hitler no inferno?
6- Como você desenharia a face do mundo? Se você quisesse descrever a condição do planeta através de um rosto, seria ele sorridente? Ou pareceria, temeroso ou quem sabe até zangado?
7- Onde terminará o arco-íris:dentro da alma ou no horizonte?
8- De que transborda o seu cálice? Dinheiro, alegria, bondade?
9- Qual a cor que vibra em você? Rosa choque do tamanho da tua ousadia, tons pastéis como seria a tua alegria ou graduações rubras da altura da sua timidez?
10 - Por que Deus não fala comigo? Se ele ao menos tossisse...
(Algumas são de Neruda, outras de Woody Allen e tem minhas também)
2- QUANTO TEMPO DURA O PRESENTE. O PASSADO TEM UMA DURAÇAO, O FUTURO TEM UMA DURAÇÃO. QUAL É A DURAÇÃO DO PRESENTE?ENTRE O PASSADO E O FUTURO , VC PODE MEDIR O PRESENTE?
3- Onde fica o umbigo do mar?Por que até ali não chegam as ondas?
4- De que color son lo camaleones cuando se miran en un espejo?"
5- Qual é o trabalho forçadode Adolf Hitler no inferno?
6- Como você desenharia a face do mundo? Se você quisesse descrever a condição do planeta através de um rosto, seria ele sorridente? Ou pareceria, temeroso ou quem sabe até zangado?
7- Onde terminará o arco-íris:dentro da alma ou no horizonte?
8- De que transborda o seu cálice? Dinheiro, alegria, bondade?
9- Qual a cor que vibra em você? Rosa choque do tamanho da tua ousadia, tons pastéis como seria a tua alegria ou graduações rubras da altura da sua timidez?
10 - Por que Deus não fala comigo? Se ele ao menos tossisse...
(Algumas são de Neruda, outras de Woody Allen e tem minhas também)
sábado, 3 de maio de 2008
Gatia
Dia desses me deparei com um neologismo direcionado a minha pessoa:
"Pô, você é uma Gatia"
Eu bem bobona logo lasquei: "Gatia, explica isso guri"
"Gatia, uma tia gata". Eu tenho mais de 3 decadas nesse planeta escuro e a frase era pra ser um elogio, logico, mas eu fiquei petrificada. Gatia. Putz. A sensação que a juventude fenece é acachapante. Todos nos estamos nos esvaindo nos anos e quando tia nao representa mais a personagem sensual do chicote em punho com a lingerie preta da televisão, cuidado. Você vira tia à revelia, sem querer, sem perceber, sem ter vontade. Eu nem sou tia ainda de verdade. E na rua, nas baladas, viro parente de quem tem menos de 25 anos. Senhor , perdoai-lhes pq eles não sabem o que dizem. Me chamar de tia da coceira, urticária. Que me chama de tia esmolando nas esquinas não ganha troco e nem pirulito. Me recuso a ser solidária. E o meu repudio agora virou ponto de hora, tanto é assim que proibi minha filha chamar de "tia" minhas amigas e até a propria professora. (Agora eu sei o que as pobres mulheres maes de minhas amigas sentiam quando eu as chamava de tia. É a lei do retorno). Ser chamada de tia é a morte. Ainda mais por uns carinhas bonitinhos. Tia eu sou só do filho do meu irmão. E finito. Quem me chamar de tia fora do grau de parentesco leva um laço. De cinto.
"Pô, você é uma Gatia"
Eu bem bobona logo lasquei: "Gatia, explica isso guri"
"Gatia, uma tia gata". Eu tenho mais de 3 decadas nesse planeta escuro e a frase era pra ser um elogio, logico, mas eu fiquei petrificada. Gatia. Putz. A sensação que a juventude fenece é acachapante. Todos nos estamos nos esvaindo nos anos e quando tia nao representa mais a personagem sensual do chicote em punho com a lingerie preta da televisão, cuidado. Você vira tia à revelia, sem querer, sem perceber, sem ter vontade. Eu nem sou tia ainda de verdade. E na rua, nas baladas, viro parente de quem tem menos de 25 anos. Senhor , perdoai-lhes pq eles não sabem o que dizem. Me chamar de tia da coceira, urticária. Que me chama de tia esmolando nas esquinas não ganha troco e nem pirulito. Me recuso a ser solidária. E o meu repudio agora virou ponto de hora, tanto é assim que proibi minha filha chamar de "tia" minhas amigas e até a propria professora. (Agora eu sei o que as pobres mulheres maes de minhas amigas sentiam quando eu as chamava de tia. É a lei do retorno). Ser chamada de tia é a morte. Ainda mais por uns carinhas bonitinhos. Tia eu sou só do filho do meu irmão. E finito. Quem me chamar de tia fora do grau de parentesco leva um laço. De cinto.
terça-feira, 29 de abril de 2008
A roda dos enjeitados
Todo feio se sente enjeitado. Ele sempre tem que se esforçar mais, agradar mais pra poder caber dentro de um relacionamento. E não me digam que isso que eu digo nao tem cabimento, porque se tivesse, caberia em algum lugar e eu então guardaria essa minha opinião. os feios esforçam-se mais porque precisam compensar a falta de atrativo que a sociedade tanto almeja. O mundo não é todo bonito. Tem lindos de morrer, e feios de doer. Eu acho isso injusto, mas sempre quero que ele seja injusto a meu favor. Deus criou a arara e o babuíno. Ambos são apreciados, a arara pelas suas cores vibrantes, pintura da natureza. O babuíno de tão horrendo, a gente fica olhando. Dá gosto de ver. No zoologico, ele se salva da exclusão social porque está entre os iguais. Se fosse ser vendido em uma loja de animais, aposto que ficaria senil na jaula do estabelecimento. Nós humanos amamos o belo, é um saco se sentir desprezado. É um assombro. Tem um cara argentino que prega uma polemica atual: ele propos que os lindos pagassem imposto como para compensar os feios de sua condição. Depois do metrosexual, agora vem a vez do feiosexual, uma forma de incluir a beleza de padrão inferior na sociedade ativa, linda, desejada e apaixonada. É uma idéia para se apaixonar. E quem diz que os feiosexuais não podem ser apaixonantes?
sexta-feira, 25 de abril de 2008
Chapetente
O repórter não pode ser nada mais que um chato. Um chato com olhar de infância que prescruta todos os cantos onde se esgueira, perambula ou estaciona, possuido de uma curiosidade vivaz de ver as coisas como se fosse a primeira vez. Exatamente como a criança quando descobre as novidades do mundo. O reporter tem que ter um olhar infante - e capacidade pra ver o mundo todos os dias pela primeira vez. Mesmo que ele tenha passado inumeras vezes pelo mundo. Ele tem que ser chato pq um reporter que não chateia, nao pergunta, nao indaga, nao é considerado um pé no saco, nao insiste e não questiona mais que o necessário, não e um reporter. Não basta ser chato, ele tem que ser o melhor chato possivel. Ele tem que ser um chapetente. Um chato competente. Para as matérias saírem redondas. E depois ele até tem direito a tomar uma Skol.Nada melhor que uma cerveja que desce redonda para um reporter chato!
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Como eu me uso!
Eu tenho jeito, mas preciso deixar de me levar tão a sério. Eu não sei cozinhar, mas costuro frases, as vezes elas dão uma boa canja.Eu sou um trecho, eu vou um eito sem reclamar no ritmo que a vida me levar. Eu tenho trinta e poucos anos pela contagem normal, pela asteca uns quinze. Eu não consigo acompanhar o relógio que me diz que eu avanço. Eu as vezes até me orgulho que minhas idéias não cresceram. A Cássia Eller gostava de meia três quartos. Eu só consigo me ver de baby look. Eu sou rosa choque por dentro. As vezes minha ira me deixa rubra por fora!
****
Meus Heróis pediram conselhos a outros anônimos.
Daí resolvi virar minha própria heroína. Tive overdose de mim!
(Andreia R.)
***
Essa é da MMedeiros: "eu anuncio em primeira mão todos os meus atos, extra, extra. Eu me jogo, me disponibilizo, eu nao me economizo. Enfio os dez dedos na tomada, levo choque e mais tarde repito a dose, novo choque: sou uma viciada em arrependimentos emocionais. Tenho apego aos meus erros. Eu cometo os mesmos erros desde guriazinha. Qual o seu erro favorito?"
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Meus Heróis pediram conselhos a outros anônimos.
Daí resolvi virar minha própria heroína. Tive overdose de mim!
(Andreia R.)
***
Essa é da MMedeiros: "eu anuncio em primeira mão todos os meus atos, extra, extra. Eu me jogo, me disponibilizo, eu nao me economizo. Enfio os dez dedos na tomada, levo choque e mais tarde repito a dose, novo choque: sou uma viciada em arrependimentos emocionais. Tenho apego aos meus erros. Eu cometo os mesmos erros desde guriazinha. Qual o seu erro favorito?"
domingo, 13 de abril de 2008
Voltaire no seu dicionário diz que "se perguntarmos a um sapo que é a beleza, o supremo belo, o to kalon. Responder-vos-á ser a sapa com os dois olhos exagerados e redondos encaixados na cabeça minúscula, a boca larga e chata, o ventre amarelo, o dorso pardo. Se indagarmos a um negro da Guiné o que é o belo para ele – uma pele negra e oleosa, olhos cravados, nariz esborrachado. Interrogarmos ao diabo. Dir-vos-á que o belo é um par de cornos, quatro garras e cauda".
Voltaire no seu dicionário diz que "se perguntarmos a um sapo que é a beleza, o supremo belo, o to kalon. Responder-vos-á ser a sapa com os dois olhos exagerados e redondos encaixados na cabeça minúscula, a boca larga e chata, o ventre amarelo, o dorso pardo. Se indagarmos a um negro da Guiné o que é o belo para ele – uma pele negra e oleosa, olhos cravados, nariz esborrachado. Interrogarmos ao diabo. Dir-vos-á que o belo é um par de cornos, quatro garras e cauda".
Eu tenho uma teoria da beleza. Somos um produto em supermercado. Nossa embalagem está a venda. Nosso incólucro é o que conta. Somos um produto exposto em prateleira a espera de sermos comprados por quem tem o equivalente em valores. Se formos uma margarina doriana - com atributos de primeira e gostosa - queremos ser compradas por um cara com cacife para pagar a doriana.
Eu tenho uma teoria da beleza. Somos um produto em supermercado. Nossa embalagem está a venda. Nosso incólucro é o que conta. Somos um produto exposto em prateleira a espera de sermos comprados por quem tem o equivalente em valores. Se formos uma margarina doriana - com atributos de primeira e gostosa - queremos ser compradas por um cara com cacife para pagar a doriana.
sábado, 12 de abril de 2008
Máximas do Jabor!
(1º)Não existe homem fiel. (2º)Não desanime. O homem é capaz de te trair e de te amar ao mesmo tempo. O homem só precisa de uma bunda. A mulher precisa de um motivo para trair(4º)Não tente mudar para seu homem ser fiel. Não adianta. Silicone, curso de dança sensual..Lógico que quanto mais largada vc for, menor a vontade do homem de ficarcom vc e maior as chances do divórcio. Esqueçam de uma vez por todas esse negócio de homem não gosta de mulher fácil. Homem adora mulher fácil.Se 'der' de prima então, é o máximo. O que homem não gosta é de mulher que liga no dia seguinte.Isso não é ser fácil, é ser problemática (mulher problema). O fato de vc não ligar para o homem e ele gostar de vc, não quer dizer que foi por vc se fazer de difícil, mas sim por vc não representar ameaça para ele.Ele vai ficar com tanta simpatia por vc que vc pode até conseguir fisgá-lo e roubá-lo da mulher.
sexta-feira, 11 de abril de 2008
E assim é

O cara pergunta ao outro: - Por que Vc ama ela?
O outro responde: - Eu a amo , pq ela não precisa de mim.
Isso desconcerta, mas é assim. A gente ama quem tem tanto sucesso consigo próprio que não precise depender de outrem.
A pessoa, por si só já é um empreendimento de êxito.
A gente ama essa pessoa, pq quer ser amado também por ela
porque é sempre bom ser amado por quem tem sucesso (interior)
Quem aprendeu a escalar o próprio cume e ser exitoso em si mesmo
merece toda nossa admiração, e queremos que ela (a pessoa) nos admire e ame
porque se ela assim o faz, denota o nosso próprio valor.
Não sei se isso é certo, ate acho que não, mas é o nosso mecanismo
da auto-estima que faz com que funcionemos desse modo.
É a nossa vaidade pessoal indicando para onde os ponteiros internos devem caminhar.
Se é certo, não sei. Mas é assim que é.
Cantada
O que as mulheres esperam é alguém que seja sensível mas não derramado
que seja sacana mas não tarado
Quando ela olha para cima ou para baixo, está gostando.
Miradas às laterais ou em direção às amigas
deseja na verdade sair correndo de perto de você.
Avance devagar, de lado, nunca de frente.
O ouvido é a boca na primeira abordagem.
Evite lugares-comuns
Não empregue a interrogação
Nao seja genérico (quem entende de genérico é farmácia)
Ofereça bebida, ainda que uma diet. Personifique o trato, com espirituosidade.
Se ela resistir, não desista, está o testando. Nessa situação, abuse do humor, banque a vítima. Faça uma autocrítica, uma piada sobre sua própria incapacidade de seduzir.
Os defeitos tornam mais realista o contato, mais humano, mais vívido.
(hehehe muito bom, dele. Do Carpinejar)
que seja sacana mas não tarado
Quando ela olha para cima ou para baixo, está gostando.
Miradas às laterais ou em direção às amigas
deseja na verdade sair correndo de perto de você.
Avance devagar, de lado, nunca de frente.
O ouvido é a boca na primeira abordagem.
Evite lugares-comuns
Não empregue a interrogação
Nao seja genérico (quem entende de genérico é farmácia)
Ofereça bebida, ainda que uma diet. Personifique o trato, com espirituosidade.
Se ela resistir, não desista, está o testando. Nessa situação, abuse do humor, banque a vítima. Faça uma autocrítica, uma piada sobre sua própria incapacidade de seduzir.
Os defeitos tornam mais realista o contato, mais humano, mais vívido.
(hehehe muito bom, dele. Do Carpinejar)
Mínimas
*A alegria tem sempre tanta pressa...
*Vivo me espalhando, o único modo de me concentrar.
* A sombra é apressada para quem foge dela.
* Nunca chego a um trato com quem deixei de ser.
Minha mãe fala "pronto" ao atender o telefone. Não estou preparado.
* A água é muito influenciável. Toma a forma do que vê.
* Eu tenho da verdade o pressentimento.
* As fotografias são fiéis ao que ficou fora delas.
Não quero alma gêmea. Isso é incesto.
Eu assusto meus próprios medos.
Não confio no copo. Deixo todo veneno em minha boca.
Não é o amor que estragou, é a imaginação que não vem se esforçando.
Não há uma ofensa que não tenha uma carícia em seu início...
Ainda é, mesmo quando já foi...
Paixão é não saber, quando se sabe é amor
****
A esperança aceita tudo, transforma todo troco em investimento.
há a esperança de ser amado e de entreter as dores....
*** Fingir o entendimento é o mesmo que não ouvir.
Cuidado: quando a mulher se irrita calada,
não lhe faltam argumentos, ela apenas desistiu de falar.
*** Dar um tempo é uma invenção fácil para não sofrer.
Mas dar um tempo faz sofrer pois não se diz a verdade.
Só se dá o tempo para avisar que o tempo acabou.
Dar um tempo é covardia, para quem não tem coragem de se despedir.
O que se adia não será cumprido depois.
*****
Não desejo que seja sincera. Você pode deixar de dizer. Nunca ouvi coisa boa quando alguém foi sincero comigo. Não me ressuscitaram com a sinceridade. Não tiveram pena. "Posso ser sincera?" é sinônimo de "agüente sem gritar". É falar para esvaziar a consciência. Essa franqueza não ensina, machuca. Não me faça sofrer em nome da honestidade. Guarde um pouco de você para depois.Não me conte tudo. Nem a verdade é transparente. Não conheço ninguém que tenha sido franco para protege. Desde quando se pede licença para bater? Não dou licença, não permito a sinceridade que seja violência, tiro os óculos apenas para beijar.
(Todas são da cachola do Carpinejar)
*Vivo me espalhando, o único modo de me concentrar.
* A sombra é apressada para quem foge dela.
* Nunca chego a um trato com quem deixei de ser.
Minha mãe fala "pronto" ao atender o telefone. Não estou preparado.
* A água é muito influenciável. Toma a forma do que vê.
* Eu tenho da verdade o pressentimento.
* As fotografias são fiéis ao que ficou fora delas.
Não quero alma gêmea. Isso é incesto.
Eu assusto meus próprios medos.
Não confio no copo. Deixo todo veneno em minha boca.
Não é o amor que estragou, é a imaginação que não vem se esforçando.
Não há uma ofensa que não tenha uma carícia em seu início...
Ainda é, mesmo quando já foi...
Paixão é não saber, quando se sabe é amor
****
A esperança aceita tudo, transforma todo troco em investimento.
há a esperança de ser amado e de entreter as dores....
*** Fingir o entendimento é o mesmo que não ouvir.
Cuidado: quando a mulher se irrita calada,
não lhe faltam argumentos, ela apenas desistiu de falar.
*** Dar um tempo é uma invenção fácil para não sofrer.
Mas dar um tempo faz sofrer pois não se diz a verdade.
Só se dá o tempo para avisar que o tempo acabou.
Dar um tempo é covardia, para quem não tem coragem de se despedir.
O que se adia não será cumprido depois.
*****
Não desejo que seja sincera. Você pode deixar de dizer. Nunca ouvi coisa boa quando alguém foi sincero comigo. Não me ressuscitaram com a sinceridade. Não tiveram pena. "Posso ser sincera?" é sinônimo de "agüente sem gritar". É falar para esvaziar a consciência. Essa franqueza não ensina, machuca. Não me faça sofrer em nome da honestidade. Guarde um pouco de você para depois.Não me conte tudo. Nem a verdade é transparente. Não conheço ninguém que tenha sido franco para protege. Desde quando se pede licença para bater? Não dou licença, não permito a sinceridade que seja violência, tiro os óculos apenas para beijar.
(Todas são da cachola do Carpinejar)
terça-feira, 8 de abril de 2008
não-caso!
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Raulzito
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia.
Sem fogo, sem sangue, sem ás
O mundo dos nossos ancestrais.
Acaba sem guerra mortais
Sem glorias de Mártir ferido
Sem um estrondo, mas com um gemido...
***
Tem gente que passa a vida inteira
Travando a inútil luta com os galhos
Sem saber que é lá no tronco
Que está o coringa do baralho
***
DDI que é uma conversa de Deus com o pessoal aqui na Terra.
Alô aqui é do Céu.Quem tá na linha é Deus.Tô vendo tudo esquisito
O que que deu em vocês?Por favor não deixem a peteca cair.
O diabo disse que vai baixar de uma vez por aí.
Pois é...eu fiz vocês como eu,imagem e perfeição
e vocês anarquisando a minha reputação.Eu não compreendo tanta reclamação
O que vocês querem exigir mais de mim.Se tudo que eu fiz vocês acham ruim?Agora eu vou desligar o telefone tá caro.Já falei demais.Brigado pela atenção.
Mas por favor se ligarem dizendo ser eu
Pode ser um trote do diabo que já desceu.
Que o mundo se acaba um dia.
Sem fogo, sem sangue, sem ás
O mundo dos nossos ancestrais.
Acaba sem guerra mortais
Sem glorias de Mártir ferido
Sem um estrondo, mas com um gemido...
***
Tem gente que passa a vida inteira
Travando a inútil luta com os galhos
Sem saber que é lá no tronco
Que está o coringa do baralho
***
DDI que é uma conversa de Deus com o pessoal aqui na Terra.
Alô aqui é do Céu.Quem tá na linha é Deus.Tô vendo tudo esquisito
O que que deu em vocês?Por favor não deixem a peteca cair.
O diabo disse que vai baixar de uma vez por aí.
Pois é...eu fiz vocês como eu,imagem e perfeição
e vocês anarquisando a minha reputação.Eu não compreendo tanta reclamação
O que vocês querem exigir mais de mim.Se tudo que eu fiz vocês acham ruim?Agora eu vou desligar o telefone tá caro.Já falei demais.Brigado pela atenção.
Mas por favor se ligarem dizendo ser eu
Pode ser um trote do diabo que já desceu.
Perdendo minha religião
A vida é maior,é maior do que você.
e você não sou eu
até que ponto eu vou chegar,
esse sou eu sob os refletores,
perdendo minha religião
tentando me igualar a você,
eu estou,escolhendo minhas confissões
tentando ficar de olho em você
Considere isso a dica do século
considere isso,uma mágica,que me deixou de joelhos,pálido
Águas caindo,mares revoltosos vindo me fazer de palhaço
eu pensei ter visto você tentar mas isso era só um sonho,
Apenas um sonho
e você não sou eu
até que ponto eu vou chegar,
esse sou eu sob os refletores,
perdendo minha religião
tentando me igualar a você,
eu estou,escolhendo minhas confissões
tentando ficar de olho em você
Considere isso a dica do século
considere isso,uma mágica,que me deixou de joelhos,pálido
Águas caindo,mares revoltosos vindo me fazer de palhaço
eu pensei ter visto você tentar mas isso era só um sonho,
Apenas um sonho
Go back (1984)Sérgio Britto / Torquato Neto
Você me chama
Eu quero ir pro cinema
Você reclama Meu coração não contenta Você me ama Mas de repente a madrugada mudou E certamente Aquele trem já passou E se passou Passou daqui pra melhor, foi !
Só quero saber do que pode dar certo
Não tenho tempo a perder.
Andarandeinão é o meu pais
é uma sombra que pende concretado meu narizem linha reta
não é minha cidade é um sistema que invento me transforma e que acrescento à minha idaden em é o nosso amor é a memória que suja a história que enferruja o que passou não é você nem sou mais eu adeus meu bem (adeus adeus)você mudou mudei também adeus amor adeus e vem
Você me chama
Eu quero ir pro cinema
Você reclama Meu coração não contenta Você me ama Mas de repente a madrugada mudou E certamente Aquele trem já passou E se passou Passou daqui pra melhor, foi !
Só quero saber do que pode dar certo
Não tenho tempo a perder.
Andarandeinão é o meu pais
é uma sombra que pende concretado meu narizem linha reta
não é minha cidade é um sistema que invento me transforma e que acrescento à minha idaden em é o nosso amor é a memória que suja a história que enferruja o que passou não é você nem sou mais eu adeus meu bem (adeus adeus)você mudou mudei também adeus amor adeus e vem
Eitos do Lenine
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não pára
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara.
***
Eu não alimento nada duvidoso
Eu não dou de comer a cachorro raivoso
Eu não morro de raiva
Eu não mordo no nervo dormente
***
Quem liberta o furacão
Desamarra o mar da praia
Desarrumar o rumo entorta o pumo
erra sem destino amor quem
desata o céu da terra desfera fecha rasga o ar
Tira a luz da treva razão a terra é desatina amor
Quem move o mundo todo apenas sendo sentimental
Quem me tira o chão dos pés
E movimenta as marés
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não pára
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara.
***
Eu não alimento nada duvidoso
Eu não dou de comer a cachorro raivoso
Eu não morro de raiva
Eu não mordo no nervo dormente
***
Quem liberta o furacão
Desamarra o mar da praia
Desarrumar o rumo entorta o pumo
erra sem destino amor quem
desata o céu da terra desfera fecha rasga o ar
Tira a luz da treva razão a terra é desatina amor
Quem move o mundo todo apenas sendo sentimental
Quem me tira o chão dos pés
E movimenta as marés
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Qui non vetat peccare, cum possit, jubet." (Quem, podendo, não impede o pecado, ordena-o).
*****
No casulo há um homem
Mas o fundo é outro lado
;No casulo de seu tempo
Há um homemMas o fundo é outro lado.
É o casuloOnde o homem foi achado
Mas o fundo é outro lado.
É o terreno
Onde o homem foi lavrado
Mas o fundo é outro lado
É a treva
Onde o homem foi fechado
as o fundo é outro lado.
É o silêncio
De um homem soterrado
Mas o fundo é outro lado
(carlos nejar)
*****
No casulo há um homem
Mas o fundo é outro lado
;No casulo de seu tempo
Há um homemMas o fundo é outro lado.
É o casuloOnde o homem foi achado
Mas o fundo é outro lado.
É o terreno
Onde o homem foi lavrado
Mas o fundo é outro lado
É a treva
Onde o homem foi fechado
as o fundo é outro lado.
É o silêncio
De um homem soterrado
Mas o fundo é outro lado
(carlos nejar)
domingo, 30 de março de 2008
O mundo é semi-réptil, repetitivo e cáustico. Quando a criança se agacha, pega Deus com os olhos e chacoalha o seu destino de porco. E Deus nem se importa.A inocência mata.Herberto Hélder diz que é a delicadeza. Na casa sem portas, Deus está num andor vendo os homens incensando o seu poder de Pai. O mundo é mesmo insensato e absurdo. Arquiteto de tudo, Deus inventou o homem: uma tarântula movida pela fome.
(Araripe Coutinho é poeta, escritor e produtor cultural.)
(Araripe Coutinho é poeta, escritor e produtor cultural.)
quinta-feira, 27 de março de 2008
Russianas
Vamos deixar as janelas abertas
deixar o equilíbrio ir embora
E cuspir um dia qualquer no futuro....
E depois do começo o que vier vai começar a ser o fim
Um dia pretendo
Tentar descobrir
Porque é mais forte
Quem sabe mentir
Não estatize meus sentimentos
Pra seu governo
O meu estado é independente.
Nós somos tão modernos
Só não somos sinceros
Nos escondemos mais e mais
É só questão de idade
Passando dessa fase
Tanto fez e tanto faz.
Quem é o inimigo?
Quem é você?
Nos defendemos tanto tanto sem saber
Porque lutar
deixar o equilíbrio ir embora
E cuspir um dia qualquer no futuro....
E depois do começo o que vier vai começar a ser o fim
Um dia pretendo
Tentar descobrir
Porque é mais forte
Quem sabe mentir
Não estatize meus sentimentos
Pra seu governo
O meu estado é independente.
Nós somos tão modernos
Só não somos sinceros
Nos escondemos mais e mais
É só questão de idade
Passando dessa fase
Tanto fez e tanto faz.
Quem é o inimigo?
Quem é você?
Nos defendemos tanto tanto sem saber
Porque lutar
Compactos da Martha
Troquei sonhos por objetivos. Eles são mais compactos, ocupam menos espaço e dão mais certo!(Livro Tudo que eu queria te dizer - carta da Catarina)
Se começo a tomar um vinho sem controlar o número de cálices, me solto, visito galáxias, faço amizade com asteróides e perco o caminho de volta"
"Canso menos, me divirto mais, e não perco a fé por constatar o óbvio: tudo é provisório, inclusive nós."
"Eu agüento 5 minutos de suspense. Depois quero a vida às claras."
Paciência só para o que importa de verdade. Paciência para ver a tarde cair. Paciência para sorver um cálice de vinho. Paciência para a música e para os livros. Paciência para escutar um amigo. Paciência para aquilo que vale nossa dedicação. Pra enrolação, atalho.
Viver tem que ser perturbador... O que não me faz mover um músculo, o que não me faz estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da minha biografia
Todos temos nossas dores de estimação. O que nos diferencia uns dos outros é a capacidade de conviver amigavelmente com elas."
"Chegando lá, descobre-se que lá sempre fica em outro lugar: adiante."
Vamos deixar para sofrer pelo que é realmente trágico, e não por aquilo que é apenas um incõmodo, senão fica impraticável atravessar os dias"
Se começo a tomar um vinho sem controlar o número de cálices, me solto, visito galáxias, faço amizade com asteróides e perco o caminho de volta"
"Canso menos, me divirto mais, e não perco a fé por constatar o óbvio: tudo é provisório, inclusive nós."
"Eu agüento 5 minutos de suspense. Depois quero a vida às claras."
Paciência só para o que importa de verdade. Paciência para ver a tarde cair. Paciência para sorver um cálice de vinho. Paciência para a música e para os livros. Paciência para escutar um amigo. Paciência para aquilo que vale nossa dedicação. Pra enrolação, atalho.
Viver tem que ser perturbador... O que não me faz mover um músculo, o que não me faz estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da minha biografia
Todos temos nossas dores de estimação. O que nos diferencia uns dos outros é a capacidade de conviver amigavelmente com elas."
"Chegando lá, descobre-se que lá sempre fica em outro lugar: adiante."
Vamos deixar para sofrer pelo que é realmente trágico, e não por aquilo que é apenas um incõmodo, senão fica impraticável atravessar os dias"
terça-feira, 25 de março de 2008
Trechos
"...o presente não devolve o troco do passado...lugar de ser feliz não é supermercado..."
"nao quero medir a altura do tombo....... nem passar agosto esperando setembro!!!!!
"Tudo que se ganha nessa vida é pra perder... "
"vejo os pombos no asfalto eles sabem voar alto mas insistem em catar as migalhas do chão "
"Quando o homem inventou a roda logo Deus inventou o freio,um dia, um feio inventou a moda,e toda roda amou o feio"
"Ninguém é o mesmo, mesmo que se repita. A gente cresce para se separar, a gente deveria crescer para nos alcançar." (Fabrício Carpinejar)
"nao quero medir a altura do tombo....... nem passar agosto esperando setembro!!!!!
"Tudo que se ganha nessa vida é pra perder... "
"vejo os pombos no asfalto eles sabem voar alto mas insistem em catar as migalhas do chão "
"Quando o homem inventou a roda logo Deus inventou o freio,um dia, um feio inventou a moda,e toda roda amou o feio"
"Ninguém é o mesmo, mesmo que se repita. A gente cresce para se separar, a gente deveria crescer para nos alcançar." (Fabrício Carpinejar)
domingo, 9 de março de 2008
A vida que não vê todo mundo!
O mundo é salvo todos os dias por pequenos gestos. Diminutos, invisiveis. O mundo é salvo pelo avesso da importância. Pelo antônimo da evidência. O mundo é salvo por um olhar. Que envolve, abarca, resgata.
****
O macaco Alemão escapou. Tinha o vento sussurando promessas em seus ouvidos. Passou a vida tentando abrir o cadeado. Quando conseguiu, virou as costas e foi tomar uma cerveja. O macaco havia virado homem. Um zoologico serve para que o homem, diante da jaula de um outro, certifique-se de sua liberdade. No cativeiro, os animais se humanizam.
*** Perigosa é a pergunta: O que aconteceria se vc encontrasse a chave do cadeado invisível da sua vida?"****
"Sonhos não se encontram nas prateleiras, não basta atirar o cartão de crédito no balcão e sair com um debaixo do braço. Sonhos são touros xucros, têm que pegar à unha."
"Não acredito em heróis. Acho pobre e chato. Se de perto ninguém é normal, de perto ninguem é heroi. Um ser humano é mais completo e fascinante do que um herói. Desconfie dos heróis. Dê uma boa cheirada neles. Eles só se aproximam da verdade quando virados do avesso e promovidos a homem."
"Tudo o que somos é resultado do espanto. Como prescindir da possibilidade de se espantar? O melhor de ir para a rua espiar o mundo é que não sabemos o que vamos encontrar. Essa é a graça maior de ser repórter."
(Eliane Brum)
****
O macaco Alemão escapou. Tinha o vento sussurando promessas em seus ouvidos. Passou a vida tentando abrir o cadeado. Quando conseguiu, virou as costas e foi tomar uma cerveja. O macaco havia virado homem. Um zoologico serve para que o homem, diante da jaula de um outro, certifique-se de sua liberdade. No cativeiro, os animais se humanizam.
*** Perigosa é a pergunta: O que aconteceria se vc encontrasse a chave do cadeado invisível da sua vida?"****
"Sonhos não se encontram nas prateleiras, não basta atirar o cartão de crédito no balcão e sair com um debaixo do braço. Sonhos são touros xucros, têm que pegar à unha."
"Não acredito em heróis. Acho pobre e chato. Se de perto ninguém é normal, de perto ninguem é heroi. Um ser humano é mais completo e fascinante do que um herói. Desconfie dos heróis. Dê uma boa cheirada neles. Eles só se aproximam da verdade quando virados do avesso e promovidos a homem."
"Tudo o que somos é resultado do espanto. Como prescindir da possibilidade de se espantar? O melhor de ir para a rua espiar o mundo é que não sabemos o que vamos encontrar. Essa é a graça maior de ser repórter."
(Eliane Brum)
quarta-feira, 5 de março de 2008
"Muitas vezes, quando se torna quase impossível fechar uma reportagem e parece que tudo vai explodir ao meu redor, paro e me pergunto: o que estou fazendo aqui? A resposta vem de imediato: sou repórter, odiaria estar fora da confusão. Isso funciona. Lembro que adoro tudo o que cerca o nascimento da matéria, a correria, a incerteza, a investigação, a viagem atrás do depoimento. É o prazer supremo: o de ler e o ser lido" (Carlos Wagner)
segunda-feira, 3 de março de 2008
Varal
Meu sentimento vive quarando no varal.
Eu estico as pontas e penduro no pátio da minha vida,
No verão no pátio, no inverno na despensa
O meu sentir é estendido, como roupas alvas em exposição
Alvo é o meu sentir. Um alvo, pendurado.
Eu estico as pontas e penduro no pátio da minha vida,
No verão no pátio, no inverno na despensa
O meu sentir é estendido, como roupas alvas em exposição
Alvo é o meu sentir. Um alvo, pendurado.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Por mais que você escolha não viver,a vida te agarra em uma esquina. O melhor é logo se lambuzar nela,enfiar o pé na jaca. Vá, mesmo com medo. Não há como viver sem pecado.Então faça um favor para si mesmo:peque sempre pelo excesso!(Eliane Brum)
*******
Quando a terra cobriu a cova rasa do filho, o pai soube que seu coração permaneceria insepulto. Não há nada pior do que morrer de favor. A cova do pobre tem menos de sete palmos que é para facilitar o despejo do corpo quando vence os três anos de prazo. "Esse é o caminho do pobre" disse o pai. E disse com tal dor que a frase açoitou o cemitério da pobreza. Porque uma frase só existe quando é a extensão em letras da alma de quem a diz. É a soma das palavras e da tragédia que contém...(Eliane Brum/A Vida Que Ninguém Vê - "Enterro de Pobre)
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Quando a terra cobriu a cova rasa do filho, o pai soube que seu coração permaneceria insepulto. Não há nada pior do que morrer de favor. A cova do pobre tem menos de sete palmos que é para facilitar o despejo do corpo quando vence os três anos de prazo. "Esse é o caminho do pobre" disse o pai. E disse com tal dor que a frase açoitou o cemitério da pobreza. Porque uma frase só existe quando é a extensão em letras da alma de quem a diz. É a soma das palavras e da tragédia que contém...(Eliane Brum/A Vida Que Ninguém Vê - "Enterro de Pobre)
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Boba sim, burra não
`As vezes a vida parece uma raposa ladina que insidiosamente te prega peças. São ciladas que, não importa o quanto você leia, analise ou articule, faz se sentir bobo. Boba por si só já é uma palavra boba. Pueril. Inocente. Parece mais boba ainda quando cai em cima de você como uma chapa de concreto, cai do alto do céu sobre uma cabeça com mais de 30 anos. Adultos não gostam de se sentirem bobos. É uma pegaçao geral pagar mico poela bobice. Mas eu já me decidi. Eu vou ser boba sempre. Vou acreditar nas pessoas sempre. Eu sei que sendo boba fico mais vulnerável a ser enganada. E que também, por ser boba, é fácil me enganar. A vida para mim, a boba, é como um ladrão que rouba meu tamagochi das minhas mãos fingindo ser um tio legal. Eu quero ser boba e correr o risco de ser feliz e de confiar em todos do que ser esperta e desconfiar de todos e viver em aflição com medo que me enganem. Pessoas, podem me enganar. Eu sempre vou acreditar em vocês. Vou chorar quando me disserem a verdade, é claro, vou perguntar porque, pessoas, me fizeram de boba. Mas a cada manhã vou reafirmar minha fé em vocês, pessoas e correr o risco de ser ludibriada novamente. Eu por ser boba, tenho redenção, pois meu único pecado é a boa-fé. Acreditar demais e sempre nas pessoas é saber ser boba. Mas é preciso ter audácia para ser boba, enganada e continuar na convicção da bobeira. É preciso ser muito macho para continuar boba. Boba eu, que dou a cara a tapa e me mostro sem subterfúgios. Burro quem me estapeia com a túnica da mentira e enganação. Pode rir de mim, mas é provável que chore pela sua vida. Eu boba, posso chorar por você um tempo, mas vou me abrir para a vida. Porque a boba sempre olha para o horizonte com pueril ingenuidade. E como é boba, acredita que a humanidade tem jeito. E um dia com sua fé, pode encontrar uma outra pessoa boba que pense igual. Uma outra pessoa boba. Não burra!
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
A retórica do corpo

Discutir sempre dialética e retórica? Eu não quero um filósofo. Eu só quero um amor, um cara bonitinho e gatinho e inteligentinho. Sim, palavras têm força mas não se deve ser tão inflexível sobre elas. Sabe pq? O corpo fala. Segundo A Mehribian , são só onze por cento, a força da palavra. O resto e cinestésica e linguagem não verbal. Invocando o lado filosófico vamos citar EMERSON que diz: O QUE VC É GRITA TÃO ALTO QUE EU NÃO ESCUTO O QUE VC TÁ DIZENDO. Uma pessoa pode ser bem situada culturalmente, mas todas as teorias caem por terra quando se ama de vero. Vc pode citar Sócrates, Sófocles, Darwin. Vc pode orar por Deus, Buda e Krisnha, invocar o poder de druidas e as sagradas escrituras ou relatar de cor teses científicas. Você pode ter um monte de pré-requisitos e exigir isso de alguém, teorias, cultura, beleza, medidas perfeitas. Mas quando dá o click, tudo muda. Ninguém é como o amor da gente é. E isso é tão simples e tão democrático e singelo que é acessível a todos. Até uma faxineira pode amar ou um motorista de carreta que leva o feijão para sua mesa. E até os que fazem ou fizeram faculdade e os que são doutores, mestrandos ou pós graduados e sim, também líderes em multinacionais. Eis o fascínio da vida. Amar é simples. E é um poder que se estende a todos. Só exige boa vontade. Eu preencho todos os quesitos para você e você os meus. Ambos não temos ficha no SPC. Meu cabelo é louro e meus olhos são azuis, eu sei de cor os poemas de Mário Quintana e Fernando Pessoa. Eu sei até da precária situação em Burundi. E posso detonar o nivel de qualidade do BBB só para me escarafunchar no eruditismo. Você é um um cara tri gato, sabe falar, ser gentil, sensível e educado. Cita Niestche e adota a teoria carteziana,detesta a visao machista e sofredora e atualmente está lendo As entrevistas de nuremberg e a era dos extremos, de Eric Hosbawm. E as duas criaturas - eu e você - estamos sem parceria afetiva. Sem amor ou odor de namorado ou namorada. Deus desenhe essa explicação para nós dois. Sim eu adoro namorar, apertos e puxões com a pessoa certa. Eu no caso, adoro ser safada com a pessoa certa. Eu desejo um namorado incomodante, que não me deixa quieta, um safado só meu.Um namorante. Pode falar de Niestche. Ou não. O que não pode é me deixar na mão.
Os defeitos e os sapos
Um cara sem defeitos me intimidaria. Às vezes eu fico querendo que um homem venda o seu peixe ao contrário. Em vez de falar das qualidades, falar do que não é tão bom para consumo. Ah eu tenho um monte de defeitos. Emocionalmente sou carente, irritada, estourada, dependente. Eu queria que alguém tivesse o bom senso e a coragem de ser o anti herói e mostrar que pode e quer ser comprado pela sua falibilidade. Eu queria que alguém me dissesse: "olha só os defeitos dela, são tao grandes mas tão bonitinhos. Eu vou levá-la mesmo assim. Tão imperfeita, mas eu nem reparo. Tão perfeita na sua imperfeição que nem exige reparos."
***
Eu acho que num relacionamento é preciso saber engolir sapos. Aceitar as diferenças é uma coisa. Mas como eu sei que uma pessoa fica menos atrativa aos olhos da outra quando depende dela, isso e mais complicado que aceitar as diferenças. Aprendi isso: que ninguém muda a natureza de ninguém. Portanto, às vezes aceitar as diferenças requer em um ir para um lado e outro ir po outro.
***
Eu acho que num relacionamento é preciso saber engolir sapos. Aceitar as diferenças é uma coisa. Mas como eu sei que uma pessoa fica menos atrativa aos olhos da outra quando depende dela, isso e mais complicado que aceitar as diferenças. Aprendi isso: que ninguém muda a natureza de ninguém. Portanto, às vezes aceitar as diferenças requer em um ir para um lado e outro ir po outro.
Considerações
Mas eu acho que tanta transparência cedo demais incomoda. E tudo que é demais, cedo demais, é demais. Talvez eu seja alegre e não sei. Porque boto sempre a dor na frente de tudo o que vivencio.
***
Existe uma dor que não mata. Ela é chata porque não é lancinante. Mas ela está ai. Sempre lembrando que existe. É a dor "pedrinha de sapato". A gente calça ela e pode sair andando, mas ela fica incomodando. E nem é a gente que pisa nela. É ela que entra de sola na gente.
***
Tem gente que não tem vergonha de escancarar as feridas. Talvez a maneira de lidar com isso seja mostrando, jogando no ventilador. É uma forma inversa de defesa. Para dizer prá gente mesmo "Olha, no fundo somos fortes por demonstrarmos ser tão fracos." Como se o fato de se mostrar fraqueza merecesse redenção. Talvez seja extraviada pelo fato de estar me expondo e me encontrando pela própria experiência, sensibilidade, intuição e razão. Eu escapulo me mostrando. E esse é um outro embate, tão ardiloso quanto as máscaras que nos escondem.
***
Existe uma dor que não mata. Ela é chata porque não é lancinante. Mas ela está ai. Sempre lembrando que existe. É a dor "pedrinha de sapato". A gente calça ela e pode sair andando, mas ela fica incomodando. E nem é a gente que pisa nela. É ela que entra de sola na gente.
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Tem gente que não tem vergonha de escancarar as feridas. Talvez a maneira de lidar com isso seja mostrando, jogando no ventilador. É uma forma inversa de defesa. Para dizer prá gente mesmo "Olha, no fundo somos fortes por demonstrarmos ser tão fracos." Como se o fato de se mostrar fraqueza merecesse redenção. Talvez seja extraviada pelo fato de estar me expondo e me encontrando pela própria experiência, sensibilidade, intuição e razão. Eu escapulo me mostrando. E esse é um outro embate, tão ardiloso quanto as máscaras que nos escondem.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
Constatação
A melancolia decorre de uma certeza: qualquer objeto de desejo é uma decepção. A dor que dela escorre é uma fonte de inspiração.
sábado, 2 de fevereiro de 2008
Quem eu gostaria de encontrar
Um destino. Eu viajei sem ele. Esqueci o destino na sala de jantar. Ficou em cima da mesa, ao lado da pia. Estou evadida do próprio destino. Alcanço um outro ali na frente. Sigo cruzando bifurcações. To querendo encontrar minhas escolhas e decidir se quero mesmo deixar de lado todas as minhas renúncias. Eu quero encontrar palpitação...
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Carne Vale
Chegou o carnaval. Em latim, quer dizer a festa da carne. Muito movimento e arreganho para dar vazão a toda nossa alegria. Eu acho o máximo botar o bloco na rua. O dia que conseguirmos promover a folia em nossa própria passarela será a apoteose. Assim como a festa realizada em fevereiro, a folia pessoal exige preparo. A ginga nasce do suor. Mas a vida exige mais cadência. É preciso uma disposição ferrenha para manter o jogo de cintura. Segurar o tamborim. A vida exige tropeços. Se a passista for boa, saberá descer do salto sem perder a compostura. Até pode, mas dá jeito de se aprumar de novo. A vida deixa de imitar a arte no que trata-se do quesito fantasia. Tem muito mascarado no salão tratando de levar dez. Mas esses não merecem os melhores conceitos.Podem se sentir gratificados com as plumas e paetês. Serpentinas, afinal, são um tanto demodés. Merece dez quem dá a cara a tapa, mostra a dor por trás das lantejoulas, se estatela e levanta do chão. Não é que deva sacolejar sorrindo durante todo o trecho da vida. Tem eitos que são arados a lágrimas. Mas é preciso manter a convicção de ir adiante, sapatear a firmeza de ideais. Vencer a idéia do desânimo. Seja você campeão da sua própria Sapucaí.
Alfaiate virtual
Articulado, alinhavado e bem customizado...O alfaiate que há em mim tece lentamente as frases que são cerzidas durante diálogos, mais internos do que externos. Os nós são constantes. Alinhavando meus monólogos eu me enlio nas minhas própria retóricas. Sou mui humana, mas a gata que há em mim se enrola nos novelos de lãs incrustrados dentro das dobras da minha memória. Estou tricotando um pano de fundo onde me sobressaio no cenário da vida. Bem lépida, faceira, uma verdadeira costureira das palavras. Não, não sou caminhante de estradas em linhas retas. Antes uma escrevinhante desses guetos virtuais.
O espelho de narciso
Te vi noutras paradas; completamente diferente de mim, seja pelo conteúdo intrépido das citações, seja pela doçura do olhar e franqueza do sorriso. A impetuosidade, espírito guerreiro, impassividade diante da vida, se refletem até na disposição, e ótima argumentação, para o debate. Não gosto do info-voyeurismo, mas a correria da vida poderia obstaculizar algum contato mais próximo. Mas relações virtuais p/mim, são só uma porta de entrada, não um estacionamento...
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
Irreconciliável
Ela abriu a boca para beijar. E calou-se. Ele permaneceu mudo.
Disseram tudo. Ela virou-se. Agora tinha o mundo como pano de fundo.
Disseram tudo. Ela virou-se. Agora tinha o mundo como pano de fundo.
Dialogo
- Vou guardar grana para ir aí te ver!
- Bem lembrado, não eu, a grana.
- Fique bem guardada, não a grana, você!
- Bem lembrado, não eu, a grana.
- Fique bem guardada, não a grana, você!
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Quem sou eu
Sou sem barreiras.
Atenção: curva perigosa à direita e à esquerda.
Eu capoto nos meus precipícios.
Atenção: curva perigosa à direita e à esquerda.
Eu capoto nos meus precipícios.
Eu
Eu sou o meu algoz e pior que isso, porque ele é alguém que nunca vou conseguir capturar. Se ao menos eu pudesse prendê-lo e força-lo a parar com isso. Mas ele, o algoz permanece inabalável, com uma vontade estóica de nunca arrefecer. Eu admiro o algoz que há em mim, muito mais forte que minha vontade de vencer.
***
Eu me desconfiguro justamente no momento de maior demanda, em que a vida exige mais de mim, bem na hora do expediente, onde todo mundo trabalha arduamente. Dá um boot, apaga tudo. Eu capitulo. Fico em frente a minha tela sem saber o que fazer, esperando a vida passar. Muitas vezes eu rezei para ela passar rápido. Para que num piscar de olhos, eu os abrisse ali, bem no fim da minha vida útil. Pouparia umas boas dores. Sou ansiosa por natureza, essa é minha mania de querer acelerar tudo, até a vida. Mas às vezes penso em poupa-la. Eu me rastejo para dentro de mim mesma à espera do meu resgate, do meu autocontrole. Mas ele é sempre um bilhete que voa na praia. Quanto mais me agacho para pegá-lo, mais ele saltita um passo a frente. Eu descompasso. Perco a paciência e acho que não tenho jeito. Sou sem jeito comigo. Talvez por isso eu busco com vigor, ânsia e insucesso um sujeito. Que ele não sujeite-se aos meus bloqueios e nem aos boicotes do meu eu algoz. Sou assim, mirada na tristeza. Parece que a alegria não tem cota. Por isso, ele - o algoz - boicota. Busco um sujeito que faça pouco caso disso. Que se miche para o meu eu. Que seja heróico o suficiente para me entrelaçar. Mire a mim, mais profundo do que eu consiga ver. Um sujeito com jeitinho brasileiro, que dê um jeito no meu jeitinho. Que me enrede, e com sofreguidão, me torture com pitadas de alegria. Eu sou uma via de trânsito rápido, quero incorrer em todos esses percalços para achar o curso desse trajeto. Eu sou um trecho. Alguém venha me desbravar. Eu estou indo sem mim. Os anos passam voando. A estrada está ficando curta. Eu quero quem me conduza. A minha estrada tem que ter um timoneiro, mesmo que ele seja importado do mar. Importante que esteja disposto a amar.
***
Eu me desconfiguro justamente no momento de maior demanda, em que a vida exige mais de mim, bem na hora do expediente, onde todo mundo trabalha arduamente. Dá um boot, apaga tudo. Eu capitulo. Fico em frente a minha tela sem saber o que fazer, esperando a vida passar. Muitas vezes eu rezei para ela passar rápido. Para que num piscar de olhos, eu os abrisse ali, bem no fim da minha vida útil. Pouparia umas boas dores. Sou ansiosa por natureza, essa é minha mania de querer acelerar tudo, até a vida. Mas às vezes penso em poupa-la. Eu me rastejo para dentro de mim mesma à espera do meu resgate, do meu autocontrole. Mas ele é sempre um bilhete que voa na praia. Quanto mais me agacho para pegá-lo, mais ele saltita um passo a frente. Eu descompasso. Perco a paciência e acho que não tenho jeito. Sou sem jeito comigo. Talvez por isso eu busco com vigor, ânsia e insucesso um sujeito. Que ele não sujeite-se aos meus bloqueios e nem aos boicotes do meu eu algoz. Sou assim, mirada na tristeza. Parece que a alegria não tem cota. Por isso, ele - o algoz - boicota. Busco um sujeito que faça pouco caso disso. Que se miche para o meu eu. Que seja heróico o suficiente para me entrelaçar. Mire a mim, mais profundo do que eu consiga ver. Um sujeito com jeitinho brasileiro, que dê um jeito no meu jeitinho. Que me enrede, e com sofreguidão, me torture com pitadas de alegria. Eu sou uma via de trânsito rápido, quero incorrer em todos esses percalços para achar o curso desse trajeto. Eu sou um trecho. Alguém venha me desbravar. Eu estou indo sem mim. Os anos passam voando. A estrada está ficando curta. Eu quero quem me conduza. A minha estrada tem que ter um timoneiro, mesmo que ele seja importado do mar. Importante que esteja disposto a amar.
domingo, 20 de janeiro de 2008
Minicontos
Vivia cercado. Olhava e mirava para todos.
Distribuía abraços, fazia contatos, era tenaz em cada ato.
Sorrisos em profusão. Vivia cercado.
Construía a solidão enquanto se movimentava em meio a multidão.
***
Observava o chão, caminhava lentamente rumo à sapataria da esquina.
Um buraco assola seu coração. Mas ele pensava na sola do pé.
À mão estava o sapateiro. Ufano seria querer remendar a emoção.
Distribuía abraços, fazia contatos, era tenaz em cada ato.
Sorrisos em profusão. Vivia cercado.
Construía a solidão enquanto se movimentava em meio a multidão.
***
Observava o chão, caminhava lentamente rumo à sapataria da esquina.
Um buraco assola seu coração. Mas ele pensava na sola do pé.
À mão estava o sapateiro. Ufano seria querer remendar a emoção.
Desabitada
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
Solteiros por opção!
Questione algo inútil e receba uma resposta desconexa. Porque você está solteira? Vem na lata, "por opção"; "ainda não encontrei a pessoa certa". Eu desvio de perguntar, mas as vezes, é inevitável receber a resposta, mesmo que ela não tenha sido indagada. Porque toda pessoa sem par gosta de propagar que é esta uma opção? Se fosse realmente, seria uma convicção. Quem está solteiro por opção já encomendou sua cadeira cativa no céu. É padre, ou freira. Eles sim optaram pela vida celibatária e talvez até refutassem prováveis parceiros. O solteiro por opção não fica procurando o par ideal, porque sua predileção recai em estar só, em detrimento da companhia de alguém.
Quem se intitula solteiro por opção quer na verdade reverter o quadro provável que desenha na própria mente: de que está na solitude não porque ninguém lhe quer, mas porque ele (ou ela) não quis acolher as "opções" que se ofereceram como par. É uma tentativa - sutil e até despeitada - de converter uma idéia anexada para si mesmo, do insucesso amoroso. Parece feio não ter par; estar sem ninguém para abraçar. Parece que ninguém lhe quer para namorar. Por isso, o solteiro já se defende: "estou só por opção". Eu desconfio, desconfio não, tenho certeza, que feio, feio mesmo é se esconder do amor e até fingir que não se sente dor por estar só. Está certo, ninguém quer dó, pena. Mas temos de nos revelar para poder buscar alguém que nos tire do singular. Incorporemos a idéia de que somos solteiros porque não temos opção. Porque se a opção surgisse na nossa frente e nossos olhos brilhassem, reverteríamos o quadro. Seríamos par. Talvez se nos mostrássemos mais, essa tarefa seria mais fácil. E dividiríamos ela a dois.
Quem se intitula solteiro por opção quer na verdade reverter o quadro provável que desenha na própria mente: de que está na solitude não porque ninguém lhe quer, mas porque ele (ou ela) não quis acolher as "opções" que se ofereceram como par. É uma tentativa - sutil e até despeitada - de converter uma idéia anexada para si mesmo, do insucesso amoroso. Parece feio não ter par; estar sem ninguém para abraçar. Parece que ninguém lhe quer para namorar. Por isso, o solteiro já se defende: "estou só por opção". Eu desconfio, desconfio não, tenho certeza, que feio, feio mesmo é se esconder do amor e até fingir que não se sente dor por estar só. Está certo, ninguém quer dó, pena. Mas temos de nos revelar para poder buscar alguém que nos tire do singular. Incorporemos a idéia de que somos solteiros porque não temos opção. Porque se a opção surgisse na nossa frente e nossos olhos brilhassem, reverteríamos o quadro. Seríamos par. Talvez se nos mostrássemos mais, essa tarefa seria mais fácil. E dividiríamos ela a dois.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Se ser amazona é pré-requisito, então tamanho é documento
Esse texto vai ser curto e grosso. Muitos homens que pretensamente desejam um namoro sério infligem uma ansiosa, direta e precipitada pergunta à provavel candidata. Invariavelmente recai sobre as habilidades sexuais. Querem saber o quanto ela gosta de sexo, com qual intensidade, posições preferidas, despudores e ardores. Manias, teorias e peripécias. Querem saber isso sem olhar no olho, ainda antes de conhecer, sem nem ao menos verificar se vai dar o click, o clarão de luz que abre o precedente para a consequência disso tudo: amor na alma. Querem saber da cama antes que se acenda a chama do coração. E tão ansiosamente que desejam forçar o "alvo" a responder. Eles têm medo de investir em uma mulher que possa a vir a ser "fraca" demais no ato. Para esses apressadinhos não há resposta cabível. Somente uma pergunta, tão exigente e feroz quanto a própria abordagem imprópria deles. Se ser boníssima na cama é primoridal, então também devem avaliar o tamanho do próprio orgão sexual. Nada mais justo. Quem não aguarda para conferir se a mulher vale a pena, deve ter peito de propagar a centimetragem da investidura. Desconfio mesmo que nenhuma resposta desses homens iria adiantar. Mesmo que propagandeassem 25 centímetros de pura disposição ainda assim seriam mínimos. Não caberiam na minha compleição robusta. Sou dotada de sensibilidade. Vinte e cinco nem trinta centímetros não alcançam o tamanho ideal. Como diz Martha Medeiros, não é a altura , nem os músculos, nem os "membros" que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho. Rapazes, sejam sensíveis ao perguntarem. Vocês podem se surpreender com o que vão levar para casa. Não faz mal esperar. Apressado come cru. Independente de pré-requisitos, o amor é sempre quente. Paixão, afeto, carinho e vínculo fazem ferver as relações.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Dois mil e oito desejos bons
Não se perca da alegria.....
faça cocegas na tristeza
desembrulhe o otimismo
abra a caixa de pandora da ousadia
Viva em volume máximo..
sempre em sintonia com o canal do coração!!!
faça cocegas na tristeza
desembrulhe o otimismo
abra a caixa de pandora da ousadia
Viva em volume máximo..
sempre em sintonia com o canal do coração!!!
Um contador de histórias
"Como jornalistas, não podemos abrir mão da humildade. E é a ela, humildade, que eu quero contrapor a arrogância.De todas as vivencias que eu tive, as que ficaram incorporadas em minha vida não são aquelas de glamour, de reuniões em palácios, com empresários ou em viagens nacionais ou internacionais, que a gente sempre pensa com uma certa curiosidade quando se entra na profissão. As memórias que impulsionam a continuar são histórias de pessoas comuns. De gente simples que na maior parte das vezes fica sujeito ao silenciamento. Sem a ação consciente dos jornalistas só se tornam estatísticas de desemprego e violência. Stenhdal diz, sem se referir ao jornalismo, que é uma felicidade ter por profissão a sua paixão.
Queria relatar uma experiência singela de um operário da construção. Até hoje lembro de seu olhar, de sua história de vida, sacrifício e desesperança. Foi uma experiência tão impactante que terminada a entrevista eu não pude evitar que uma lágrima rolasse no meu rosto depois que me afastei. Não porque a história dele fosse espetacular, mas porque eu testemunhava olho no olho uma tragédia brasileira. Porque tinha consciência que a dureza da vida que ele levava não se limitava a ele. O que pude fazer? Contei a história de uma vida que oscilava entre o salário minimo e o desemprego, tentando resgatar pela minha escrita o respeito e a dignidade que lhe foram roubados. Às vezes parece pouco o que nós jornalistas podemos fazer, mas nosso trabalho pode dar visibilidade a esses problemas sociais.Guardo no coração histórias de sabedoria de mineiros de carvão, que trabalham nas profundezas da terra.
É uma alegria saber que as matérias saiam das salas de aulas, dos gabinetes e ganham as ruas, os becos, as esquinas, as fábricas. Quando se aprende a prestar atenção nos cheiros, nos sabores, nas cores do mundo, não se perde mais essa sensibilidade.
Mais do que estar no caminho certo, é preciso inocular o gosto pela profissão. O jornalismo pode ser a melhor profissão do mundo, mas nós já sabemos que ela não é nada fácil. É preciso superar-se o tempo todo. Não medir esforços para se qualificar. É quase um segredo, uma dica que eu vou dar. Quero que vocês não se esqueçam de conversar com as estrelas, com o sol, com a lua, com a terra, com o mar. Não esqueçam da filosofia, da poesia e de manter os sentidos atentos.Não esqueçam de ler muito, de exercitar o prazer do texto, o gosto pelas palavras, a procura da mais precisa e da mais simples. É imprescindível que não se perca a ética, essa companheira íntima e que deve ser inseparável de um profissional que honre o ofício. Não esqueçam do prazer que tem que ser permanente de descobrir e da alegria de contar histórias. Porque o jornalista é antes de tudo, um contador de histórias."
(Marta Cioccari, jornalista e professora da Unisinos)
Queria relatar uma experiência singela de um operário da construção. Até hoje lembro de seu olhar, de sua história de vida, sacrifício e desesperança. Foi uma experiência tão impactante que terminada a entrevista eu não pude evitar que uma lágrima rolasse no meu rosto depois que me afastei. Não porque a história dele fosse espetacular, mas porque eu testemunhava olho no olho uma tragédia brasileira. Porque tinha consciência que a dureza da vida que ele levava não se limitava a ele. O que pude fazer? Contei a história de uma vida que oscilava entre o salário minimo e o desemprego, tentando resgatar pela minha escrita o respeito e a dignidade que lhe foram roubados. Às vezes parece pouco o que nós jornalistas podemos fazer, mas nosso trabalho pode dar visibilidade a esses problemas sociais.Guardo no coração histórias de sabedoria de mineiros de carvão, que trabalham nas profundezas da terra.
É uma alegria saber que as matérias saiam das salas de aulas, dos gabinetes e ganham as ruas, os becos, as esquinas, as fábricas. Quando se aprende a prestar atenção nos cheiros, nos sabores, nas cores do mundo, não se perde mais essa sensibilidade.
Mais do que estar no caminho certo, é preciso inocular o gosto pela profissão. O jornalismo pode ser a melhor profissão do mundo, mas nós já sabemos que ela não é nada fácil. É preciso superar-se o tempo todo. Não medir esforços para se qualificar. É quase um segredo, uma dica que eu vou dar. Quero que vocês não se esqueçam de conversar com as estrelas, com o sol, com a lua, com a terra, com o mar. Não esqueçam da filosofia, da poesia e de manter os sentidos atentos.Não esqueçam de ler muito, de exercitar o prazer do texto, o gosto pelas palavras, a procura da mais precisa e da mais simples. É imprescindível que não se perca a ética, essa companheira íntima e que deve ser inseparável de um profissional que honre o ofício. Não esqueçam do prazer que tem que ser permanente de descobrir e da alegria de contar histórias. Porque o jornalista é antes de tudo, um contador de histórias."
(Marta Cioccari, jornalista e professora da Unisinos)
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
O pó das verdades
Você já cercou uma verdade sem importância? Falo das que se referem a relacionamentos. Daquelas em que os casais teimam em saber sobre romances passados. As tradicionais do tipo se o parceiro era melhor enquanto macho ou vice versa. São verdades que não precisam vir à tona, mas em algum momento teimamos em querer que ela seja aberta. Qual relacionamento resistiria hoje a uma dose exagerada de verdades? Saber de tudo o tempo todo, até de que forma o seu amor amou em tempos passados para quê? Talvez para se certificar que por ser o amor atual, você seja o melhor ou a melhor. Mas e se não for? E se o seu amor já amou alguém que considere melhor e inventa de escancarar: "Sim, era melhor! Mais suave, mais gentil, mais intenso ou ousado". Você está preparado para ouvir o ápice da sinceridade? Talvez chegar perto demais da verdade provoque um desmoronamento afetivo. As confissões podem ser usadas como munição na hora das brigas. É preciso saber não ceder ao convite que a pessoa lhe faz de falar tudo. Também é necessário segurar-se para não questionar sobre os mínimos detalhes.
Tem verdades que precisam ficar empoeiradas. Não tente espanar uma que já está adormecida. Antes, faça bom uso da naftalina. Seu amor, sua cabeça e seu parceiro vão agradecer. E suas endorfinas também. Aquelas substâncias produzidas no organismo que atuam como analgésicos naturais e proporcionam sentimentos de segurança, paz e tranquilidade.Arrancar as verdades do passado é procurar sarna prá se coçar, é tentar beliscar a assombração para ver se ela está viva, é disputar num território onde sentimentos já foram enterrados. É se chicotear á toa. E pior: sem algemas nem cinta liga, ou seja, sem nenhum bônus de compensação sexual.
Tem verdades que precisam ficar empoeiradas. Não tente espanar uma que já está adormecida. Antes, faça bom uso da naftalina. Seu amor, sua cabeça e seu parceiro vão agradecer. E suas endorfinas também. Aquelas substâncias produzidas no organismo que atuam como analgésicos naturais e proporcionam sentimentos de segurança, paz e tranquilidade.Arrancar as verdades do passado é procurar sarna prá se coçar, é tentar beliscar a assombração para ver se ela está viva, é disputar num território onde sentimentos já foram enterrados. É se chicotear á toa. E pior: sem algemas nem cinta liga, ou seja, sem nenhum bônus de compensação sexual.
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Putz, à quem me pariu
Morri
Soterrada sob minha pele
Escuto os ruídos
Da vida
********
Mas é um saco ficar sempre me levando à tiracolo
Cabe tanta coisa dentro de mim...
Eu ficaria mais leve se me livrasse de uns apetrechos
*****
Menina, preciso me contar uma coisa!
_ Conta, deixa eu até me sentar aqui prá me escutar.
Ah, esqueci o que tinha para me dizer!
Morri
Soterrada sob minha pele
Escuto os ruídos
Da vida
********
Mas é um saco ficar sempre me levando à tiracolo
Cabe tanta coisa dentro de mim...
Eu ficaria mais leve se me livrasse de uns apetrechos
*****
Menina, preciso me contar uma coisa!
_ Conta, deixa eu até me sentar aqui prá me escutar.
Ah, esqueci o que tinha para me dizer!
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Eu tenho um compromisso com minha tristeza
fujo da alegria quando ela quer me pegar pela mão
minha mãe sempre disse prá não conversar com estranhos!
***************
Extraviada, como uma carta que nunca chega no destino certo
ali, no meio de outras tantas, mas sem jamais ser lida...eu não consigo ser aberta
Eu me remeto ao meu próprio endereço mas extravio-me dentros dos meus becos sem saída...
Com diz Raduan Nassar: "Ninguém dirige aquele que Deus extravia"
fujo da alegria quando ela quer me pegar pela mão
minha mãe sempre disse prá não conversar com estranhos!
***************
Extraviada, como uma carta que nunca chega no destino certo
ali, no meio de outras tantas, mas sem jamais ser lida...eu não consigo ser aberta
Eu me remeto ao meu próprio endereço mas extravio-me dentros dos meus becos sem saída...
Com diz Raduan Nassar: "Ninguém dirige aquele que Deus extravia"
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
sábado, 27 de outubro de 2007
Certas pessoas erradas...
Enquanto não acho a pessoa certa me divirto com a errada. Certo? Errado!Eu canso de ouvir essa frase na boca de homens e mulheres e por vezes, tenho um tique de intolerância. Nada mais mentirosa do que uma frase clichê, perpetuada por bocas e bocas. Só porque alguém um dia disse, todo mundo gosta de plagiar. Se o plágio fosse inteligente, até passava. Eu discordo da frase e das pessoas que dizem isso por uma simples lógica: ninguém que esteja procurando a pessoa certa consegue se divertir com as erradas. No mínimo, frustra-se. Quem quer o certo, quando não acha, frustra-se com o errado. E que diversão há em fazer playground do sentimento de alguém se essa pessoa não te faz pulsar? Não nos divertimo-nos, sentimos angustiados ante a possibilidade de machucar alguém. E isso tira toda a descontração de um relacionamento errado que poderia ser divertido.
É verdade, todavia, que há pessoas que divertem-se com os errados. Mas é porque não estão procurando os certos. Simplesmente não procuram ainda. Estão no seu momento fugaz de ser. Sem teorias românticas, desprendidas de outros eus. Pode ser que a pessoa certa até entre na ciranda, mas ela nao vai reconhecer. Simplesmente porque está ocupada demais divertindo-se com os errados. Quando queremos a certa, não perdemos tempo brincando com as erradas. Achamos o tempo muito precioso para tentativas inúteis.
É verdade, todavia, que há pessoas que divertem-se com os errados. Mas é porque não estão procurando os certos. Simplesmente não procuram ainda. Estão no seu momento fugaz de ser. Sem teorias românticas, desprendidas de outros eus. Pode ser que a pessoa certa até entre na ciranda, mas ela nao vai reconhecer. Simplesmente porque está ocupada demais divertindo-se com os errados. Quando queremos a certa, não perdemos tempo brincando com as erradas. Achamos o tempo muito precioso para tentativas inúteis.
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Pecado per cápita
A gula é o tempero da vida
A gente pode descascar vários abacaxis pensando nela
fazendo dela uma virtude apimentada
mas eu também acho
é preciso ter uma pitadinha dos outros seis pecados capitais
são sete no total, para se fazer uma infusão per cápita
afinal, não adianta nada ser capital,
se não é pra eleger prazeres individuais!
A gente pode descascar vários abacaxis pensando nela
fazendo dela uma virtude apimentada
mas eu também acho
é preciso ter uma pitadinha dos outros seis pecados capitais
são sete no total, para se fazer uma infusão per cápita
afinal, não adianta nada ser capital,
se não é pra eleger prazeres individuais!
Passa essa música adiante...
Passa o homem
e seus planos
Também passam
Passam pessoas e seus sonhos
Passam também
Passam rancores
Passam lugares, desacertos
Passa o tempo,
passa a fama
O corpo passa
Passa o dinheiro
Passa o ano
A vida passa
Deixa passar
***
Mil acasos me levam por aí
Na espuma do tempo, no temporal
Mil acasos me dizem o que sou
(SkanK)
e seus planos
Também passam
Passam pessoas e seus sonhos
Passam também
Passam rancores
Passam lugares, desacertos
Passa o tempo,
passa a fama
O corpo passa
Passa o dinheiro
Passa o ano
A vida passa
Deixa passar
***
Mil acasos me levam por aí
Na espuma do tempo, no temporal
Mil acasos me dizem o que sou
(SkanK)
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
pITÔNiCaS!
EU SOU MELHOR QUE EU. MAS AINDA NEM ME DEI CONTA DISSO!
POR ORA, AINDA ESTOU NA IGNORÂNCIA DE QUE EU SOU PIOR DO QUE EU SOU
SERIA DIFERENTE SE EU SOUBESSE PENSAR PRÁ FRENTE
NINGUÉM CONSEGUE BAGUNÇAR O MEU PENSAMENTO ENGESSADO
PRECISO DE UMA MOLDURA, UMA SANCA EM POLIURETANO PARA EMBELEZAR O MEU PENSAR
PRECISO DE UMA MÃO, UM OMBRO, O CORPO TODO
UM REGAÇO PRÁ DEITAR ESSE PENSAMENTO TORTO!
***
Se está em qualquer profecia
que o mundo se acaba um dia
hoje seria um dia tão bom
quanto aquele que virá no futuro
Se eu fosse Deus
eu o Faria
Hoje ainda
nao esperaria um dia...
***
eu tenho olhos que dizem tudo
até eu tento enganá-los
desviá-los por verdades estrábicas,
que nem são minhas
mas sendo eles transparentes
sempre miram a nudez
da minha alma...
POR ORA, AINDA ESTOU NA IGNORÂNCIA DE QUE EU SOU PIOR DO QUE EU SOU
SERIA DIFERENTE SE EU SOUBESSE PENSAR PRÁ FRENTE
NINGUÉM CONSEGUE BAGUNÇAR O MEU PENSAMENTO ENGESSADO
PRECISO DE UMA MOLDURA, UMA SANCA EM POLIURETANO PARA EMBELEZAR O MEU PENSAR
PRECISO DE UMA MÃO, UM OMBRO, O CORPO TODO
UM REGAÇO PRÁ DEITAR ESSE PENSAMENTO TORTO!
***
Se está em qualquer profecia
que o mundo se acaba um dia
hoje seria um dia tão bom
quanto aquele que virá no futuro
Se eu fosse Deus
eu o Faria
Hoje ainda
nao esperaria um dia...
***
eu tenho olhos que dizem tudo
até eu tento enganá-los
desviá-los por verdades estrábicas,
que nem são minhas
mas sendo eles transparentes
sempre miram a nudez
da minha alma...
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
domingo, 16 de setembro de 2007
Quero de volta o meu direito de ser frágil!
Desde que as mulheres queimaram sutiã em praça pública, em 1960, para protestar contra a opressão masculina, não tivemos mais sossego. Vivemos um turbilhão de eventos que nos levam e obrigam a ser modernas, independentes, decididas e objetivas. Nunca mais tivemos direito de ser dependentes e frágeis emocionalmente. Eu quero meu direito de volta. Necessito ter um colo masculino, chorar, sentir-me protegida e de um homem que ajude-me a administrar as contas. Não que ele as pague, afinal tenho necessidade de ser parceira na hora de batalhar. Mas putz, desejo que ele me diga: "amor, não esqueça, hoje vence o seu carnê, posso pagar a você." Eu nem exijo direitos tão iguais. Até porque com tanta evolução, ainda ganhamos 30 por cento menos na folha salarial para exercer a mesma e competente função no mercado de trabalho. Quero ter direito a usar lingerie de algodão bem simples e confortável. Não suporto fazer o tipo mulher fatal, independente, autosuficiente que sabe insinuar-se perante rendas finíssimas e um bumbum irretocável, próprio para usar fio dental. Eu nem sei fazer direito baliza e que mal há nisso? É antropológico não saber. Não tenho a mesma percepção espacial dos homens. Sou mulher. Desde o mundo das cavernas é assim, porque agora eu preciso ser braço na direção. Pinóia. Não tenho essa obrigação. Quero ser tratada como rainha do lar quando estou no lar. Sim, adoro trabalhar fora, ser eficiente na minha função, não sou de forma alguma subserviente. Tenho minhas opiniões, muitas são contudentes às vezes. Mas eu não quero ser super mulher todos os dias. Por favor, deixem-se ser dependente emocionalmente do regaço masculino sem temer ser chamada de Mariazinha. Eu troco meus dias de tigresa por uma pacífica existência de gatinha manhosa.
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Rodo cotidiano

Não tem nada de lírico na pobreza, mas do jornalismo que se faz dela sim. Sou apaixonada pela profissão e isso se deve ao fato de poder entrar na casa e na vida alheia. Conhecer anseios e mesmo frustrações. Por isso misturo o jornalismo literário com o social. Gosto de escavar histórias aparentemente pobres, de gente singela. O que uma senhora analfabeta, moradora de um casebre cheio de fendas e goteiras tem a dizer? Meu trabalho é dar voz a ela. Mais do que isso, ouvir o que ela diz, mesmo sabendo que não conseguirá expressar-se adequadamente através das palavras. Quando dou um passo para dentro da casa e da vida de uma pessoa, presto atenção nas paredes, quadros, na expressão do rosto, vincos da testa, no aperto de mãos. Acredito ter o dever de perceber a linguagem eloqüente dos sinais e passar isso para o papel. Transmitir o cheiro que recende do ambiente, da vida que está na minha frente. O olhar deve ser treinado para observar mais do que uma outra pessoa. É dever jornalístico passar ao leitor o que nenhum outro visitante da casinha perceberia, se adentrasse nela. Obrigação decodificar cheiros, gostos e sabores que se descortinam sob o véu da pobreza. Mais do que isso, temos de ter o ideal - quase um dever - de mostrar o valor impagável de todas as pessoas perante seus destinos. Apresentar argumentos para convencer que todos merecem viver com dignidade na boa e bela companhia do anonimato. Nosso trabalho é fazer o leitor perceber que na retaguarda de um plano de vida aparentemente insípido, esconde-se uma lenda pessoal. Alguém lutando para não ser denegrido pela cor da pele, falta do vil metal ou ausência da escolaridade. Uma matéria sobre o assunto não vai mudar a mundo e nem cabeça de ninguém. Mas muitas, transformarão a visão de quem lê. Ao bater sutilmente nesse rodo cotidiano, a tecla da imprensa pode desfazer preconceitos. Quebrar o gelo que transpassa pelas classes sociais. E a voz calada de gente simples têm grande chance de ressugir das verdades adormecidas. Saberemos então que nenhuma palavra será escrita para nascer morta.
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Não fica parado na cadeira, presidente!

Os olhos azuis saltitantes denunciam toda a curiosidade que uma menininha pode ter do mundo. Com oito anos, Marianna poderia olhar o horizonte com óculos rosa pink e pensar apenas em seu jeito brejeiro de moleca. E com certeza ela faz isso sim. Mas tem um senso aguçado de justiça. Talvez na tenra idade, já transpareça uma certa ansiedade para rearranjar o planeta.
Essa entrevista foi realizada ao anoitecer de uma quarta-feira quente quando Marianna estava disposta a falar e se deixar ser indagada. Aqui um pouco da sua visão de mundo:
1- Como você vê a vida?
" A vida é boa. É alegre e divertida. Tenho muitos amigos e nós brincamos de várias coisas, como contar piadas e fazer charadas. Espero ter ainda mais amigos. Quero me divertir mais. Estar brincando, lendo, rabiscando, sonhando"
2- E das pessoas, o que você acha?
"Ninguém é especial, pois todo mundo tem seus defeitos. Mas todo mundo é como é"
3- O que você gosta de fazer?
"Eu gosto de ler. A leitura me ensina a falar palavras difíceis, que eu não sei ainda. Quando eu leio, vejo todos os que participam da história na minha frente. A leitura deixa a gente mais inteligente, porque a gente vai conhecendo as coisas."
4- E o que você pensa sobre o amor?
"O amor é uma coisa boa que todo mundo tem que ter. Para mim, o amor é fazer as pessoas felizes e isso é a coisa que elas mais querem. O amor deixa elas mais alegres"
5- Como a gente pode demonstrar amor pelas pessoas?
"O amor é dar as coisas que a gente não usa para as pessoas pobres. Outro exemplo é quando uma pessoa ama outra que ela viu. Ela tem que chegar na frente e dizer: eu amo você."
6- Você acha que amor então é dar coisas as pessoas pobres?
"Não é só isso, mas eu fico triste vendo pessoas pobres. Com pena de elas não terem nada, nem para comer. Queria poder ajudar, falar com o presidente."
7- O que você diria ao presidente?
"Ia falar para o presidente Lula considerar as pessoas que não têm nada na vida. Dizer que elas têm pouca comida. Queria dizer para ele ajudar, não ficar parado na sua cadeira ordenando para elas pagarem impostos"
8- E você acha que isso iria adiantar?
Acho que iria se eu falasse com calma. Ia dizer que isso tudo é problema dele. Porque se ele não ajudar, as pessoas não irão ter mais dinheiro para pagar ele e então vão ter de morar debaixo da ponte. E a ponte é propriedade dele"
(Pára mãe, eu não tenho mais idéias!)
P.S: essa entrevista foi feita com a minha filha. Fui o mais fiel possível ao seu linguajar, apenas suprimi algumas repetições e erros de concordância. Mas o vocabulário é dela. O orgulho é meu!!!
Essa entrevista foi realizada ao anoitecer de uma quarta-feira quente quando Marianna estava disposta a falar e se deixar ser indagada. Aqui um pouco da sua visão de mundo:
1- Como você vê a vida?
" A vida é boa. É alegre e divertida. Tenho muitos amigos e nós brincamos de várias coisas, como contar piadas e fazer charadas. Espero ter ainda mais amigos. Quero me divertir mais. Estar brincando, lendo, rabiscando, sonhando"
2- E das pessoas, o que você acha?
"Ninguém é especial, pois todo mundo tem seus defeitos. Mas todo mundo é como é"
3- O que você gosta de fazer?
"Eu gosto de ler. A leitura me ensina a falar palavras difíceis, que eu não sei ainda. Quando eu leio, vejo todos os que participam da história na minha frente. A leitura deixa a gente mais inteligente, porque a gente vai conhecendo as coisas."
4- E o que você pensa sobre o amor?
"O amor é uma coisa boa que todo mundo tem que ter. Para mim, o amor é fazer as pessoas felizes e isso é a coisa que elas mais querem. O amor deixa elas mais alegres"
5- Como a gente pode demonstrar amor pelas pessoas?
"O amor é dar as coisas que a gente não usa para as pessoas pobres. Outro exemplo é quando uma pessoa ama outra que ela viu. Ela tem que chegar na frente e dizer: eu amo você."
6- Você acha que amor então é dar coisas as pessoas pobres?
"Não é só isso, mas eu fico triste vendo pessoas pobres. Com pena de elas não terem nada, nem para comer. Queria poder ajudar, falar com o presidente."
7- O que você diria ao presidente?
"Ia falar para o presidente Lula considerar as pessoas que não têm nada na vida. Dizer que elas têm pouca comida. Queria dizer para ele ajudar, não ficar parado na sua cadeira ordenando para elas pagarem impostos"
8- E você acha que isso iria adiantar?
Acho que iria se eu falasse com calma. Ia dizer que isso tudo é problema dele. Porque se ele não ajudar, as pessoas não irão ter mais dinheiro para pagar ele e então vão ter de morar debaixo da ponte. E a ponte é propriedade dele"
(Pára mãe, eu não tenho mais idéias!)
P.S: essa entrevista foi feita com a minha filha. Fui o mais fiel possível ao seu linguajar, apenas suprimi algumas repetições e erros de concordância. Mas o vocabulário é dela. O orgulho é meu!!!
Legenda: Marianna e seu cão Teddy
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Texto de verdade!
Vontade de ser similar a ela. Ao menos um genérico dela. Uma homenagem à sensibilidade de uma jornalista que luta contra o olhar domesticado. Eliane Brum e um trecho seu, da série A Vida que Ninguém Vê:
O SAPO
“O mais incrível é que o Sapo estava ali havia 30 anos. E há mais de uma década nos cruzávamos na Rua da Praia. Minha cabeça no alto, a dele no rés-do-chão. Eu mirando o seu rosto. Ele, os meus pés. Só dias atrás tive a coragem de me agachar e nivelar nossos olhares, subvertendo as regras do jogo de que ambos participávamos. Não nos reconhecemos.
Descobri que o nome dele é Alverindo. Ele soube que me chamo Eliane. Contou-me que os amigos o conhecem por ‘seu Vico’, e o povo da rua por Sapo. Por causa da eterna posição, lambendo com a barriga as pedras da rua. Contei-lhe que sou jornalista e escreveria sobre ele. E então apertamos as mãos. Eis o que conversamos:
— Como o senhor está?
— Com saúde e bastante preguiça. Preguiça, pra dizer bem a verdade, até por dentro dos olhos.
— Como é a Rua da Praia aí de baixo?
— Olha, é só perna. Um mar de pernas. Mas eu não vejo só perna, não. Vejo de tudo um pouco. Vejo coisa que nem devia…”
O SAPO
“O mais incrível é que o Sapo estava ali havia 30 anos. E há mais de uma década nos cruzávamos na Rua da Praia. Minha cabeça no alto, a dele no rés-do-chão. Eu mirando o seu rosto. Ele, os meus pés. Só dias atrás tive a coragem de me agachar e nivelar nossos olhares, subvertendo as regras do jogo de que ambos participávamos. Não nos reconhecemos.
Descobri que o nome dele é Alverindo. Ele soube que me chamo Eliane. Contou-me que os amigos o conhecem por ‘seu Vico’, e o povo da rua por Sapo. Por causa da eterna posição, lambendo com a barriga as pedras da rua. Contei-lhe que sou jornalista e escreveria sobre ele. E então apertamos as mãos. Eis o que conversamos:
— Como o senhor está?
— Com saúde e bastante preguiça. Preguiça, pra dizer bem a verdade, até por dentro dos olhos.
— Como é a Rua da Praia aí de baixo?
— Olha, é só perna. Um mar de pernas. Mas eu não vejo só perna, não. Vejo de tudo um pouco. Vejo coisa que nem devia…”
Cristal!
O papel dá poesia!
As dificuldades viram poemas lindos em folhas de papéis.
Fica tão bonito esboçar histórias tristes e mensagens de superação, de que a vida tem valor e de que eu tenho valor diante da vida! Desculpe-me Shakeaspeare, é sim também com você que estou falando! Mas é uma visão tão poliana ler e se inundar com essa retórica positivista vista a partir dos percalços cotidianos .
Pela caneta, provação e privação vira saga, jornada, trajetória ou desafio. Vale para produzir poemas, afinal ninguém faz versos compostos apenas por alegrias, seria muito fútil. O bonito é escrever quando existe tristeza. A melancolia é lírica. Dá um toque todo especial numa ode, num verso ou composição. É companheira ideal para os poetas. Mas na vida real, pôxa, esse requinte vira estôrvo. Melancolia quando sai das palavras e gruda na gente transforma-se em esculacho, uma super bonder que incomoda e não parece nada atraente, ao contrário, aparenta um rinoceronte. Eu prefiro desenhar borboletas coloridas, se é para riscar no papel alguma coisa bonitinha que vivenciei. Belos poemas, adoro lê-los, me solidarizo e emociono com eles. Mas opto para que fiquem apenas como um talento utópico, o qual eu nunca terei, já que para escrever tão lindamente é preciso invocar a experiência. Belos poemas geram turbilhões de emoções no papel, pergaminho, folha de almaço. Vida real, se me permitem a rima pobre, não é nada maternal.
Fica tão bonito esboçar histórias tristes e mensagens de superação, de que a vida tem valor e de que eu tenho valor diante da vida! Desculpe-me Shakeaspeare, é sim também com você que estou falando! Mas é uma visão tão poliana ler e se inundar com essa retórica positivista vista a partir dos percalços cotidianos .
Pela caneta, provação e privação vira saga, jornada, trajetória ou desafio. Vale para produzir poemas, afinal ninguém faz versos compostos apenas por alegrias, seria muito fútil. O bonito é escrever quando existe tristeza. A melancolia é lírica. Dá um toque todo especial numa ode, num verso ou composição. É companheira ideal para os poetas. Mas na vida real, pôxa, esse requinte vira estôrvo. Melancolia quando sai das palavras e gruda na gente transforma-se em esculacho, uma super bonder que incomoda e não parece nada atraente, ao contrário, aparenta um rinoceronte. Eu prefiro desenhar borboletas coloridas, se é para riscar no papel alguma coisa bonitinha que vivenciei. Belos poemas, adoro lê-los, me solidarizo e emociono com eles. Mas opto para que fiquem apenas como um talento utópico, o qual eu nunca terei, já que para escrever tão lindamente é preciso invocar a experiência. Belos poemas geram turbilhões de emoções no papel, pergaminho, folha de almaço. Vida real, se me permitem a rima pobre, não é nada maternal.
Rima vã!
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Explicações de eus
Uma das coisas que mais gosto é ouvir e analisar a definição do que as pessoas dizem que são. Na década de 80, Léo Jaime embalava uma letrinha sem maiores pretensões: Quem sou e e quem é você nessa história eu não sei dizer, mas eu acredito que ninguém tenha vindo para o mundo a passeio...Marisa Monte verbalizou em uma de suas canções: sou pequenina e também gigante. Raul Seixas vociferou como nunca, que era as coisas da vida e o medo de amar. E é claro, a luz das estrelas. Clarice Lispector jamais passou da sua própria interrogação: Eu sou uma pergunta, salientava ela. Já a cronista Martha Medeiros não esconde de ninguém que tem um elenco de protagonistas dentro de si: "sou tantas que não consigo me reconhecer na rua." Mas foi Oswaldo Montenegro quem eternizou a explicação ao entoar poesia em forma de música: "metade de mim é amor, a outra metade também."
Em tempos de internet, basta entrar no orkut e ler o perfil do dono da página. Quem sou eu: geleira ou vulcão; tormenta ou calmaria, sou gaivota, fui sereia. São tantas coisas pra dizer de nós. Alguém um dia disse que somos o resultado de tudo que passamos. Eu sou o que fui. É vero. Veríssimo. Esse aliás se diz em uma de suas autofinições irônicas, "gigolô das palavras" . Talvez todos sejamos amplos, abrigamos multidões. Mas eu me arrepio na definição de Fernando Pessoa: Eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura...Todavia, navegante que sou deste barco de emoções que atracam dentro de mim, sei que me descompreendo. Deslizo para dentro e para fora do meu porto, as vezes estaciono, em outras, eu nem quero chegar. Em várias, quero capitanear mais autonomia, ser mais dona de mim mesma. Mas na maioria das vezes, sei que nunca saberei de mim. E sabe o que? Isso é tudo que eu preciso saber!
Em tempos de internet, basta entrar no orkut e ler o perfil do dono da página. Quem sou eu: geleira ou vulcão; tormenta ou calmaria, sou gaivota, fui sereia. São tantas coisas pra dizer de nós. Alguém um dia disse que somos o resultado de tudo que passamos. Eu sou o que fui. É vero. Veríssimo. Esse aliás se diz em uma de suas autofinições irônicas, "gigolô das palavras" . Talvez todos sejamos amplos, abrigamos multidões. Mas eu me arrepio na definição de Fernando Pessoa: Eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura...Todavia, navegante que sou deste barco de emoções que atracam dentro de mim, sei que me descompreendo. Deslizo para dentro e para fora do meu porto, as vezes estaciono, em outras, eu nem quero chegar. Em várias, quero capitanear mais autonomia, ser mais dona de mim mesma. Mas na maioria das vezes, sei que nunca saberei de mim. E sabe o que? Isso é tudo que eu preciso saber!
É uma felicidade ter por profissão a sua paixão

Férias!Tantos dias à deriva....parece um privilégio tanto ócio remunerado. Mas não. Eu gosto da labuta: entrevistar, parlar, escrever, achar títulos criativos, contar aos outros o que meus olhos vêem, tirar do anonimato a pessoa que mora na rua tal, de sobrenome sicrano que passa por uma circunstância jornalística. De toda minha experiência na faculdade de Jornalismo, aprendi a amar o gosto e o sabor que a gente deve dar a uma reportagem, seja ele doce ou amargo. Incorporei isso graças a professores que aprendi a amar, a quem eu chamo mestres. Uma delas é Martha Cioccari:"É uma alegria saber que as matérias saiam das salas de aulas, dos gabinetes e ganham as ruas, os becos, as esquinas, as fábricas. Quando se aprende a prestar atenção nos cheiros, nos sabores, nas cores do mundo, não se perde mais essa sensibilidade. Mais do que estar no caminho certo, é preciso inocular o gosto pela profissão. O jornalismo pode ser a melhor profissão do mundo, mas nós já sabemos que ela não é nada fácil. É preciso superar-se o tempo todo. Não medir esforços para se qualificar. E nessa movimentação, quero que vocês lembrem, nos momento de maior dificuldade. É quase um segredo, uma dica, eu quero que vocês não se esqueçam de conversar, com as estrelas, com o sol, com a lua, com a terra, com o mar. Eu confesso que nos piores momentos da minha vida, esses elementos nunca me faltaram porque neles há uma energia divina que pode ser compartilhada por nós. Eu quero que vocês não se esqueçam da filosofia, da poesia e de manter os sentidos atentos.Não se esqueçam de ler muito, de exercitar o prazer do texto, o gosto pelas palavras, a procura da frase mais precisa e da mais simples. É imprescindível que não se perca a ética, essa companheira íntima e que deve ser inseparável de um profissional que honre o ofício. Não se esqueçam do prazer que tem que ser permanente de descobrir e da alegria de contar histórias. Porque o jornalista é antes de tudo, um contador de histórias."
PS: A foto é da cobertura de um protesto do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)
terça-feira, 14 de agosto de 2007
Eu provo sempre o vinagre e o vinho. Quero é ter tentação no caminho...

(É o Raul Seixas dizendo que a gente tem que fazer, ousar, assumir o risco de ser feliz ou não, mas pelo menos ter tentado. Isso aí Raulzito.)
ENTRE A DOR E O NADA, PREFIRO A DOR!
ENTRE A DOR E O NADA, PREFIRO A DOR!
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
O corvo

Um corvo está sentado numa árvore o dia inteiro sem fazer nada. Um pequeno coelho vê o corvo e pergunta:- "Eu posso sentar como você e não fazer nada o dia inteiro?"O corvo responde: - "Claro, porque não?"O coelho senta no chão embaixo da árvore e relaxa. De repente uma raposa aparece e come o coelho.Conclusão: Para ficar sentado sem fazer nada,você deve estar no topo.
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
A vida é líquida!
Um pouco de Hilda Hist:
"É crua a vida. Alça de tripa e metal.
A vida é líquida...
Bebendo, Vida, recusamos o sólido
Bebendo, Vida, invento casa, comida
Embriagada. Interdita. Ama-me.
Sou menos quando não sou líquida.
............
Vamo brincá de pinel? Que é isso de ficá loco e cortá a garganta dos otro?Vamo brincá de autista? Que é isso de se fechá no mundão de gente e nunca mais ser cronista? ...
terça-feira, 31 de julho de 2007
Ventania!
As portas batem dentro de mim. Sinto os ventos chegando pelos pés, atucanam meu calcanhar de aquiles, causam chiado na espinha dorsal e vão parar no córtex cerebral. Vêm me dizer coisas que o coração pediu. Querem ajudá-lo a me convencer de coisas que há muito tempo sussura e eu não escuto. Os ventos me xingam, ceifam minhas justificativas rasas. E eu penso que sou compensado. Uma ripa fina. Eles sopram forte e me desabonam de qualidades.Bradam que eu não sei ser madeira nobre. Nem parece que nasci pau-brasil. Pegam no cós das minhas geleiras. Mandam eu me livrar de minhas paranóias já rançosas e mofadas. Escuto um barulho surdo. É a ventania indo embora. Agora sobra a mim de novo. Impregnada de paranóia. Eu não me deixo em paz.
terça-feira, 17 de julho de 2007
Os riscos de nossas highways

A vida é mesmo uma pista de via rápida.
Passamos por ela velozmente, muitas vezes sem nos depararmos para olhar as placas impressas com as nossas sensações. Cento e dez, cento e vinte, cento e sessenta...o coração turbinado indica um horizonte cheio de possibilidades. Talvez mais azul ou trêmulo, não interessa. Não precisamos saber prá onde vamos, só precisamos ir. O mote é esse. E eu amo cantar essa idéia com os Engenheiros do Havaí. É muito bom permitir ao vento de nossas emoções corar o rosto.
*** "Estamos vivos e isto é tudo. É sobretudo a lei da Infinita Highway"
Passamos por ela velozmente, muitas vezes sem nos depararmos para olhar as placas impressas com as nossas sensações. Cento e dez, cento e vinte, cento e sessenta...o coração turbinado indica um horizonte cheio de possibilidades. Talvez mais azul ou trêmulo, não interessa. Não precisamos saber prá onde vamos, só precisamos ir. O mote é esse. E eu amo cantar essa idéia com os Engenheiros do Havaí. É muito bom permitir ao vento de nossas emoções corar o rosto.
*** "Estamos vivos e isto é tudo. É sobretudo a lei da Infinita Highway"
domingo, 15 de julho de 2007
Certos rituais incertos!

Sempre achei que rituais não nos casam. A união de corações acontece bem antes do padre dar a benção ou não ocorre nunca, independente
da vontade do sacerdote . Mas cerimônias até que são bem vindas. Senti isso no casamento de Josi e Emílio, onde a comunhão entre os dois era visível. A grande manchete no mundo desses dois jornalistas era de que o amor venceu. E quem não acredita em rituais - como eu - pode dar-se por vencido. No mínimo, eles servem para oficializar a notícia de que a alma está em festa.
(Na foto, uma galerinha que estava no casório e que se emocionou!)
quarta-feira, 4 de julho de 2007
Primeira Pessoa

terça-feira, 3 de julho de 2007
segunda-feira, 2 de julho de 2007
* * * "E este coração acomodado aí no peito? Use-o, ora bolas. Não fique se protegendo de frustrações só porque um amor não deu certo. Não enviuve de si mesmo, ninguém morreu."
*** Não é fácil dar a cara sem defesa, entregar o rosto virgem, deixando transparecer nossa alegria e nossa dor. É o Zorro de cada um.
* ** Não tenha pressa para amar, mas não perca tempo patinando sem sair do lugar
(Martha Medeiros: ela sabe tudo. E sempre me faz pensar!)

*** Não é fácil dar a cara sem defesa, entregar o rosto virgem, deixando transparecer nossa alegria e nossa dor. É o Zorro de cada um.
* ** Não tenha pressa para amar, mas não perca tempo patinando sem sair do lugar
(Martha Medeiros: ela sabe tudo. E sempre me faz pensar!)
domingo, 1 de julho de 2007
Clarice Lispector me emociona:
"Nasci dura, heróica, solitária e em pé. A feiúra é o meu estandarte de guerra. Eu amo o feio com um amor de igual para igual. E desafio a morte. Eu - eu sou a minha própria morte. E ninguém vai mais longe. O que há de bárbaro em mim procura o bárbaro e cruel fora de mim. Sou uma árvore que arde com duro prazer. Eu amo a minha cruz, a que doloridamente carrego. É o mínimo que posso fazer de minha vida: aceitar o sacrifício da noite."
"Nasci dura, heróica, solitária e em pé. A feiúra é o meu estandarte de guerra. Eu amo o feio com um amor de igual para igual. E desafio a morte. Eu - eu sou a minha própria morte. E ninguém vai mais longe. O que há de bárbaro em mim procura o bárbaro e cruel fora de mim. Sou uma árvore que arde com duro prazer. Eu amo a minha cruz, a que doloridamente carrego. É o mínimo que posso fazer de minha vida: aceitar o sacrifício da noite."
Mezzo guria, mezzo mulher
Quem sabe ainda sou uma garotinha,
rezando baixo pelos cantos!

Eu me surpreendo comigo. Se eu fosse eu, putz. Eu diria prá mim mesma: cresce guria!Eu não consigo acompanhar o relógio que me diz que eu avanço. Eu as vezes até me orgulho que minhas idéias não cresceram. Outras envelheceram e estão enterradas. Mas não consigo agir como alguém da minha idade (são mais de três décadas nesse planeta escuro). A Cássia Eller gostava de meia três quartos. Eu só consigo me ver de baby look.
O mais íntimo
O mais íntimo é tão evidente que pouca gente faz. É muito mais que sexo. Esse você pode encontrar em uma danceteria qualquer . A menina ou o cara, podem ser "porreta" na hora H, mas o encontro de corpos não significa necessariamente a junção de almas. Andar de mãos dadas sim é que transmite intimidade. Mãos entrelaçadas denotam uma história em comum, uma prova forte de afeto em público. Não aquela intimidade alcançada no quarto, com seis "biritas" na cabeça. Estou falando daquela que você se muda de mala e cuia pro coração do parceiro. No shopping, na praia, na rua, no parque e nos revezes da vida. Duas mãos coladas numa mesma oração.Eu admiro casais que circulam com as mãos unidas e por mais que eu veja um monte deles passeando pelos centros de compras, ainda assim são em menor número daqueles que transam sem aliar mãos e corações. Ato sexual é apenas instinto, afeto não assumido. Mas se ele te convidar pra passear num local bem movimentado e pegar sua mão, congratule-se. Você virou parceira. Namorada. Namorante.
sábado, 30 de junho de 2007
Quero me inundar de calorias na alma!

O nome Croissant de Emoções foi criado e pensado para resumir o meu eu e o que quero passar nesse blog para mim mesma ou quem por um acaso, pousar por aqui. Croissant de Emoções indica um mundo de calorias. Na alma. Quero engordar no lugar certo. Me entupir do mais nobre doce emocional, folheado de amores, cheiros e odores. Sentimentos. Esse é meu povoado virtual. Nesse tão extenso espaço cibernético, meu povoado vai concentrar os vários habitantes que ficam dentro de mim. Ah sim, sou tantas que nem consigo me reconhecer na rua. Mezzo menina, mezzo mulher. Mas nada de meias vontades. Sou uma completa pisciana planando no mundo. E aqui aterrisso meus sentimentos. Sonhos ou brioches de palavras.
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