domingo, 17 de fevereiro de 2008

Boba sim, burra não

`As vezes a vida parece uma raposa ladina que insidiosamente te prega peças. São ciladas que, não importa o quanto você leia, analise ou articule, faz se sentir bobo. Boba por si só já é uma palavra boba. Pueril. Inocente. Parece mais boba ainda quando cai em cima de você como uma chapa de concreto, cai do alto do céu sobre uma cabeça com mais de 30 anos. Adultos não gostam de se sentirem bobos. É uma pegaçao geral pagar mico poela bobice. Mas eu já me decidi. Eu vou ser boba sempre. Vou acreditar nas pessoas sempre. Eu sei que sendo boba fico mais vulnerável a ser enganada. E que também, por ser boba, é fácil me enganar. A vida para mim, a boba, é como um ladrão que rouba meu tamagochi das minhas mãos fingindo ser um tio legal. Eu quero ser boba e correr o risco de ser feliz e de confiar em todos do que ser esperta e desconfiar de todos e viver em aflição com medo que me enganem. Pessoas, podem me enganar. Eu sempre vou acreditar em vocês. Vou chorar quando me disserem a verdade, é claro, vou perguntar porque, pessoas, me fizeram de boba. Mas a cada manhã vou reafirmar minha fé em vocês, pessoas e correr o risco de ser ludibriada novamente. Eu por ser boba, tenho redenção, pois meu único pecado é a boa-fé. Acreditar demais e sempre nas pessoas é saber ser boba. Mas é preciso ter audácia para ser boba, enganada e continuar na convicção da bobeira. É preciso ser muito macho para continuar boba. Boba eu, que dou a cara a tapa e me mostro sem subterfúgios. Burro quem me estapeia com a túnica da mentira e enganação. Pode rir de mim, mas é provável que chore pela sua vida. Eu boba, posso chorar por você um tempo, mas vou me abrir para a vida. Porque a boba sempre olha para o horizonte com pueril ingenuidade. E como é boba, acredita que a humanidade tem jeito. E um dia com sua fé, pode encontrar uma outra pessoa boba que pense igual. Uma outra pessoa boba. Não burra!

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