Quando se lê sobre a história do Egito e dos tempos faraônicos, se percebe a beleza, o mistério e o fascìnio que rondava os egípcios. Mas isso não é conversa para uma crônica. É preciso desbravar os pormenores de um povo que teve a supremacia há cinco mil anos. Comecei com a série Ramsés e me apaixonei por esse faraó que fazia persistir de qualquer forma a Lei de Maat.
Maat, cujo nome traduzido significa "verdade", é a personificação da Ordem no Universo, sem a qual nada existiria. Os antigos egípcios acreditavam que o Universo era perfeitamente ordenado, seguindo ciclos constantes. E Maat seria a responsável por manter esse equilíbrio universal, mantendo a criação intacta e contínua. Sem Maat, as águas da deusa Nun (deusa do caos primordial) reclamariam o mundo.
Embora essa deusa tivesse uma função ordenadora do universo, suas atribuições se refletiam também na organização social. Uma das obrigações dos faraós era a de implementar a ordem e equilíbrio. A frase "Eu mantive Maat" estava escrita nas câmaras funerárias de vários faraós, como testemunho para a eternidade. Já os sacerdotes de Maat eram os juízes da sociedade egípcia.
O que me assombra nesta semana é a tragédia no Rio e as 500 mortes em consequencia do maior desastre climático brasileiro. O Egito, a cada ano assistia as cheias, que eram muito bem-vindas, porque fertilizava a colheita. O povo, vivendo sobre a Lei de Maat, nada tinha a temer. E qualquer tragédia que acontecesse, era porque Maat teria se irritado. Era necessário então fazer sacrifícios para acalmá-la. O Egito era extremamente místico. Apenas os artesãos eram iniciados nos saberes secretos. Esse processo de guardar o conhecimento apenas aos neófitos inspirou sociedades secretas, como a maçonaria. Bem, mas isso é outra história.
Um dia depois: número de mortos subiu para 542.
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