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domingo, 6 de novembro de 2011

Me deseje merda do fundo da tua alma!

Segunda-feira passada foi minha estreia no Pitonicas do jornal O Informativo. Ganhei uma coluna e estou me sentindo a Martha Medeiros do Vale. Até fiz pose parecida. Escrevi tanto que atochei de texto a coluna. Não tive audiência, até eu passei batida pela página na primeira vez que folheei o jornal. Não me contive, murmurei um palavrãozinho.

Aquele básico - vou afrancesá-lo para não chocar você, meu caro leitor, embora esteja crente de que o escute pipocando nas filas de banco. "Mérde". Aliás esse termo no teatro é muito
bem vindo. É uma expressão que os artistas utilizam antes de entrar em cena.
É uma saudação de boa sorte. Não fique "p da vida" se ler nas redes sociais
algum amigo seu que vai encenar uma peça receber o veredicto: "muita mérde
para você". É bom presságio. E se você desejar isso a ele, estará na crista
da cultura teatral. O ator não irá retribuir seu "mérde" com um "obrigado".
Ao contrário, vai desejá-lo a você também.
Uma das explicações para a origem do termo é que antigamente, as pessoas iam para o teatro de carroças. E os cavalos faziam cocô nas calçadas. Assim, quando mais resíduos ali no local,
mais a casa estava lotada. Estrume fora, sucesso dentro.

Fora, o teatro, não disparo tantos palavrões. Mas sou a favor de emiti-los
em determinados momentos. Me desculpem os super-hiper-mega controlados, mas
sair do eixo às vezes é fundamental para manter a sanidade. Chutar o pau da
barraca, descer dos tamancos, berrar atrocidades é legal prá caramba.Bradar
PQP de vez em quando é um método terapêutico. É barato e eficaz. Eu faço
muito isso em trânsito. Se você estiver na minha frente atrapalhando o
tráfego, sinta-se insultado. Como motorista que "trabalha" suas neuras no
trânsito, disparo uma série de palavras inomináveis.
Descobri que soltar palavrão é bárbaro porque depois de alguns minutos, você nem lembra mais do
motivo que lhe fez rugir dessa maneira. Está tão ocupado em "achar" mais
adjetivos para o cidadão, que o motivo da raiva some e você quer brincar com
sua criatividade inventando mais palavras de baixo calão. Começa com os
palavrões mais comuns: Otário, Ôrra meu, FDP. Quando dá conta, está
inventando variantes.

A um tempo atrás, uma pesquisa registrou os dez palavrões mais utilizados. E
pela lista você percebe como o membro masculino é requisitado para curar o
"problema". A palavra mais dita começa com C. Aí você troca alhos com
bugalhos e manda ver no palavrão. A segunda mais proferida é sinônimo da
primeira. Ôrra meu, tanta gente lembra disso o tempo todo.

O reduto do palavrão é a partida de futebol. Você até desliga do jogo para
prestar atenção ao palavrão do cara ao lado. Ele consegue o cúmulo. Xingar o
juiz com um novo e criativo "palavrório". Todo mundo ri. É uma terapia em
grupo. Tão boa quanto o gol. Oléeee! Xingar é um ato de descarregar uma
raiva curta e momentânea. Serve para tirar o stresse. As vezes os piores
palavrões são nossos melhores amigos. Se não fossem eles, os consultórios
psiquiátricos estariam ainda mais abarrotados de gente. Haja dinheiro para
pagar tanta consulta. Na hora de desembolsar, seria inevitável soltar o
verbo: PQP!