Quando comecei este blogue em 2007, fui alimentada por um desejo de colocar todos os tipos de sentimentos, escrever livremente sem pensar nas mentes que porventura iriam me ler. Apesar de estar na net, percebi o blogue como algo que passaria invisível, sem audiência. Isso me dava certo acalanto. Eu, invocando a rede em nome da minha híbrida literatura de dores e devaneios, passaria ao largo dos internautas. Com esse pensamento fui escrevendo e me sentia liberta para rascunhar na casa das minhas palavras. Meus escritos, ruins, bons ou medíocres, só para mim. Eu, a própria plateia.
Até que um dia eu percebi um, dois, dez, 12 seguidores. Meus Deus, eu tenho 12 seguidores!!Uma dúzia de pessoas que vez ou outra acessam meu reduto virtual para vasculhar o que eu penso e invariavelmente, analisar: - "este foi um bom texto" ou "a postagem anterior estava bem melhor". Comecei a cuidar mais da forma e do conteúdo, no entanto, minha espontaneidade foi engessada. E não era o que eu queria. Neste espaço me dispus a gerenciar literariamente as ideias que vagavam nos porões da mente, sem necessariamente, ter de agradar a ninguém. Porque eu sendo eu, minha essência emergeria, e é assim que eu teria de cativar, de cara e letra limpa.
Fiquei refém dos 12 seguidores. Queria postar cada vez mais, mas não tinha tempo e nem vontade para isso. Isso me angustiava. Abria o blogue diariamente para ver se todos estavam lá. Temia que algum dos internautas me apagasse da lista, por não gostar do conteúdo, pelas poucas postagens ou algo parecido. Não era esse o propósito inicial do blogue. Comecei a ter sede de audiência e isso me incomodou. Desabilitei o gadget. Matei meus seguidores virtuais. Não sei se me visitam, mas espero que entendam minhas razões as quais tem a ver com escrever sem máculas ou influências. Quero me mover invisivelmente neste território de ninguém. Sei que alguém vai me acessar, mas o fato de eu não saber rostos e nem nomes não me coloca sob o jugo de plateia. Assim, aqui, eu consigo impor as minhas verdades, que nem sempre são bonitas ou bem escritas.
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