Fucei em um blog hoje que eu adicionei como meus favoritos na minha página. Textos Inteligentes. Encontrei um monte de frases interessantes, bem ao meu gosto, que gostaria de ter criado. Sendo assim, vou modificar um pouco as palavras e literalmente copiar as ideias, em uma forma de homenagem ao blog interessantissimo. São trechos que vou adaptar ao meu feitio, com a devida licença dos autores. Posso né, não estou "pegando" escondido.
"Estou sozinha com os meus peitos, as minhas coxas, o meu colo. Eu desenterro o relógio que era o meu coração para fora do meu peito. Vou para a rua, vestida no meu sangue. Deixo entrar o vento e lanço um brado ao ar. O pó se acumula todos os dias sobre minhas emoções. Espano a dor. A dor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. Devorou minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. A dor comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome. Famita a dor devorou meu prazer, minhas musicas cantaroladas no chuveiro, minhas tardes de sol, meus dias brandos. A dor bebeu a lágrima dos meus olhos que estavam cheios de água. A dor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome. A dor engoliu minha infância, degluta meu futuro e desova meu corpo inerte na barranca do rio da vida. A dor cria vincos na minha face e dobra meus joelhos. A dor me verga, me expele do útero e me afronta. Só não me mata. Me engole, lentamente.Deixo a baba dela escorrer. São inuteis os panos, as vassouras os espanadores. Tira tua pata de mim dor. Mas ela não cede, arranha minha crina. E de novo me engole. Lentamente."
(Inspirado em João Cabral de Melo Neto, Heinen Muller, Caio Fernando Abreu)
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