O amor me soltou novamente. Ingressei nesses mares esperando ter achado um timoneiro. Minha alegria bradava ao vento e ante a palavra "minha namorada" eu sentia o peito inflar de orgulho. Eu era de alguém. E havia os rituais românticos que alimentavam a tradição diária. O celular que tocava era sempre esperado. A vibração era diferente, afinal, não era qualquer um. Então, cada toque, era uma expectativa. Perto da noite, ele soava novamente. Era um gorjeio de amor. Tudo isso me foi tirado de hora para outra, assim como não mais que de repente se apaga uma fulgurante paixão. E a gente pensa em coisas que atormentam o espírito, não tem como dar leveza a alma nesses momentos. Os coloridos momentos de outrora se transformam em sombrias lembranças e até as calçadas antes pisadas em duplas são motivos para machucar o coração. A cabeça dessarumada não é o reflexo do penteado que tem de estar de acordo com o perfil de uma mulher autossuficiente e de bem com a vida.
A faca que o amor crava na gente deixa uma ranhura forte e aguda. Mas por experiência sabemos que a derme se refaz. E a alma também. Afinal, o amor nunca é desalmado. O problema dele é achar a alma certa para conseguir sintonizar dois corações. Eu vou no ritmo que a vida me levar.
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