domingo, 8 de junho de 2008

A terapia do palavrão

Eu sou a favor de dizer palavrões em algumas horas. Me desculpem os super-hiper-mega controlados, mas sair do eixo às vezes é fundamental para manter a sanidade. Chutar o pau da barraca, descer dos tamancos, berrar atrocidades é legal prá ...chuchu. (Pensaram que eu iria dizer agora, né). Como diz a impagável Clarice Lispector, "eu tenho direito ao grito, então eu grito." Bradar PQP de vez em quando é um método terapêutico. É barato e eficaz. Eu faço isso (que Deus tape os ouvidos!), mas eu faço muiiito isso no trânsito. Se você estiver na minha frente atrapalhando o tráfego, sinta-se insultado. Como motorista que "trabalha" suas neuras no trânsito, disparo uma série de palavras inomináveis. Descobri que soltar palavrão é bárbaro porque depois de alguns minutos, você nem lembra mais do motivo que lhe fez rugir dessa maneira. Está tão ocupado em "achar" mais adjetivos para o cidadão, que o motivo da raiva some e você quer brincar com sua criatividade de baixo calão. Começa com os palavrões mais comuns: Otário, Ôrra meu, FDP, B..sta,M...rda, B..Mole. Quando dá conta, está inventando variantes. Troca alhos com bugalhos e do C....ralho, vai para o "peito muxibemto". Os mais fanáticos detonam um "miserento rebento de Satanás" e por aí afora. O reduto do palavrão é a partida de futebol, porque como se sabe, estádio não tem nada a ver com convento. Você desliga do jogo para prestar atenção ao palavrão seguinte do cara da cadeira ao lado. Ele consegue o cúmulo. Xingar o juiz com um novo e criativo "palavrório". Todo mundo ri. É uma terapia em grupo. Tão boa quanto o gol. Oléeee! Xingar é um ato de descarregar uma raiva curta e momentânea. Serve para tirar o stresse. As vezes os piores palavrões são nossos melhores amigos. Se não fossem eles, os consultórios psiquiátricos estariam ainda mais abarrotados de gente. Haja dinheiro para pagar tanta consulta. Na hora de desembolsar, seria inevitável soltar o verbo: PQP!

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