Eram 18h30 de uma sexta-feira fria. Havia acabado de sair da redação pois durante o dia, trabalhara na luta de Brizola e os 50 anos da Legalidade. O dia em que um taura macho enfrentou os generais. Saíra do reduto jornalístico com a sensação de dever cumprido, sem saber que dois minutos após, um outro dever estaria em minha frente. O dever de sentir o que passa uma vítima de assalto.
Acabara de colocar a mão no iogurte da geladeira quando ouço uma voz fraca: "E um assalto, é um assalto, não façam movimentos." Dois homens encapuzados protagonistas do ato. Fixei os olhos em um durante alguns segundos, pensando ser brincadeira. Olhei a arma, era lustrosa demais. Parecia leve demais. E certamente pela frouxidão da voz de comando, ERA UMA BRINCANDEIRA. Mas não era porque logo após eles tentavam coagir: "Vamos matar um. Vamos matar um."
Percebi que passava por um verdadeiro assalto. Sem pensar, agachei-me. Meu objetivo era jogar a bolsa no chão e pegar a chave do carro e os documentos. Sabia que a falta de carta de motorista, identidade, cartões, me daria uma dor de cabeça danada. Não deu tempo. O bodoso veio atrás da prateleira ao meu lado me intimar. "Larga, larga". Tomou-me a bolsa vermelha com toda minha vida dentro. Estou sem identidade. Nunca tive antes, sempre me achei meio errante. Mas agora não posso provar que eu sou eu. E isso vai me dar um trabalhão. Estou sem identidade, sem Sicredi, sem Refeisul, sem Unimed, sem Carteira de Habilitação, sem CPF, e sem inspiração pra falar desse mundo injusto e desolador.
Levaram a chave do meu carro. Eu não tinha copia em casa. A noite, tivemos de achar um chaveiro que se dispussesse a levar o carro prá casa dele e fazer "miolos" novos. Trocar todos os segredos do carro. Todo esse trabalhão por dois minutos de assalto.
No outro dia, tive de ir a polícia fazer registro. Não tinha um tostão para pagar nem o ônibus porque afinal minha carteira fora levada (tinha uns reais dentro) e meu cartão de credito também. Fui a pé, sem bolsa e sem nada. Me sentia invisível, eu não tinha tiracolo, parece que estave desanexada do mundo. No caminho a policia, entrei em duas lojas para comprar uma bolsa sem dinheiro e sem documento. Explicara que havia sido assaltada e que quando o banco restabelecesse o cartão eu pagaria. Queria fazer no crédito. Mas as lojas so trabalhavam com cartão.
Foi um assalto fútil. Um assaltinho, nem tomou grandes proporções para valer uma cronica, diante de tantos assaltos com mortes que a gente percebe na imprensa. Mas foi meu assalto. Foi o assalto que me tornou invisível perante a sociedade. Foi um assalto que me tornou invisível perante mim. Caminhado sem lenço e sem documento até o Centro, para bloquear cartões, ir na CDL e outras providências, lembrei-me dos mendigos que habitam na Praça da Matriz. Muitos deles me disseram que já não tinha mais documentos, eu então me dei conta de o quao impactante é viver sem noção de origem ou referencia. Um paria social.
Consegui comprar uma bolsa na terceria loja em que eu tinha crediário. Mesmo com crediário, a lojista teve de pedir permissão a gerente, se poderia fazer esse tipo de negociação. Ou seja, quando tu é vítima, tu fica ainda mais vítima das coisas que te cercam. Porque em situação normal, seria so eu pegar o artigo e levar ao caixa, já que a loja tinha todas as minhas informações e eu so pagaria um mês depois. Mas como fui vítima e estava sem nada, ela ainda tinha de pedir permissão. Isso me deu tanta raiva quanto eu tive dos assaltantes.
Fui pra casa com a bolsa vazia, mas ao menos com algo em cima do ombro, para me sentir menos estrangeira no meu mundo social. Aguardo que alguma boa alma encontre os documentos e os leve para a Delegacia. Ligo todos os dias para a DP e Brigada Militar verificando se foram encontrados. Ainda não.
Fico relembrado meus atos na hora do assalto. Ora pergunto porque não reagi. Deveria ter feito um gesto brusco e tirado a arma do cara. Ora pergunto porque me agachei. Deveria ter ficado paralisada. Ora fico com vontade de entrar em um curso de Defesa Pessoal. Aliás, creio eu que nas escolas, os alunos deveriam ter aulas de Defesa Pessoal em vez de Educação Física. O MEC deveria urgentemente repensar o currículo escolar.
Facebook
Coloquei no Facebook uma frase bem-humorada de Millor Fernandes: "Ser pobre não é crime, mas ajuda muito a chegar la". Imediatamente, recebi reações adversas. De que os maiores ladrões são os políticos e os colarinhos brancos. Retruquei que só porque os maiores ladroes são os de colarinho, a gente não tem de dar anistia e perdão para os ladrões menores. As cadeias e polícias estão abarrotadas de ladroezinhos que nasceram e viveram nas favelas. É lógico que a pobreza é um fator de motivação para o crime. Quem duvida é doido. Sem horizonte social, sem ter nada a perder, sem emprego que pague o mínimo de dignidade, é muito mais fácil assaltar uma fruteira do que ficar coçando o saco se lastimando pela vida. È louco também que não entende que não dá para generalizar. Tanto pobres quanto ricos fazem isso. So que estamos tentanto ser politicamente corretos e queremos "defender" os que tem menos em nome da nossa pseudo-compaixão pelos oprimidos. Acontece que é preciso usar o principio da isonomia. Temos de punir tanto pobres quanto ricos. O fato de ricos roubarem não exclui que pobres não façam isso, mas sim e a gente nao tem de dar anistia pra eles. Se você cerca sua propriedade para impedir que vacas e bois comam o pasto e os dois invadem ruminando tudo, você só vai punir os bois e deixar as vacas?Não, vc vai pedir para o dono do rebanho levar esses animais maléficos porque está de saco cheio de todos eles.
Amanhã eu terei de ir a pé para o trabalho e voltar tambem. E terei de fazer isso algumas semanas ate que venha a segunda via da minha CNH. Sim, pq eu tenho de andar na lei e nao posso descumprir as regras de dirigir sem documento. Tudo por um assalto chinfrim. Enfim, continuo concordando com Millor Fernandes: Ser pobre não é vergonha. Tem muito pobre sem-vergonha.
domingo, 21 de agosto de 2011
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
O fim de O Vale da Insensatez
Aumenta o número de suspeitos da morte da viuva milionária. A DP de Lajeado recebeu uma denúncia de Fontoura Xavier de que o assassino seria nativo de lá. O suspeito é o sortudo que ganhou a Mega Sena milionária de 119 milhões e que depois ficou visado por fraudar a loteria. O homem em questão teria tido negócios escusos com Teodoro Amaral, mas Teodoro deu um calote nele e ficou com a grana.
O homem, descobriu que Teodoro estava morto e matou a Norma para pegar o dinheiro de volta. Ele teria comprado um carro importado numa das revendas de Lajeado e fugido rumo ao Uruguai.
Enquanto a polícia vai atrás das pistas, o advogado Evandro Muliterno de Quadros cuida do espólio da viuva. Segundo o Chiarelli Corretor, Norma havia comprado pelo menos duas manões no Alto do Parque (mas ficou furiosa com o valor do IPTU). Ela também era sócia oculta da Sprtis. (Sim,Norma era uma baladeira e nos anos 80 gostava de ser chamada de Rainha da Sucata).
Há indícios também de que ela estaria fechando neogicação para comprar o Clube da Loira da Bicicleta, mas como morreu o negócio nao foi fechado, Chiarelli perdeu a comissão e a loira ficou triste. Teve que partir para a esquina do Antoniazzi, onde fez concorrencia com a Malu.
Norma foi enterrada no Cemitério Católico do Hidráulica, junto com os nomes quatrocentoes de Lajeado. Milhares ja confirmaram pelo Facebook a participação na missa de sétimo dia que será feita na Paróquia Santo INácio. O padre Antonio PUhl organiza os preparativos. A preocupação é com os abrigados da enchente que estão no pavilhao ao lado. A Defesa Civil aumenta a fiscalização na hora da cerimônia pois teme que os desabrigados junto com os caigangues façam um protesto no estilo: "Minha casa, minha vida".
O destino dos personagens
Natalie - depois de chafurdar no anonimato e perder a popularidae, Natalie entra em depressão e é atendida no Caps em Lajeado. Medicada com sertralina, rivotril e carbolitium ela se mantém estável e pensa em ser capa da Revista Tititi da Tina Ruschel
Douglas e Bibi - Douglas volta para o Mobral e enquanto estuda, a Bibi se diverte com os seguranças do Country Club
Jandira - vira namorada da ex de Araci. AS duas se acabam em baladas GLS em Porto Alegre. Querem promover a primeira no Bar do Gão,, mas vão esperar passar a epoca das chuvas. HOmologaram o contrato de união estavel no cartório de Lajeado e deram uma festinha no NIlo Beauty. O Nilo fez cabelo e maquiagem de graça para o casal.
Pedro e Marina - se separam no primeiro ano de casamento. Estavam morrendo de tédio. Pedro conhece o sofazão e se torna frequentador assiduo, junto com alugns colegas de Lajeado.
Wanda - Apaixonada por jóias, se torna balconista do Weimer Acessórios no Unichsopping. Tem que trabalhar sabados até tarde da noite.
Tia Nene - vai parar na Central onde desvirtua os ensinamentos dos 12 passos do AA. Para ela, é assim: "So por hoje, tomarei mais um gole."
Raul - vira consultor do Ardemio Heineck e tem um alto cargo na Camara da Industra e Comercio do Vale do Taquari. Palestra seguidamente na Acil. A Camila Pitanga vira mulher dele, mas tem uma recaida e vive seus dias de Bebel na Rua dos Marinheiros em Estrela.
Andre - Sem saco pra tudo isso, se muda para Angola. Vira professor de Desing e acolhe os alunos do intercambio da faculdade da cidade
Vitória - quebra e vende a empresa. Com a morte da Norma, as ações provocaram reflexo no indice Down Jones. Vitoria teve o maior prejuizo da historia. Foi o crash da sua vida. Bsca se reeguer e mantém contato com o CFC Vitória. Não precisaria nem mudar o nome do negocio.
O jornalista semi-homofóbico é contratado pelo jornal O Informativo. Fica subalterno do editor Emilio Rotta no setor de polícia. Os dois se confrontam todo o dia e seguidamente sobem para a sala do seu Oswaldo onde assinam termo de advertencia.
Ismael - Recolhido ao Presídio Estadual de Lajeado, fez amizade com o ex-comparsa de Seco e é lider de sua ala. Gerencia o tráfico por smartphone no Cantão do Sapo.
Leo - O Leo mata mais um e salta. Boe, Gape, Policia Civil de Lajeado, Estrela, Montenegro e Encantado mobilizada. Delegado Reis trabalha com a hipótese de que Leo teria sido comparsa de Seco em assaltos a bancos marcantes na região. Bico Fino Brothers Band chamado a compor uma nova versão dos Rollings Stones: I cant get no, satisfaction". Seria a trilha que levaria Leo para o superlotado presido de Lajeado, onde ele morreria exterminado por ratos e baratas
.
Eunice -A Liga de Combate ao Cãncer do Vale convidou Eunice, ex-diretora da Liga da Família Carioca para desfilar de lingerie no salão comunitário evangélico de Lajeado. Eunice vai apresentar a lingerie top, aquela que conquistou o Ismael. O evento será revertido a instituição.
A presença de Eunice faz parte dos serviços comunitários os quais ela foi condenada a prestar a comunidade
Juíza Patricia Acioli - Essa nunca entrou para a história e jamais terá seu crime desvendando. Nem ela, nem a amante do Bruno e nem o zé ninguém da esquina. Porque a vida minha gente, tem tanta coisa impressionante que os humanos mais parecem personagens de ficcção
Atenção
Os personagens são fictícios. Qualquer semelhança com a vida real é mera coincidencia.
Assinado: Gilberto Braga
O homem, descobriu que Teodoro estava morto e matou a Norma para pegar o dinheiro de volta. Ele teria comprado um carro importado numa das revendas de Lajeado e fugido rumo ao Uruguai.
Enquanto a polícia vai atrás das pistas, o advogado Evandro Muliterno de Quadros cuida do espólio da viuva. Segundo o Chiarelli Corretor, Norma havia comprado pelo menos duas manões no Alto do Parque (mas ficou furiosa com o valor do IPTU). Ela também era sócia oculta da Sprtis. (Sim,Norma era uma baladeira e nos anos 80 gostava de ser chamada de Rainha da Sucata).
Há indícios também de que ela estaria fechando neogicação para comprar o Clube da Loira da Bicicleta, mas como morreu o negócio nao foi fechado, Chiarelli perdeu a comissão e a loira ficou triste. Teve que partir para a esquina do Antoniazzi, onde fez concorrencia com a Malu.
Norma foi enterrada no Cemitério Católico do Hidráulica, junto com os nomes quatrocentoes de Lajeado. Milhares ja confirmaram pelo Facebook a participação na missa de sétimo dia que será feita na Paróquia Santo INácio. O padre Antonio PUhl organiza os preparativos. A preocupação é com os abrigados da enchente que estão no pavilhao ao lado. A Defesa Civil aumenta a fiscalização na hora da cerimônia pois teme que os desabrigados junto com os caigangues façam um protesto no estilo: "Minha casa, minha vida".
O destino dos personagens
Natalie - depois de chafurdar no anonimato e perder a popularidae, Natalie entra em depressão e é atendida no Caps em Lajeado. Medicada com sertralina, rivotril e carbolitium ela se mantém estável e pensa em ser capa da Revista Tititi da Tina Ruschel
Douglas e Bibi - Douglas volta para o Mobral e enquanto estuda, a Bibi se diverte com os seguranças do Country Club
Jandira - vira namorada da ex de Araci. AS duas se acabam em baladas GLS em Porto Alegre. Querem promover a primeira no Bar do Gão,, mas vão esperar passar a epoca das chuvas. HOmologaram o contrato de união estavel no cartório de Lajeado e deram uma festinha no NIlo Beauty. O Nilo fez cabelo e maquiagem de graça para o casal.
Pedro e Marina - se separam no primeiro ano de casamento. Estavam morrendo de tédio. Pedro conhece o sofazão e se torna frequentador assiduo, junto com alugns colegas de Lajeado.
Wanda - Apaixonada por jóias, se torna balconista do Weimer Acessórios no Unichsopping. Tem que trabalhar sabados até tarde da noite.
Tia Nene - vai parar na Central onde desvirtua os ensinamentos dos 12 passos do AA. Para ela, é assim: "So por hoje, tomarei mais um gole."
Raul - vira consultor do Ardemio Heineck e tem um alto cargo na Camara da Industra e Comercio do Vale do Taquari. Palestra seguidamente na Acil. A Camila Pitanga vira mulher dele, mas tem uma recaida e vive seus dias de Bebel na Rua dos Marinheiros em Estrela.
Andre - Sem saco pra tudo isso, se muda para Angola. Vira professor de Desing e acolhe os alunos do intercambio da faculdade da cidade
Vitória - quebra e vende a empresa. Com a morte da Norma, as ações provocaram reflexo no indice Down Jones. Vitoria teve o maior prejuizo da historia. Foi o crash da sua vida. Bsca se reeguer e mantém contato com o CFC Vitória. Não precisaria nem mudar o nome do negocio.
O jornalista semi-homofóbico é contratado pelo jornal O Informativo. Fica subalterno do editor Emilio Rotta no setor de polícia. Os dois se confrontam todo o dia e seguidamente sobem para a sala do seu Oswaldo onde assinam termo de advertencia.
Ismael - Recolhido ao Presídio Estadual de Lajeado, fez amizade com o ex-comparsa de Seco e é lider de sua ala. Gerencia o tráfico por smartphone no Cantão do Sapo.
Leo - O Leo mata mais um e salta. Boe, Gape, Policia Civil de Lajeado, Estrela, Montenegro e Encantado mobilizada. Delegado Reis trabalha com a hipótese de que Leo teria sido comparsa de Seco em assaltos a bancos marcantes na região. Bico Fino Brothers Band chamado a compor uma nova versão dos Rollings Stones: I cant get no, satisfaction". Seria a trilha que levaria Leo para o superlotado presido de Lajeado, onde ele morreria exterminado por ratos e baratas
.
Eunice -A Liga de Combate ao Cãncer do Vale convidou Eunice, ex-diretora da Liga da Família Carioca para desfilar de lingerie no salão comunitário evangélico de Lajeado. Eunice vai apresentar a lingerie top, aquela que conquistou o Ismael. O evento será revertido a instituição.
A presença de Eunice faz parte dos serviços comunitários os quais ela foi condenada a prestar a comunidade
Juíza Patricia Acioli - Essa nunca entrou para a história e jamais terá seu crime desvendando. Nem ela, nem a amante do Bruno e nem o zé ninguém da esquina. Porque a vida minha gente, tem tanta coisa impressionante que os humanos mais parecem personagens de ficcção
Atenção
Os personagens são fictícios. Qualquer semelhança com a vida real é mera coincidencia.
Assinado: Gilberto Braga
A morte de Norma no Vale da Insensatez
Repercute no Vale do Taquari a morte de Norma, ex-presidiária e viúva do Teodoro na novela Insensato Coração. A equipe de reportagem do Jornal O Informativo descobriu, depois de exaustivas investigações, quem de fato é o assassino da viúva.
Há uma semana Norma já havia solicitado, ao promotor Neidemar Fachineto, ampla proteção e acolhida na Casa de Passagem do Vale. O pedido foi indeferido pela delegada Márcia Scherer, que entendeu que a requerente tinha condições financeiras de se hospedar no Imperatriz.
Depois disso, Norma contratou uma equipe de advogados para lhe acompanhar, formada por Flávio Ferri, Jerson Zanchetin e Marco Mejia, que liderava a equipe.
Porém, de nada adiantou.
Norma é morta, anunciou o papa Ratzinger em sua preleção diária no Vaticano.
Mas antes mesmo do Papa ter conhecimento, Delmar Portz proferiu, na tribuna de terça-feira da Câmara de Lajeado: "Eu já sabia!!!!"
A exclamação alvorou os ânimos, tendo repercutido inclusive além das fronteiras do Legislativo, pois causou preocupação inclusive no pré-candidato a prefeito do PMDB no ano que vem, Ito Lanius. Ele, que também preside a Alsepro, mobilizou todos os órgãos de segurança e convocou uma reunião às pressas para recontratar a estagiária do vida urgente, alarmado com o aumento do índice de violência. Afinal, a morte de Norma poderia abrir precendetes no Vale do Taquari. Seria uma "matança".
A blogueira Laura Peixoto, única na plateia na sessão de terça-feira, "furou" Record, Globo, TV Fama e até a Sônia Abrão, e deu em primeira mão a notícia de que Delmar Portz já sabia. O tucano tem informações privilegiadas de que todos os telefones da região estão grampeados e, numa conversa entre o presidente do Lajeadense e o autor da novela, grampeada por alguém (por quer manter sigilo), o promotor Pedro Porto descobriu quem matou nNorma e contou para Portz.
Há informações de que mais membros do "ninho tucano", como Auram Terra, saibam dos desdobramentos deste mistério. Porém, alegou que só pode falar sobre Odete Roitmann e Salomão Hayallla, que ele lembra....
Agora, todos estão temerosos com as consequências. Além da reunião da Alsepro, o promotor Sérgio Diefenbach já convocou extraordinária do Fórum de Enfrentamento à Drogação, porque ele considerou o final da novela, uma droga.
O Executivo também está tomando providências para tentar acalmar os ânimos e esclarecer o caso, rebatendo denúncia de Antônio Schefer de que o culpado é o secretário Mozart Lopes. A prefeita Carmen Regina, inicialmente, pensou que Norma tivesse se afogado na enchente. Ela disse "este é o terceiro Vale mais fértil do mundo e um caso destes não aconteceria jamais em nosso pujante gopverno". Agora, Carmen, com auxílio de seu advogado Venâncio Diersmann, está ingressando com uma ADIN contra o autor da novela. Ela julga ser inconstitucional a Norma morrer na última semana.
Há indícios, ainda, de que a morte de NORMA possa ter sido motivada por uma concorrência. Os suspeitos são o CFC Delazeri e o CFC Vitória. Mas isto é assunto para o próximo capítulo.!!!!
Há uma semana Norma já havia solicitado, ao promotor Neidemar Fachineto, ampla proteção e acolhida na Casa de Passagem do Vale. O pedido foi indeferido pela delegada Márcia Scherer, que entendeu que a requerente tinha condições financeiras de se hospedar no Imperatriz.
Depois disso, Norma contratou uma equipe de advogados para lhe acompanhar, formada por Flávio Ferri, Jerson Zanchetin e Marco Mejia, que liderava a equipe.
Porém, de nada adiantou.
Norma é morta, anunciou o papa Ratzinger em sua preleção diária no Vaticano.
Mas antes mesmo do Papa ter conhecimento, Delmar Portz proferiu, na tribuna de terça-feira da Câmara de Lajeado: "Eu já sabia!!!!"
A exclamação alvorou os ânimos, tendo repercutido inclusive além das fronteiras do Legislativo, pois causou preocupação inclusive no pré-candidato a prefeito do PMDB no ano que vem, Ito Lanius. Ele, que também preside a Alsepro, mobilizou todos os órgãos de segurança e convocou uma reunião às pressas para recontratar a estagiária do vida urgente, alarmado com o aumento do índice de violência. Afinal, a morte de Norma poderia abrir precendetes no Vale do Taquari. Seria uma "matança".
A blogueira Laura Peixoto, única na plateia na sessão de terça-feira, "furou" Record, Globo, TV Fama e até a Sônia Abrão, e deu em primeira mão a notícia de que Delmar Portz já sabia. O tucano tem informações privilegiadas de que todos os telefones da região estão grampeados e, numa conversa entre o presidente do Lajeadense e o autor da novela, grampeada por alguém (por quer manter sigilo), o promotor Pedro Porto descobriu quem matou nNorma e contou para Portz.
Há informações de que mais membros do "ninho tucano", como Auram Terra, saibam dos desdobramentos deste mistério. Porém, alegou que só pode falar sobre Odete Roitmann e Salomão Hayallla, que ele lembra....
Agora, todos estão temerosos com as consequências. Além da reunião da Alsepro, o promotor Sérgio Diefenbach já convocou extraordinária do Fórum de Enfrentamento à Drogação, porque ele considerou o final da novela, uma droga.
O Executivo também está tomando providências para tentar acalmar os ânimos e esclarecer o caso, rebatendo denúncia de Antônio Schefer de que o culpado é o secretário Mozart Lopes. A prefeita Carmen Regina, inicialmente, pensou que Norma tivesse se afogado na enchente. Ela disse "este é o terceiro Vale mais fértil do mundo e um caso destes não aconteceria jamais em nosso pujante gopverno". Agora, Carmen, com auxílio de seu advogado Venâncio Diersmann, está ingressando com uma ADIN contra o autor da novela. Ela julga ser inconstitucional a Norma morrer na última semana.
Há indícios, ainda, de que a morte de NORMA possa ter sido motivada por uma concorrência. Os suspeitos são o CFC Delazeri e o CFC Vitória. Mas isto é assunto para o próximo capítulo.!!!!
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
É dos carecas que Deus gosta mais
Uma interessante mente.Para os fundamentalistas, um demente. O judeu americano e jornalista David Plotz encoraja o mundo a ler a Bíblia. Ele diz que a Biblia deveria ser ensinada em faculdades, escolas e universidades. "Não ler a Bíblica é como ser cego". O cara não é nenhum carola, pelo contrário. Ele incita a ler justamente para o povo perceber como o Deus do Velho Testamento é cruel. Na Bíblia, o que mais o perturbou foi o fato de Deus pedir e exigir o assassinato de pessoas inocentes. E se a Bíblia fosse intepretada ao pé da letra? O mundo seria segregado entre homens e mulheres que estariam impuras quando menstruadas.
O mais engraçado
Para Plotz, o fato mais engraçado da Bíblica é a obsessão de Deus com os carecas. Ele afirma que homens carecas são puros e diz várias vezes para rasparem a cabeça e o corpo. (Com a nova onda dos neossexuais, Deus daria se agradaria muito deles). Há até um episodio em que alguns garotos zombam do profeta Elias, chamando-o de careca. Em seguida, um urso aparece e mata 42 crianças por causa disso.
* De acordo com Mark Twain, a Bíblia retrata Deus como um homem de impulsos maus muito além dos limites humanos, sendo classificada por ele a biografia mais condenável já vista por ele.[21] Ainda de acordo com ele, no Antigo Testamento, ele é mostrado como sendo injusto, mesquinho, cruel e vingativo, punindo crianças inocentes pelos erros de seus pais; punindo pessoas pelos pecados de seus governantes, descontando sua vingança em ovelhas e bezerros inofensivos, como punição por ofensas insignificantes cometidas por seus proprietários
O mais engraçado
Para Plotz, o fato mais engraçado da Bíblica é a obsessão de Deus com os carecas. Ele afirma que homens carecas são puros e diz várias vezes para rasparem a cabeça e o corpo. (Com a nova onda dos neossexuais, Deus daria se agradaria muito deles). Há até um episodio em que alguns garotos zombam do profeta Elias, chamando-o de careca. Em seguida, um urso aparece e mata 42 crianças por causa disso.
* De acordo com Mark Twain, a Bíblia retrata Deus como um homem de impulsos maus muito além dos limites humanos, sendo classificada por ele a biografia mais condenável já vista por ele.[21] Ainda de acordo com ele, no Antigo Testamento, ele é mostrado como sendo injusto, mesquinho, cruel e vingativo, punindo crianças inocentes pelos erros de seus pais; punindo pessoas pelos pecados de seus governantes, descontando sua vingança em ovelhas e bezerros inofensivos, como punição por ofensas insignificantes cometidas por seus proprietários
domingo, 7 de agosto de 2011
Resumo da ópera
Me comportar?
Cinderela chegava meia noite, descalça. Pinocchio mentia. Aladim era ladrão. Batman dirigia a 320 km/h. Branca de Neve morava com 7 homens. Gargamel fazia chá de cogumelo e conversava com Smurfs. O Mario comia cogumelos. Popeye fumava grama e era todo tatuado. Pac Man corria numa sala escura com música eletrônica comendo pílulas que o deixavam acelerado.
TARDE DEMAIS! A culpa é da INFÂNCIA!
(peguei do Facebook)
Cinderela chegava meia noite, descalça. Pinocchio mentia. Aladim era ladrão. Batman dirigia a 320 km/h. Branca de Neve morava com 7 homens. Gargamel fazia chá de cogumelo e conversava com Smurfs. O Mario comia cogumelos. Popeye fumava grama e era todo tatuado. Pac Man corria numa sala escura com música eletrônica comendo pílulas que o deixavam acelerado.
TARDE DEMAIS! A culpa é da INFÂNCIA!
(peguei do Facebook)
As lições da soc - Idade
Os contornos do seu rosto não estão mais no mesmo lugar. O maxilar que antes era definido, agora invade o espaço do queixo. Aquele bócio te irrita tanto. Você, em frente ao espelho de narciso, eleva um tanto a cabeça num ângulo em que nâo vê a papada para fingir que realmente não existe esse queixo duplo. Foi uma mera impressão. Já não se fazem mais espelhos como antigamente.
Mas você vai pintar o cabelo e no salão de beleza, a profissional te obriga a ficar com a cabeça reta bem em frente aquele espelho enorme. Uma afronta. Engessada, sem poder se mexer, aquele queixo duplo aparece novamente. Maior, bem maior, espelho maldito. No salão de beleza, você percebe que a sua está indo embora. Pinte o cabelo. Passe tinta na realidade. Alfaparf, Majiblod, Keune. O seu segredo blondie está se esvaindo como uma areia na ampulheta.
Você só teve quinze anos para desfrutar de sua plena beleza. Só quinze. Seria a vida útil de um..um...um guarda-roupa. Você se deu conta de que era bela na idade mágica, aos 15 anos. Não quis mais sapato baixo, aderiu ao vestido bem cintado e ao olho esfumado. Você estava pronta para os flertes. Sua beleza crescia em escalada.
Aos 20 anos, olhos claros e viço invejáveis. Aos 25, esperta em sedução. Mezzo jovem, mezzo mulher, uma tentação. Aos 30, você percebe que as cantadas de operários que te irritavam profundamente já não são mais frequentes. Logo você, que gostava de chegar no seu grupo de amigas reclamando das cantadas baratas. "É o cúmulo ser cantada por pedreiro. Que nojo".
Você fez muito bem o papel de bonitona blasé, aquela que está além do físico, que acredita na beleza interior. Sim, você parecia tão espiritualizada e modesta. Você dizia, a beleza é efêmera como se realmente soubesse o que seria isso. Mas era um jogo de cena. Você estava interpretando para você mesma.
Você amava as cantadas dos pedreiros. Só agora aos 35 anos, se deu conta disso. Agora também você descobriu o sentido de "efêmero". Você nem passou por tantas construções assim em sua vida e sua beleza já entrou em declive.
Em frente ao prédio de 12 andares, você passa devagar, com todos os sentidos atentos. Se regozijará com o primeiro ruído. "Que boneca". Você ainda tem poder menina. Olha disfarçadamente e vê que a exclamação era para a garota atrás de você. Fiu Fiuuuuuu. Não restou nenhum elogio para você. Nem o restolho. E a irritante estudante faz aquele ar de quem não está gostando, igual ao que você fazia.
Seus pensamentos se aceleram e você repassa mentalmente as lisonjas que andou recebendo pela Internet: Mas não pode ser, eu tenho 38 anos, mas todo mundo diz que aparento menos. A idade está na cabeça.
Você quer comprovar sua tese na primeira balada que se motiva a ir. Agarra aquele garoto de 23 anos que lhe diz que você é gostosa e bonita. Um mulherão.
Você está certa. A idade ainda não chegou. Tem o DNA da Vera Fischer. Você está no páreo, na pista para negócio. Tem seu carro próprio, uma profissão e fez um rápido calculo mental: já beijou umas 200 bocas nessa sua carreira de mulher bonita. Nada mal, garota esperta.
Você está em vantagem contra as meninas de 20. Não é que você seja experiente, não, isso não. É só que você experimentou mais e agora sabe as artimanhas. O seu príncipe de 23 sabe disso e é claro está altamente atraido por você. Você virou uma mulher de alta performance. Os dois passeiam no shopping, vão a barzinhos e mantém um papo com amigos em comum nas baladas. Mas você nunca frequentou a casa dele e nem ele a sua. Você protelou tudo isso não sabe porque. Um dia talvez, mas esse dia nunca chega, porque a senhora dá um fim no romance. Sim, você e não ele.Você descobriu no Facebook dele uma mensagem enviada a um amigo: "Vou sair com a coroa gostosa, hoje"
"Coroa gostosa", "coroa gostosa", "corosa gostosa". As palavras tilitam como um sino funebre. Você esquece o "gostosa" e só foca no "coroa". E então se dá conta da verdade acachapante. Você È coroa. Não lembra? Quantas vezes a balconista perguntou: a senhora quer débito ou crédito? E o vendedor da loja de eletrônicos. Qual foi a indagação mesmo? A senhora quer a vista ou a prestação?Eu quero crédito. Que a vida me dê mais crédito!
Você pensava que "senhora" era só um pronome de tratamento generalizado, mas para a garota de frente da fila, ele utilizou o termo "você". Para ela, é você. E você é senhora. Sem contar no repulsivo hábito aborrecente de chamar de "tia". Mas isso você dá um desconto, porque eles chama de tia quaquer que tenha acima de 20 anos.
Mas aquele "coroa" exposto no FB pregado ali na tela pelo seu garboso rapaz, ah isso foi demais. Em que momento você não viu que o tempo é uma engrenagem que mastiga a todos que estão na sua esteira? Você quis fugir da lei da vida e está pagando por isso. Eu, você, a Angelina Jolie, todos nós caimos nas garras do tempo.
Todos os seus aniversários - são anos em que se vive a mais. Se você não quisesse viver pode se auto-imolar aos 30 anos. Só assim ficará jovem para sempre. Mas também você não poderá colocar seu pijama e pensar - depois que todos os pés-de-galinha estiverem depositados adequadamente em seus lugares - como se resignou com o crônometro - interno e externo. Uma dificulade depois de vencida, se torna fácil. No final, é só com o tempo que aprende uma das lições mais fatais do ser humano: a idade ensina a envelhecer. Uma lição que Marlyn Monroe jamais aprendeu.
Mas você vai pintar o cabelo e no salão de beleza, a profissional te obriga a ficar com a cabeça reta bem em frente aquele espelho enorme. Uma afronta. Engessada, sem poder se mexer, aquele queixo duplo aparece novamente. Maior, bem maior, espelho maldito. No salão de beleza, você percebe que a sua está indo embora. Pinte o cabelo. Passe tinta na realidade. Alfaparf, Majiblod, Keune. O seu segredo blondie está se esvaindo como uma areia na ampulheta.
Você só teve quinze anos para desfrutar de sua plena beleza. Só quinze. Seria a vida útil de um..um...um guarda-roupa. Você se deu conta de que era bela na idade mágica, aos 15 anos. Não quis mais sapato baixo, aderiu ao vestido bem cintado e ao olho esfumado. Você estava pronta para os flertes. Sua beleza crescia em escalada.
Aos 20 anos, olhos claros e viço invejáveis. Aos 25, esperta em sedução. Mezzo jovem, mezzo mulher, uma tentação. Aos 30, você percebe que as cantadas de operários que te irritavam profundamente já não são mais frequentes. Logo você, que gostava de chegar no seu grupo de amigas reclamando das cantadas baratas. "É o cúmulo ser cantada por pedreiro. Que nojo".
Você fez muito bem o papel de bonitona blasé, aquela que está além do físico, que acredita na beleza interior. Sim, você parecia tão espiritualizada e modesta. Você dizia, a beleza é efêmera como se realmente soubesse o que seria isso. Mas era um jogo de cena. Você estava interpretando para você mesma.
Você amava as cantadas dos pedreiros. Só agora aos 35 anos, se deu conta disso. Agora também você descobriu o sentido de "efêmero". Você nem passou por tantas construções assim em sua vida e sua beleza já entrou em declive.
Em frente ao prédio de 12 andares, você passa devagar, com todos os sentidos atentos. Se regozijará com o primeiro ruído. "Que boneca". Você ainda tem poder menina. Olha disfarçadamente e vê que a exclamação era para a garota atrás de você. Fiu Fiuuuuuu. Não restou nenhum elogio para você. Nem o restolho. E a irritante estudante faz aquele ar de quem não está gostando, igual ao que você fazia.
Seus pensamentos se aceleram e você repassa mentalmente as lisonjas que andou recebendo pela Internet: Mas não pode ser, eu tenho 38 anos, mas todo mundo diz que aparento menos. A idade está na cabeça.
Você quer comprovar sua tese na primeira balada que se motiva a ir. Agarra aquele garoto de 23 anos que lhe diz que você é gostosa e bonita. Um mulherão.
Você está certa. A idade ainda não chegou. Tem o DNA da Vera Fischer. Você está no páreo, na pista para negócio. Tem seu carro próprio, uma profissão e fez um rápido calculo mental: já beijou umas 200 bocas nessa sua carreira de mulher bonita. Nada mal, garota esperta.
Você está em vantagem contra as meninas de 20. Não é que você seja experiente, não, isso não. É só que você experimentou mais e agora sabe as artimanhas. O seu príncipe de 23 sabe disso e é claro está altamente atraido por você. Você virou uma mulher de alta performance. Os dois passeiam no shopping, vão a barzinhos e mantém um papo com amigos em comum nas baladas. Mas você nunca frequentou a casa dele e nem ele a sua. Você protelou tudo isso não sabe porque. Um dia talvez, mas esse dia nunca chega, porque a senhora dá um fim no romance. Sim, você e não ele.Você descobriu no Facebook dele uma mensagem enviada a um amigo: "Vou sair com a coroa gostosa, hoje"
"Coroa gostosa", "coroa gostosa", "corosa gostosa". As palavras tilitam como um sino funebre. Você esquece o "gostosa" e só foca no "coroa". E então se dá conta da verdade acachapante. Você È coroa. Não lembra? Quantas vezes a balconista perguntou: a senhora quer débito ou crédito? E o vendedor da loja de eletrônicos. Qual foi a indagação mesmo? A senhora quer a vista ou a prestação?Eu quero crédito. Que a vida me dê mais crédito!
Você pensava que "senhora" era só um pronome de tratamento generalizado, mas para a garota de frente da fila, ele utilizou o termo "você". Para ela, é você. E você é senhora. Sem contar no repulsivo hábito aborrecente de chamar de "tia". Mas isso você dá um desconto, porque eles chama de tia quaquer que tenha acima de 20 anos.
Mas aquele "coroa" exposto no FB pregado ali na tela pelo seu garboso rapaz, ah isso foi demais. Em que momento você não viu que o tempo é uma engrenagem que mastiga a todos que estão na sua esteira? Você quis fugir da lei da vida e está pagando por isso. Eu, você, a Angelina Jolie, todos nós caimos nas garras do tempo.
Todos os seus aniversários - são anos em que se vive a mais. Se você não quisesse viver pode se auto-imolar aos 30 anos. Só assim ficará jovem para sempre. Mas também você não poderá colocar seu pijama e pensar - depois que todos os pés-de-galinha estiverem depositados adequadamente em seus lugares - como se resignou com o crônometro - interno e externo. Uma dificulade depois de vencida, se torna fácil. No final, é só com o tempo que aprende uma das lições mais fatais do ser humano: a idade ensina a envelhecer. Uma lição que Marlyn Monroe jamais aprendeu.
Criar filhos é uma facada no flanco
É minha gente, há exatamente uma semana do Dia dos Pais, vivo um domingo emblemático de uma forma ultranegativa. Tive uma briga homérica com minha filha de 12 anos que envolveu ofensas, tapas e socos. Não consigo ser uma mãe de alta performance, como ensina Içami Tiba. Não consigo ter performance nenhuma nessa seara materno-infernal a que cada pai fica submetido assim que o espermatozóide fecuda o óculo. Depois disso, sai do útero o espermatozoide vencedor. Esse espermatozoide cresce com síndrome de poder e na adolescência acha que é rei. Que pode contestar, confrontar e empunhar a crença de que ele é ele. E ele é tudo que importa. Do utero para a sociedade, existe uma longa caminhada que tem que ser policiada por nós, provedores. A questão é que é phodas, que me desculpem os educadores politicamente corretos. Um cachorro dá menos trabalho e abana o rabo sempre que a gente chega em casa, o adolescente se tranca no quarto e não abre a porta nem que o raio o parta porque está em suas instalações como se estivesse deitado em sua cama de dossel, como se batalhasse e ganhasse ordenado para ter essa vida principesca regada a tecnologia (TV, internet, celular com mp3) e sonhando com seu netbook que vai sair o meu salário.Com toda essa dependência do provedor, ele se acha o tal. A adolescência é uma fase muito cara de pau mesmo.
A briga dominical iniciou porque percebi que ela havia feito um furo no seu pijama top de linha. O buraco era para enfiar o polegar, uma moda customizada inspirada creio eu, na tal Roberta Messi da novelinha idiota Rebelde. Indignada, indaguei-a o porquê do ato. Com a jactância de uma adolescente segura de si, ela disse que ela faz o que quer, que não está errada e que gostou do visual. Cobras e lagartos foram ditos. Nos pegamos nos tapas. Ela me mordeu, eu mordi também. Fomos para os cabelos e a briga só parou com a intervenção dos avós. Não se educa a base de bordoada e isso ela me deixou claro: "Tu vai ser presa e vai morrer na cadeia e eu vou dançar em cima do teu caixão."
Começou a guerra verbal: chamei-a de menininha. Ela me chamou de putinha. E lascou uma frase retirada de novelas de adolescentes: "eu não tenho respeito por ti, só tenho medo. So respeito quem eu admiro".
Quando a gente é adolescente, a gente acha que vai ganhar o embate com essas frases de efeito, que são bonitas e parecem bem articuladas. Cresça e apareça. Por ora, ter medo está bom. Medo implica em fazer a lei vigente do território ao qual ela está instalada. Logo, medo quer dizer não furar pijamas caros (nem os baratos)
Içami Tiba diz que é preciso aplicar em casa a cidadania familiar. Nome bonito que soa como um projeto possível. Mas é tudo tão complicado, muito mais do que os sem-filhos imaginam. Todo mundo diz que o diálogo é a solução. Tiba diz: as crianças estão cansadas de ouvir.Muitas vezes nem prestam atenção na hora da bronca, não há educação nesse momento. É preciso impor a obrigação de que o filho faça, isso cria a noção de que ele tem que participar da vida comunitária chamada família. O filho não pode fazer em casa o que não se faz lá fora na sociedade. Não posso deixar ela furar a blusa, assim como não posso deixar que ela coloque fogo em latas de lixo em atos de vandalismo. Provedor não é amigo. Se o mundo é meritocrata, os pais devem ser também: Ganha-se destaque por alguma coisa que a pessoa fez; se não mereceu, logo o destaque se perde. Dar a mesma coisa para o filho que acertou e para o que errou não é bom para nenhum dos dois. É preciso ser justo.O pai não pode sustentar e não receber um retorno. É como se ele comprasse uma mercadoria e não a recebesse. Não dá para fazer a criança retroceder e voltar a ser um espermatozóide. É preciso engolir os filhos com tudo o que tem de bom ou de ruim. Eu percebi que assim como a família, a escola, a TV também deseduca. As frases feitas, os bordões da novelinha, tudo incrustrado no comportamento da minha filha, porque ela quer ser Rebelde.
A televisão inventa moda, quem paga o pato são os pais. E seu porventura eu querer ser a Rebelde, o Conselho Tutelar me detona a vida. Socorro, quem quer volta a ser espermatozoide sou eu.
****
Nós queremos que nossos filhos tenham prazer sem responsabilidade. Por isso eles são irresponsáveis na busca deste prazer. E o que é uma droga, senão uma maneira fácil de se ganhar prazer? A pessoa não precisa fazer nada, apenas ingeri-la. Nós educamos os filhos para que eles usem drogas. Se ele tiver que preservar a saúde dele, pensa duas vezes.
Pai não pode dar tudo e não controlar a vida do filho. Quando digo controle, quero dizer que o pai deve fazer com que o filho corresponda às expectativas, que o filho faça o que precisa ser feito. Um filho não pode deixar de escovar os dentes ou de estudar e o pai não pode deixar isso passar.
A briga dominical iniciou porque percebi que ela havia feito um furo no seu pijama top de linha. O buraco era para enfiar o polegar, uma moda customizada inspirada creio eu, na tal Roberta Messi da novelinha idiota Rebelde. Indignada, indaguei-a o porquê do ato. Com a jactância de uma adolescente segura de si, ela disse que ela faz o que quer, que não está errada e que gostou do visual. Cobras e lagartos foram ditos. Nos pegamos nos tapas. Ela me mordeu, eu mordi também. Fomos para os cabelos e a briga só parou com a intervenção dos avós. Não se educa a base de bordoada e isso ela me deixou claro: "Tu vai ser presa e vai morrer na cadeia e eu vou dançar em cima do teu caixão."
Começou a guerra verbal: chamei-a de menininha. Ela me chamou de putinha. E lascou uma frase retirada de novelas de adolescentes: "eu não tenho respeito por ti, só tenho medo. So respeito quem eu admiro".
Quando a gente é adolescente, a gente acha que vai ganhar o embate com essas frases de efeito, que são bonitas e parecem bem articuladas. Cresça e apareça. Por ora, ter medo está bom. Medo implica em fazer a lei vigente do território ao qual ela está instalada. Logo, medo quer dizer não furar pijamas caros (nem os baratos)
Içami Tiba diz que é preciso aplicar em casa a cidadania familiar. Nome bonito que soa como um projeto possível. Mas é tudo tão complicado, muito mais do que os sem-filhos imaginam. Todo mundo diz que o diálogo é a solução. Tiba diz: as crianças estão cansadas de ouvir.Muitas vezes nem prestam atenção na hora da bronca, não há educação nesse momento. É preciso impor a obrigação de que o filho faça, isso cria a noção de que ele tem que participar da vida comunitária chamada família. O filho não pode fazer em casa o que não se faz lá fora na sociedade. Não posso deixar ela furar a blusa, assim como não posso deixar que ela coloque fogo em latas de lixo em atos de vandalismo. Provedor não é amigo. Se o mundo é meritocrata, os pais devem ser também: Ganha-se destaque por alguma coisa que a pessoa fez; se não mereceu, logo o destaque se perde. Dar a mesma coisa para o filho que acertou e para o que errou não é bom para nenhum dos dois. É preciso ser justo.O pai não pode sustentar e não receber um retorno. É como se ele comprasse uma mercadoria e não a recebesse. Não dá para fazer a criança retroceder e voltar a ser um espermatozóide. É preciso engolir os filhos com tudo o que tem de bom ou de ruim. Eu percebi que assim como a família, a escola, a TV também deseduca. As frases feitas, os bordões da novelinha, tudo incrustrado no comportamento da minha filha, porque ela quer ser Rebelde.
A televisão inventa moda, quem paga o pato são os pais. E seu porventura eu querer ser a Rebelde, o Conselho Tutelar me detona a vida. Socorro, quem quer volta a ser espermatozoide sou eu.
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Nós queremos que nossos filhos tenham prazer sem responsabilidade. Por isso eles são irresponsáveis na busca deste prazer. E o que é uma droga, senão uma maneira fácil de se ganhar prazer? A pessoa não precisa fazer nada, apenas ingeri-la. Nós educamos os filhos para que eles usem drogas. Se ele tiver que preservar a saúde dele, pensa duas vezes.
Pai não pode dar tudo e não controlar a vida do filho. Quando digo controle, quero dizer que o pai deve fazer com que o filho corresponda às expectativas, que o filho faça o que precisa ser feito. Um filho não pode deixar de escovar os dentes ou de estudar e o pai não pode deixar isso passar.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Divórcio a jato
A Vida miojo determina relações em que tudo é feito de forma instantânea, inclusive dar fim ao amor. Hoje é mais difícil apagar a marca da aliança do que dar fim ao casamento. A nova lei que agiliza o divórcio imediato completou um ano com as estatísticas em disparada. O número de dissoluções no Cartório Civil de Lajeado aumentou em 48% em um ano. So neste, houve 84 divórcios no cartório. Até o nome pegou: “divórcio a jato”. A legislação atual permite o fim do casamento em até 24 horas. Em Lajeado, o trâmite é feito em cinco dias, o que não é nada tardio, se for levado em conta que antes, o casal tinha que ter pelo menos um ano de separação judicial. Para um divórcio sem partilha de bens, o desembolso é de R$ 44,80.
Pilula do dia seguinte, Viagra, camisinha saborosa e um arsenal de acessórios da sex shopp promovem o amor erótico. Casar e descasar é como zapear na televisão. Se você não tiver um bom marketing pra segurar o camarada, danou-se. Perdeu playboy!Estás separada...mas ainda restam as fotos Dress the trash que você pagou caríssimo como ícone do amor eterno. As fotos, elas salvam o ritual. Quando não pagam o pato do divórcio....
Pilula do dia seguinte, Viagra, camisinha saborosa e um arsenal de acessórios da sex shopp promovem o amor erótico. Casar e descasar é como zapear na televisão. Se você não tiver um bom marketing pra segurar o camarada, danou-se. Perdeu playboy!Estás separada...mas ainda restam as fotos Dress the trash que você pagou caríssimo como ícone do amor eterno. As fotos, elas salvam o ritual. Quando não pagam o pato do divórcio....
quarta-feira, 20 de julho de 2011
A dor do diferente
Simone toca piano, flauta e guitarra. E nas horas vagas, treina o afinamento da sua voz em aulas de música. Simone se engaja no que faz e está preocupada com a justiça social. Simone recebe o mesmo valor salarial do que Eduarda. Ambas atuam no grupo Tenha Dó, Faça La e Guarde em Si. Um quinteto que peregrina pelo Estado causando impacto e sensações através da música. Eduarda é uma boa musicista, mas só toca trompete. Enquanto Simone atua em quatro frentes, robustecendo e qualificando o grupo, Eduarda se mantém na sua posição. Faz bem também, mas é mulher de um instrumento só. O maestro diz que não dá para aumentar o salário, porque a disparidade iria contra os princípios de igualdade, afinal as duas estão na mesma categoria. E depois deste patamar, a única categoria existente é a de regente. OU seja, apesar de Simone ser uma mulher-orquestra, estará relegada ao principio de igualdade do quinteto Tenha Dó.
Acontece que Simone sabe ser diferente. Essa diferença às vezes causa exclusão. Com tantos instrumentos ao redor de sí, o seu mundo, a sua percepção, são aptidões artísticas. Ela também tem mania de dizer tudo o que pensa, algo que desafina do coro dos contentes. Nunca é conveniente ser lúcida demais. A lucidez em excesso proporciona um estima de loucura, eis aí outra diferença. Mas Simone gosta desta cara limpa. É como se ela conseguisse o equilibrio cortejando a insanidade, como cantaria Renato Russo.
Mas em síntese, quando a banda toca, ela se sobressai. Digamos que em campo, ela seria o atacante. Pode-se difamar o diferente, mas a verdade é que o diferenciado é o melhor entre os iguais. Áristóteles percebeu isso há milênios e identificou alguns principios da igualdade, entre eles o da "igualdade proporcional qualitativa", significa tratar igual os iguais e desigual os desiguais. É um paradoxo complicado: tem que pensar um pouqinho, mas em síntese seria: desigualar para criar igualdade.
Mas em síntese, quando a banda toca, ela se sobressai. Digamos que em campo, ela seria o atacante. Pode-se difamar o diferente, mas a verdade é que o diferenciado é o melhor entre os iguais. Áristóteles percebeu isso há milênios e identificou alguns principios da igualdade, entre eles o da "igualdade proporcional qualitativa", significa tratar igual os iguais e desigual os desiguais. É um paradoxo complicado: tem que pensar um pouqinho, mas em síntese seria: desigualar para criar igualdade.
Dentro da nossa histórinha fictícia, a musicista Simone deveria receber um salário maior do que Eduarda para que a igualdade fosse realmente justa. Ela possui um mérito maior. Então é assim ó, nas palavras de Rui Barbosa: "Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não, igualdade real".
Ao tentar fazer justiça com uma norma equivalente a todos, a diretoria do grupo Tenha Dó pecou na injustiça porque igualou o salario de Simone ao da Eduarda. Os juristas dizem que na desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade”. Deste modo, “a desigualdade nem sempre é contrária à igualdade”. Eu confesso que essa é uma relfexão egoísta. Eu poderia falar da lei de cotas, dos deficientes, mas escolhi o ângulo salarial numa historinha falsa para ponderar sobre o principio da isonomia.
Mas olha só, estou completamente errada pela ótica da CLT: o princípio de isonomia salarial entre os empregados está baseado no salário igual para trabalhos de igual natureza, eficácia e duração, sem distinção de nacionalidade, sexo, raça, religião ou estado civil. Talento, esforço e dedicação não estão inclusos na regra da equidade. É a dor do diferente!
São todos iguais
E tão desiguais
uns mais iguais que os outros
(Engenheiros do Hawai)
São todos iguais
E tão desiguais
uns mais iguais que os outros
(Engenheiros do Hawai)
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Amor Platônico
A fruta nunca cai longe do pé. Mas a fruta se aperfeiçoa. É a tal eugenia natural, creio eu. Em 15 minutos, a filhota da mamãe apresentou um poema bacana para a professora de português. Depois veio correndo me mostrar. Fiquei orgulhosa e disse a ela: - filha, tu leva jeito para jornalista. Marianna, de 12 anos, me retrucou: - Levo jeito para jornalista, não para ser pobre. Me lembrei: jornalista pobre é pleonasmo. Mas aqui vai o poema da dona Marianna Rabaiolli, filha de escola pública.
Não sei onde estou
Não sei onde vou
Te encontro em alguns dias
Te vejo andar pelas vias
Não sei se te quero
Não sei le levo um lero
Quero você mas não falo
Se falasse, riria é claro
Amor ou paixão
O que sente o meu coração?
Paixão vai e passa
Amor marca
Não se esquece
Vou crescer e me casar
Será que esse amor vai parar?
Se ficasse com você
Iria só piorar
Por que você nunca
Iria me Calar
Não sei onde estou
Não sei onde vou
Te encontro em alguns dias
Te vejo andar pelas vias
Não sei se te quero
Não sei le levo um lero
Quero você mas não falo
Se falasse, riria é claro
Amor ou paixão
O que sente o meu coração?
Paixão vai e passa
Amor marca
Não se esquece
Vou crescer e me casar
Será que esse amor vai parar?
Se ficasse com você
Iria só piorar
Por que você nunca
Iria me Calar
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Isabel mata Tina, a viciada
Isabel Cristina da Silva (35)não tinha nome nem sobrenome há um par de anos. Tudo o que possuía era um apelido conhecido da polícia. Tina, a pária. Cinco filhos, 1,60 de altura e outros tantos metros de ficha corrida criminal. Por 34 vezes levada a Delegacia de Polícia, autora de furtos e arrombamentos e por três, encarcerada. Tina, uma alcunha maculada pelo crack. Tina, reformada, agora surge como Isabel. O primeiro nome será seu escudo, uma maneira inaugurar a mudança de vida que iniciou há um ano e quatro meses: 487 dias limpa: 701.280 minutos que não mais se esvaem na fumaça do cachimbo imundo. “Eu não aceito mais que me chamem de Tina. Sou a Isabel”.
Sua história de drogadição foi curta, intensa e devastadora. Uma viagem ao fundo do poço que começou aos 30 anos, quando ela já fora mãe de cinco.
. Enfeitiçada pela droga da ilusão, ela colocava em perigo sua segurança e a dos filhos. O pequeno, com 12 anos à época, a vigiava duas esquinas antes, embaixo de uma parada de ônibus, para que nada acontecesse à mãe enquanto ela fumava até o restolho da pedra.
Virou zumbi. Com demais zumbis da cidade, começou a furtar. Exterminava 20 pedras por dia: quinze minutos sem entorpecente eram eternos. “Depois que me atirei e que não vencia mais o vicio, cheguei a gastar R$ 3 mil em duas noites.” Crack e álcool, companheiros de solidão. Pela cidade, Tina vigiava as casas. Batia e aquelas em que ninguém respondia, arrombava. Televisão, micro-ondas, aparelhos eletrônicos surrupiados e repassados para receptadores. Recebia R$ 50 reais por um televisor 20 polegadas. Fumava o dinheiro em três horas.
“Tina, um perigo a sociedade. Rádio, jornal, promotor diziam isso. Eu me sentia um lixo, eu queria sair mas a droga não deixava. A droga tirou o sentimento, o amor que tinha pelos filhos. A droga tira tua dignidade.” Tina, um produto do crack à espreita da polícia. Fichada 34 vezes, em três conseguiu ser encarcerada. Duas vezes foi recolhida ao presídio feminino Madre Pelletier em Porto Alegre.
Habituada às ruas, arrombamentos e a degradação da pedra, Tina tinha o marido e os irmãos na sua cola. Por mais decepção que ela lhes dava, sempre voltavam para resgatá-la. Foi essa insistência que salvou Tina. Ou melhor, matou Tina e fez emergir Isabel. Pela mão da família, conheceu o caminho da clínica de recuperação: 40 dias na Central lhe ensinaram uma nova maneira de viver.
Anjo de uma asa só
Nas reuniões de mútua ajuda, os grupos de Narcóticos e Alcoolicos Anônimos precisam uns dos outros. São na filosofia da recuperação, “anjos de uma asa só”. Para voar, precisam da mão e da “asa” do amigo ao lado. Só se alça voo com o apoio do grupo. Por isso, os dependentes em recuperação frequentam as reuniões durante anos. Três vezes por semana, Isabel reencontra os companheiros, ouve a história deles e dá o testemunho de sua drogadição.
Da vida-zumbi, Isabel galga sua saída do fundo de poço. A cabeça emerge, resoluta, do precipício. O desafio é viver a cada 24 horas . A cada 1.440 minutos agradece. “Só por hoje viverei esse dia e não tentarei solucionar meus problemas de uma vez.” Até que o hoje se transforme em passado e o passado em uma década. Ela então receberá a famosa medalha preta dos Narcóticos Anônimos: a medalha dos múltiplos anos longe da droga. Isabel reza a filosofia que ajuda a vencer o vício: Só por hoje nunca mais.
Sua história de drogadição foi curta, intensa e devastadora. Uma viagem ao fundo do poço que começou aos 30 anos, quando ela já fora mãe de cinco.
. Enfeitiçada pela droga da ilusão, ela colocava em perigo sua segurança e a dos filhos. O pequeno, com 12 anos à época, a vigiava duas esquinas antes, embaixo de uma parada de ônibus, para que nada acontecesse à mãe enquanto ela fumava até o restolho da pedra.
Virou zumbi. Com demais zumbis da cidade, começou a furtar. Exterminava 20 pedras por dia: quinze minutos sem entorpecente eram eternos. “Depois que me atirei e que não vencia mais o vicio, cheguei a gastar R$ 3 mil em duas noites.” Crack e álcool, companheiros de solidão. Pela cidade, Tina vigiava as casas. Batia e aquelas em que ninguém respondia, arrombava. Televisão, micro-ondas, aparelhos eletrônicos surrupiados e repassados para receptadores. Recebia R$ 50 reais por um televisor 20 polegadas. Fumava o dinheiro em três horas.
“Tina, um perigo a sociedade. Rádio, jornal, promotor diziam isso. Eu me sentia um lixo, eu queria sair mas a droga não deixava. A droga tirou o sentimento, o amor que tinha pelos filhos. A droga tira tua dignidade.” Tina, um produto do crack à espreita da polícia. Fichada 34 vezes, em três conseguiu ser encarcerada. Duas vezes foi recolhida ao presídio feminino Madre Pelletier em Porto Alegre.
Habituada às ruas, arrombamentos e a degradação da pedra, Tina tinha o marido e os irmãos na sua cola. Por mais decepção que ela lhes dava, sempre voltavam para resgatá-la. Foi essa insistência que salvou Tina. Ou melhor, matou Tina e fez emergir Isabel. Pela mão da família, conheceu o caminho da clínica de recuperação: 40 dias na Central lhe ensinaram uma nova maneira de viver.
Anjo de uma asa só
Nas reuniões de mútua ajuda, os grupos de Narcóticos e Alcoolicos Anônimos precisam uns dos outros. São na filosofia da recuperação, “anjos de uma asa só”. Para voar, precisam da mão e da “asa” do amigo ao lado. Só se alça voo com o apoio do grupo. Por isso, os dependentes em recuperação frequentam as reuniões durante anos. Três vezes por semana, Isabel reencontra os companheiros, ouve a história deles e dá o testemunho de sua drogadição.
Da vida-zumbi, Isabel galga sua saída do fundo de poço. A cabeça emerge, resoluta, do precipício. O desafio é viver a cada 24 horas . A cada 1.440 minutos agradece. “Só por hoje viverei esse dia e não tentarei solucionar meus problemas de uma vez.” Até que o hoje se transforme em passado e o passado em uma década. Ela então receberá a famosa medalha preta dos Narcóticos Anônimos: a medalha dos múltiplos anos longe da droga. Isabel reza a filosofia que ajuda a vencer o vício: Só por hoje nunca mais.
quinta-feira, 23 de junho de 2011
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Adote uma jornalista bipolar!
Esse vai ser um anúncio absolutamente sincero,sem a maquiagem que vem na carona das relações cibervirtuais. Estou na prateleira dos disponíves há um bom tempo. Sou jornalista e bipolar, tomo remédios para estabilizar o humor, que é caústico, corrosivo e criativo. Não se engane com meu rostinho. Tenho 40 anos e acredite, é muito duro admitir isso. Só agora, estou reconhecendo aos pouquinhos que a idade chegou até mim como o Titanic que me pegou de cheio em pleno mar da juventude.
Sempre mentia a idade nos sites, mas tá, to mudando isso. Portanto, se vocè dá bola para a idade, não mande mensagem, não mande elogios, não me fleche com o cupido virtual, não me adicione aos seus prediletos. Até porque eu dou bola para a idade. Sim, eu não quero um homem com mais de 45 anos. Veja bem, aceito mais novos, rechaço os bem mais velhos, a não ser que tenha pinta de Brad Pitt.
Não veja esse perfil de maneira arrogante, ele é só uma maneira bem-humorada de dizer as coisas que penso. Creio que vou ficar sozinha mesmo, justamente por essa alta exigência (ou baixa exigência) cronológica. Mas sabe, se não for para ser alguem atraente aos meus olhos, então aceito a solteirice com resignada prostração. Não, não me acho bela e nem tenho cacife para ser tão exigente. Mas sou, não consigo reverter meus valores românticos. Por isso que estou solteira: sou nota 6 e quero um cara nota 8. É dificil conciliar isso no mundo das vaidades, porque em termos de beleza, a equidade dita o relacionamento. As vezes a gente encontra um casal díspar, mas esses são exceção e geralmente a autoconfiança do feio compensa sua falta de simetria facial.
Quero um carinha legal, medianamente belo para mim, na faixa dos 30 a 40 anos. Acima de 1,75 e que saiba escrever medianamente bem, porque sou jornalista e presto atenção às palavras. Gosto de humor inteligente e pessoas que gostem de conversar de tudo um pouco.
Se você não se encaixa nessas características mas confia muito no seu taco, tá valendo. Eu adoro pessoas seguras de si. Não sou cheia, não sou arrogante, não sou vaidosa. Só sou sincera e espero que isso não doa nos leitores.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Um iPhone a um namorado!
Prazer, meu blog, Andreia. Venho a você com muita frequencia, posto todos os tipos de coisas e meus mais leves sentimentos. Mas há muito tempo eu não me escancaro para você como eu costumava fazer quando eu ainda te achava mais um Croissant de Emoções do que um Pitônicas.
Sabe, blog, há uns dois anos eu deixei de sentir aquele vazio crônico que fazia desfalecer a alma. Que me molestava e me amordaçava psicologicamente. Mas eu estou ciente de que eram naquelas horas que eu mais entrava dentro de mim, que eu mais refletia e ponderava sobre o ser humano. Aquela Pita ultra-carente, que expunha seus sentimentos aos quatro ventos e morria de vontade de um amor, deu lugar a uma Pita menos romântica. Árida, talvez? Sim, talvez sim. Eu cansei tanto de procurar o amor, que me cansei dele de vez. Hoje não procuro e nem ao menos quero. Estou escrevendo isso um dia após a data dos namorados, talvez por refletir nessa minha nova condição. É anti-humano não querer ninguém? Eu vejo as pessoas me cobrando: "arrume um namorado", "você é casada?", "O quêeee, ainda não casou?". Sofro do estigma de solteirona e não acho mais isso ruim. Depois que parei de buscar um namorado, me libertei daquilo que a sociedade me algema: ter um par. Sabe, blog, as vezes a gente quer ter um par para mostrar a todos que não fracassamos pela sensualidade. Que somos tão bons, a ponto de alguém nos amar. É um fracasso público, após os 30 anos, não ter alguem apaixonado pela gente. E era por isso que eu corria tanto atrás de um amor: para mostrar que também posso ser gostosa e vitoriosa nessa seara.
Mas sabe, blog. De alguma forma tudo isso mudou em mim. Talvez sejam os medicamentos que eu estou tomando por ter uma personalidade bipolar. Talvez o lítium, a carbamazepina e a sertralina tenham suprido o vazio através da química farmacêutica. Não é o certo. Eu me pego perguntando até quando isso vai durar: será que vou voltar a ser hiper-carente novamente? Será que vou voltar a querer um namorado?
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Desculpa, quero me casar COMIGO! |
Na redação, eu vejo e escuto histórias das gurias em vias de namorar, ficando ou conhecendo pessoas. Tem uma colega que adora a música do meu celular (Losing My Religion) porque lembra do seu semi-namorado. Ontem, no dia do amor, eu ouvi pessoas dialogando: "O que você ganhou ontem?" - "Ah eu ganhei isso e mais isso". Sinto-me excluída disso, uma outsider da paixão. Vivenciei-a em muitos momentos, entretanto, agora, aos 40, não consigo pegá-la. O amor para mim é como um touro xucro, nem a unha consigo laçá-lo. Eu sempre quis que com o amor eu me amasse. Talvez eu tenha comprado o preenchimento de mim mesma na farmácia. Por ora, a Eurofarma e a Roche são os meus parceiros sentimentais. Hoje, eu prefiro um iPhone do que um namorado. Talvez algum dia, eu descubra novamente que o amor é o calor que aquece a alma. Ou talvez eu compactue para sempre com Clarice Lispector:"Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite". Uma solidão com Iphone nunca me completaria: a maçã está sempre mordida.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Na serena vereda dos "Matutus"
Graças ao Censo, eu incorporei esta semana um conceito que eu própria inventei (ou pode ser que não, que ele já exista e eu na minha ignorância encampei a ideia). É o contexto de "pobreza saudável". Se é que existe uma miséria bonita eu a encontrei na comunidade de Matutu, uma localidade entranhada nos recônditos de Fazenda Vilanova. As casas são de madeira, bem pobres mesmo e tudo o que é minoria excluída impera ali. Negros camponeses pouco instruídos. O computador está para os afros de Matutu assim como o Admirável Mundo Novo de Huxley está para este planeta atordoado de estresse. Mas é o seguinte: em Matutu a serenidade perdura sobre todas as coisas.
Fui ali para fazer uma matéria onde os negros se concentram e aprendi que a felicididade é a coisa mais antitecnologica do mundo. A nobreza de Dona Maria inebria. Mirrada, encurvada e louca para distribuir morangas de presente aos visitantes, a matriarca negra de 79 anos tem um índice de felicidade bem mais elevado que o meu. O contraste está nas fotos. Eu, com casaco, manta e boina pertenço ao mundo do consumismo. Ela, com indumentária singela, pertece ao mundo interior. Aquele que a leva a essência dela mesma.
Alma simples
Localidade de povo humilde, que planta para comer, os negros de Matutu não sabem a origem do nome. Há indícios de que o local seria um quilombola indígena não oficial. Mas, quem povoou aquelas bandas foram os avós de Maria.. Eles assentaram-se ali, araram a terra e dela fizeram frutificar pomares e horas. Isso foi há mais de 100 anos. Hoje, Dona Maria é a matriarca que mora sozinha em uma casinha pobre e de madeira, assim como todas as outras do lugarejo. Mas a vida ali é muito saudável e as pessoas felizes. É diferente daquela miséria lastimosa que se encontra em zonas urbanizadas. Maria, quase sem dentes, seis filhos, seis netos e dois bisnetos. Cria porcos, galinhas e adora colher morangas. Vive uma vida sem estresse e quando precisa de médico, o carro da prefeitura a recolhe para ir ao posto de saúde. A matricarca dos Matutu é viúva há 28 anos, utiliza a enxada com habilidade e não se importa com as frestas no assoalho da casa. “Eu não sinto frio.” E para comprovar que as raças se interligam, sua refeição tem a substancial polenta, comida típica dos italianos. “Tudo que é bóia é boa.”
Fui ali para fazer uma matéria onde os negros se concentram e aprendi que a felicididade é a coisa mais antitecnologica do mundo. A nobreza de Dona Maria inebria. Mirrada, encurvada e louca para distribuir morangas de presente aos visitantes, a matriarca negra de 79 anos tem um índice de felicidade bem mais elevado que o meu. O contraste está nas fotos. Eu, com casaco, manta e boina pertenço ao mundo do consumismo. Ela, com indumentária singela, pertece ao mundo interior. Aquele que a leva a essência dela mesma.
Alma simples
Localidade de povo humilde, que planta para comer, os negros de Matutu não sabem a origem do nome. Há indícios de que o local seria um quilombola indígena não oficial. Mas, quem povoou aquelas bandas foram os avós de Maria.. Eles assentaram-se ali, araram a terra e dela fizeram frutificar pomares e horas. Isso foi há mais de 100 anos. Hoje, Dona Maria é a matriarca que mora sozinha em uma casinha pobre e de madeira, assim como todas as outras do lugarejo. Mas a vida ali é muito saudável e as pessoas felizes. É diferente daquela miséria lastimosa que se encontra em zonas urbanizadas. Maria, quase sem dentes, seis filhos, seis netos e dois bisnetos. Cria porcos, galinhas e adora colher morangas. Vive uma vida sem estresse e quando precisa de médico, o carro da prefeitura a recolhe para ir ao posto de saúde. A matricarca dos Matutu é viúva há 28 anos, utiliza a enxada com habilidade e não se importa com as frestas no assoalho da casa. “Eu não sinto frio.” E para comprovar que as raças se interligam, sua refeição tem a substancial polenta, comida típica dos italianos. “Tudo que é bóia é boa.”
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Contraste: o indice de felicidade de Dona Maria é maior que o meu |
terça-feira, 7 de junho de 2011
O lado Coca Cola da vida!
E foi assim, deu prá mim. Chamei meu colega Rodrigo para carregar o pneu. Chamei a colega Susana para tirar as fotos. Depois veio o fotógrafo Frederico para reforçar a imagem visual. Tudo por conta de viver um slongan criativo para a Fruki. Na frente do jornal O Informativo, pagamos mico, subimos em cima de uma moto que eu nem sei quem é o dono para testarmos um flerte ilustrativo, a fim de fazer bonito no comercial que valeria uma máquina fotográfica. Foi mal. Não fomos os melhores. Alguém nos ganhou. Adeus máquina, hello Coca Zero. Volto para o efeito "cocamentos", para a multinacional que não se importa com o terceiro vale mais fértil do mundo. Retorno para o lado capitalista, símbolo do pós-guerra americano. Eu entrei no "American Way of Life" ainda nos anos 80, quando surge a Diet Coke e a New Coke, que foi logo tirada do mercado porque os consumidores não a aprovaram. E quando Renato Russo estufava o peito para cantar: "Quando nascemos fomos programados a receber o que vocês nos empurraram com os enlatados dos U.S.A., de nove as seis", eu repetia o refrão: "Geração Coca Colaaaaaaaaaaa". Então, é isso aí né gente. Lembram do slogan? "Coca Cola é isso aí". Pois é, apesar de lendas e polêmicas de que a cola provoca danos a saúde, eu curto. E eu acho minha mãe essa coca-cola toda. E eu acho o David Beckham a última coca cola do deserto. E eu acho que se não tiver Coca, pode ser Fruki. O nosso guaraná é o melhor de todos:"Eu tenho razões para acreditar." Pena que o meu lado Coca Cola da Vida prepondera sobre meu lado guaraná. De qualquer forma "Viva positivamente" com qualquer dos dois refrigerantes. "Viva o que é bom" prá você. É isso aí.
segunda-feira, 6 de junho de 2011
A subvida na Praça da Matriz
Quando chega dezembro, a Praça da Matriz recebe decoração natalina e eventos que enaltecem a solidariedade do período. Os mendigos então são retirados para não denegrir a cena, as luzes e o espírito da época. São tocados embora pelos passantes. Em algumas ocasiões, as assistentes sociais tentam dissuadi-los de morar no coreto. Recomendam outro local menos evidente, nada que estrague um dos cartões-postais da cidade. Casais que perambulam pelos becos juntos, preferem o açoite do frio da rua do que a separação geográfica. Eles também amam e talvez este seja o sentimento que os mantém vivos, apesar da vida errante.
É a subvida urbana, escancarada no coração da cidade, uma sinopse moderna de pessoas afogadas com a corda da discriminação. Eles não têm voz, porque são bêbados e drogados. Subverteram a vida deslizando para o precipício. E por transgrediram regras éticas e morais, estão jogados no depósito da sociedade. Muita gente os chama de “vagabundos”. Poucos sabem a história por trás da miséria.
A queda de Rafael
Rafael tem 30 anos e está num estado deplorável. Casaco sujo, faltam-lhe dois dentes e tudo que tem cabe num saco plástico. Há dois anos ele e a companheira, Gislene moram na rua. Rafael não quer ser internado sem a companhia da esposa. Da mesma forma, não quer ir para abrigos para dormir longe de Gislene. Eles decidiram afundarem-se juntos porque não há um abrigo para casais. Quando estava no auge da profissão de vendedor, recebia R$ 4 mil mensais de comissão. Mas o vício lhe surrupiou as oportunidades. O filho foi a vítima que foi dada para a adoção e Gislene é a parceira que lhe ajuda a catar comida nas latas de lixo. A sociedade é a mão que não salva. Só julga, discrimina e rebaixa. “Eles pedem para a gente sair da praça. Prá deixar o lugar limpo e bonito. Eles querem é trocar o lixo de lugar.”
Ajuda de fariseu
Altair Gaspar mora há 30 anos na rua, desde a adolescência é alcoolatra. Palavras dele: "o preconceito é pior que a ajuda. A ajuda deles é a ajuda de fariseu. Não é uma moeda que vai resolver o problema. A gente quer atenção. Falta dignidade. A gente não é bicho."
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Altair chorava ao dar a entrevista:"a gente quer atenção" |
Altair foi assaltante e durante 20 anos cumpriu pena. Em 2007, saiu da jaula para receber o sol. Seria um recomeço. Mas não foi. Ele não quer mais furtar, roubar ou transgredir porque não suportaria enfrentar o cárcere novamente. Assim, partiu para a esmola. São poucos os que realmente lhe estendem a mão: R$ 1 mil reais não redimiriam Altair. Na imundície do coreto da praça, o poema de Manoel Bandeira deveria estar exposto em letras garrafais: “O bicho não era um cão, não era um gato, não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem”
sábado, 4 de junho de 2011
Dia de Milha
Acordo com a aragem que prenúncia que o inverno está próximo. Mas o sol lá fora indica que o sábado será ameno, como todos os sábados têm de ser: aconchegantes, sem estresse, o dia da pipoca e das comédias românticas. Mas hoje, sem perceber, minha filha cumpre um ritual de passagem: ela faz 12 anos, biologicamente ingressa na adolescência. É aniversário e temos traçado o nosso programa: um Dia de Milha - dia de mãe e filha - um trato nosso que fizemos há uns três anos. Algo assim como um tempo só nosso dedicado aos nossos "eus" maternais e filiais.
Saímos de manhã para cumprir o acordo do Dia de Milha: pouco dinheiro no bolso, muita vontade de comprar tudo, mil ideias na cabeça e uma câmera na mão. Escolhemos dois filmes, compramos pipoca e refrigerante para dar vazão a nossa simbiose sabática. O dinheiro foi escasso, mas o programa muito rico. O Dia de Milha me redime dos dias de semanas que não almoço com ela, dá amparo e respaldo a uma educação que não vai fazê-la cair na sedução de uma vida louca regada a estimulos sensoriais e fugazes das drogas ou do ficar obsessivo para se autoafirmar. O Dia de Milha é baratinho, mas este, nem a Gol oferece porque a viagem é muito mais profícua do que aquela feita à Grécia sozinha.
O Dia de Milha à meia tarde teve a presença da Dinda Rê, um palmo mais baixa do que a afilhada (o que a deixa louca), a fã sacramentada do Fábio Junior teve de ouvir Seminovos e se esforçar para compreender a novíssima linguagem da geração Z. Fomos ao shopping e o presente da dinda chegou em forma de cultura. Nanna ganhou um livro (registre-se em ata que foi ela quem pediu para ganhar um livro) e ouviu histórias da época em que Renata era chamada de Rapousa, inclusive uma reflexão sobre o uso e o gosto da maconha. Não é muito nova para essa abordagem atrevida? Não, não é. Adolescente guarnecido melhora o discernimento do que deve ou não fazer para si e para sua vida. E assim acaba o Dia de Milha: com três gurias rindo e uma garotinha que caminha para se entrosar no Universo: este local de um só verso que contém toda a poesia do mundo.
Saímos de manhã para cumprir o acordo do Dia de Milha: pouco dinheiro no bolso, muita vontade de comprar tudo, mil ideias na cabeça e uma câmera na mão. Escolhemos dois filmes, compramos pipoca e refrigerante para dar vazão a nossa simbiose sabática. O dinheiro foi escasso, mas o programa muito rico. O Dia de Milha me redime dos dias de semanas que não almoço com ela, dá amparo e respaldo a uma educação que não vai fazê-la cair na sedução de uma vida louca regada a estimulos sensoriais e fugazes das drogas ou do ficar obsessivo para se autoafirmar. O Dia de Milha é baratinho, mas este, nem a Gol oferece porque a viagem é muito mais profícua do que aquela feita à Grécia sozinha.
O Dia de Milha à meia tarde teve a presença da Dinda Rê, um palmo mais baixa do que a afilhada (o que a deixa louca), a fã sacramentada do Fábio Junior teve de ouvir Seminovos e se esforçar para compreender a novíssima linguagem da geração Z. Fomos ao shopping e o presente da dinda chegou em forma de cultura. Nanna ganhou um livro (registre-se em ata que foi ela quem pediu para ganhar um livro) e ouviu histórias da época em que Renata era chamada de Rapousa, inclusive uma reflexão sobre o uso e o gosto da maconha. Não é muito nova para essa abordagem atrevida? Não, não é. Adolescente guarnecido melhora o discernimento do que deve ou não fazer para si e para sua vida. E assim acaba o Dia de Milha: com três gurias rindo e uma garotinha que caminha para se entrosar no Universo: este local de um só verso que contém toda a poesia do mundo.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
O saber secreto dos maçons do Vale do Taquari

Na região, empresários, engenheiros, dentistas, contadores, professores, médicos e profissionais de todas as formações participam da fraternidade e mergulham no “saber secreto”. Um saber que aguça a curiosidade do universo profano (os não iniciados).
Envoltos em um manto de discrição, maçons da região se mantêm ao largo dos holofotes. Eles podem ser profissionais proeminentes, mas quando o tema envolve a ordem, a resposta é silente. “É constrangedor falar de algo que eu jurei silenciar”, enfatiza um mestre maçom. Na região existem pelo menos cinco lojas maçônicas: três em Lajeado, uma em Cruzeiro do Sul e uma em Estrela. O venerável mestre (aquele que preside a loja) do templo de Cruzeiro do Sul é um homem conhecido na área da saúde.
“Nós vamos ao templo para estudar. Fazemos o estudo do pensamento, mas recheado de simbolismos.” Eis o que desperta tanto fascínio. Entrar num templo maçônico é mergulhar em um espaço codificado. Nas paredes há 12 colunas, uma corda com 81 nós e outros signos, como as pedras bruta e polida, que representam os momentos pré e pós-iniciação. O templo maçônico é estruturado à maneira do universo. No teto há sol, lua, estrelas e as configurações dos planetas. O chão é formado por quadrados branco e pretos, representando a dualidade do universo. Assim, o maçom, ao pisar no templo, esmaga o preconceito e demonstra a comunhão entre brancos e negros e o respeito à diversidade.
Durante as cerimônias, os homens vestem aventais, que são símbolo do trabalho e para demonstrar a sua evolução na ordem. Referem-se a Deus como Grande Arquiteto do Universo, mas um Deus tratado dentro dos valores de tolerância religiosa. Por isso um maçom pode ser judeu, católico, muçulmano. Nas sessões, Deus tem um nome específico. O que não pode é ser ateu. Cada homem tem que acreditar no seu ser divino.
O segredo maçônico
Os maçons são objeto de curiosidade mundial. E muitas vezes se divertem com as teorias e conchavos com os quais supostamente teriam ligação. Boatos, apenas. É tanta coisa especulada pela internet, nos livros e filmes que eles já desistiram de contestar. “Eu juro que eu não conto nada do que acontece na loja. Esse juramento cria curiosidade extrema. Imagine um prédio fechado que não tem janela. A vizinhança enlouquece e pensa: ‘o que esses caras fazem ali?’”, comenta o mestre maçom. Estudam.
O segredo da maçonaria já foi revelado por irmãos que saíram da ordem e publicaram livros. Mas conforme o entrevistado, as obras não descrevem com perfeição os fatos sigilosos. A conclusão às quais muitos estudiosos chegaram é que o segredo da ordem reside justamente em não ter segredo. Existem sim toques, sinais e palavras que servem de identificação do maçom e que só a eles pertencem. O resto é imaginação criada por pessoas de fora dessa associação.
Os maçons são objeto de curiosidade mundial. E muitas vezes se divertem com as teorias e conchavos com os quais supostamente teriam ligação. Boatos, apenas. É tanta coisa especulada pela internet, nos livros e filmes que eles já desistiram de contestar. “Eu juro que eu não conto nada do que acontece na loja. Esse juramento cria curiosidade extrema. Imagine um prédio fechado que não tem janela. A vizinhança enlouquece e pensa: ‘o que esses caras fazem ali?’”, comenta o mestre maçom. Estudam.
O segredo da maçonaria já foi revelado por irmãos que saíram da ordem e publicaram livros. Mas conforme o entrevistado, as obras não descrevem com perfeição os fatos sigilosos. A conclusão às quais muitos estudiosos chegaram é que o segredo da ordem reside justamente em não ter segredo. Existem sim toques, sinais e palavras que servem de identificação do maçom e que só a eles pertencem. O resto é imaginação criada por pessoas de fora dessa associação.
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Lições que eu tirei por aí
* Só os corajosos conhecem o fracasso. Logo quem fracassa não é um fracassado é um corajoso. Fracasso não significa que Deus o abandonou ... Significa que Deus tem uma idéia melhor.
*Ninguém vai empurrar você escada acima.
*Não há como se motivar alguém que não queira ser motivado.
*Você precisa começar a amar o que faz, e então você começará a produzir mais, a trabalhar melhor.
Mesmo que o trabalho não seja o dos seus sonhos, que o salário não seja o ideal, você deve pensar: "isso aqui é temporário, eu vou fazer o melhor aqui para, no futuro, conseguir algo melhor".
* Não adianta ser o melhor sozinho, você precisa saber se relacionar, ou seja, formar uma equipe. Não adianta o Gerente ser uma estrela. Ele precisa formar uma constelação. Toda a equipe precisa brilhar. Cada um dentro da sua intensidade. E, principalmente, não tentar apagar o brilho de alguém, que é o que mais acontece , infelizmente.
* Quando brilha, você começa a mostrar para os outros que é possível, daí todos brilham. Porque as únicas coisas que você dá e não pede é amor e luz. Quanto mais você dá, mais você ganha.
*As pessoas que não tem uma espiritualidade não vão longe. Quem não acredita em Deus até sobe, mas quando chega no topo, se perde, porque não sabe para onde ir. Se perde na arrogância, se perde na vaidade, na auto-suficiência e cai, e o que parecia ser o topo, começa a ser o início de um precipício.
*Ninguém vai empurrar você escada acima.
*Não há como se motivar alguém que não queira ser motivado.
*Você precisa começar a amar o que faz, e então você começará a produzir mais, a trabalhar melhor.
Mesmo que o trabalho não seja o dos seus sonhos, que o salário não seja o ideal, você deve pensar: "isso aqui é temporário, eu vou fazer o melhor aqui para, no futuro, conseguir algo melhor".
* Não adianta ser o melhor sozinho, você precisa saber se relacionar, ou seja, formar uma equipe. Não adianta o Gerente ser uma estrela. Ele precisa formar uma constelação. Toda a equipe precisa brilhar. Cada um dentro da sua intensidade. E, principalmente, não tentar apagar o brilho de alguém, que é o que mais acontece , infelizmente.
* Quando brilha, você começa a mostrar para os outros que é possível, daí todos brilham. Porque as únicas coisas que você dá e não pede é amor e luz. Quanto mais você dá, mais você ganha.
*As pessoas que não tem uma espiritualidade não vão longe. Quem não acredita em Deus até sobe, mas quando chega no topo, se perde, porque não sabe para onde ir. Se perde na arrogância, se perde na vaidade, na auto-suficiência e cai, e o que parecia ser o topo, começa a ser o início de um precipício.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
O preconceito nosso de cada dia
Fiz uma matéria com a Loira da Bicilcleta. O nome dela é Traudi, tem 45 anos e pedala 20 quilometros por dia. Há cinco anos ela caiu na vida, virou prostituta mesmo, com os cabelos chamativos e a malha puída, ela não ganha muito nos seus miserentos dias de meretriz. Traudi, meretriz triste e feliz, estuprada aos 11 anos e prostituída aos 40 anos. Rendeu uma página. Penei para conseguir liberar a matéria no jornal. Existia o temor de que a reportagem poderia ser uma apologia a profissão. Como se a profissão mais velha do mundo precisasse de apologia. Cair na vida nem sempre é fácil, exige peito, se me permitem o trocadilho e uma boa dose de coragem para enfrentar os puritanos.
A matéria foi publicada no sábado, dia nobre para leitura de textos especiais: 48 horas depois, o burburinho está instalado: alguns gostaram da reportagem, outros não. E são estes que vociferam e ligam para a redação a fim de saber porque o jornal fez uma matéria desse estilo. Eu explico aqui: eu acho que os jornais precisam cada vez mais de vida real, menos de pompa. Menos de fontes oficiais. A vida anônima, aquela das ruas é que palpita no seio de cada ruela. Não quis apologizar nem demonizar. Só quis apresentar os fatos numa linguagem eloquente e acessível. Se faz mal para adolescentes lerem a matéria? Não. Eu recomendo a leitura. Fiz minha filha de 11 anos ler e não tenho medo que ela vá partir para a prostituição por isso. Eu tenho medo é dos papos no MSN, das fotos que se envia pelo Orkut, dos papinhos adolescentes travados no recreio da escola pública ou particular. Eu tenho medo é do preoceito desenfreado desta gente que vive no terceiro vale mais fértil do mundo e sob a aura de preservar as tradições, quer que a gente continue num jornalismo morno, que não aquece nem esfria nada. Que não humaniza, que nao tem cheiro, nem gosto ou sabor. Eu tenho medo é dos vereadores, que querem aumentar sua horda. Querem ser 15, em vez de dez e nenhum deles foi na audiencia pública promovida pela prefeitura para prestar contas do que gastou. Eu tenho medo é do ostracismo no qual a sociedade mergulhou, tanto pela função social que sempre foi inócua quanto pela função política, que nunca existiu.
Eu prometi, quando me formei em jornalismo, buscar desafiar as verdades inabaláveis que teimam em cercear nosso caminho. Eu prometi, não esperar cansada a fúria do algoz, nem baixar a cabeça diante das mordaças, mas lutar sempre pelo ser humano, pautando minhas ações na consciência, na ética e na justiça, por mais difícil que possa ser.
Eu prometi: "Embora ameaçadora a escuridão, fazer do jornalismo uma ferramenta, uma espada se for preciso, para que minhas palavras não nasçam mortas e o destino não se torne preciso. Para que minhas noites sejam tranquilas e que esta noite não seja em vão. Eu jurei e ainda juro"
A matéria foi publicada no sábado, dia nobre para leitura de textos especiais: 48 horas depois, o burburinho está instalado: alguns gostaram da reportagem, outros não. E são estes que vociferam e ligam para a redação a fim de saber porque o jornal fez uma matéria desse estilo. Eu explico aqui: eu acho que os jornais precisam cada vez mais de vida real, menos de pompa. Menos de fontes oficiais. A vida anônima, aquela das ruas é que palpita no seio de cada ruela. Não quis apologizar nem demonizar. Só quis apresentar os fatos numa linguagem eloquente e acessível. Se faz mal para adolescentes lerem a matéria? Não. Eu recomendo a leitura. Fiz minha filha de 11 anos ler e não tenho medo que ela vá partir para a prostituição por isso. Eu tenho medo é dos papos no MSN, das fotos que se envia pelo Orkut, dos papinhos adolescentes travados no recreio da escola pública ou particular. Eu tenho medo é do preoceito desenfreado desta gente que vive no terceiro vale mais fértil do mundo e sob a aura de preservar as tradições, quer que a gente continue num jornalismo morno, que não aquece nem esfria nada. Que não humaniza, que nao tem cheiro, nem gosto ou sabor. Eu tenho medo é dos vereadores, que querem aumentar sua horda. Querem ser 15, em vez de dez e nenhum deles foi na audiencia pública promovida pela prefeitura para prestar contas do que gastou. Eu tenho medo é do ostracismo no qual a sociedade mergulhou, tanto pela função social que sempre foi inócua quanto pela função política, que nunca existiu.
Eu prometi, quando me formei em jornalismo, buscar desafiar as verdades inabaláveis que teimam em cercear nosso caminho. Eu prometi, não esperar cansada a fúria do algoz, nem baixar a cabeça diante das mordaças, mas lutar sempre pelo ser humano, pautando minhas ações na consciência, na ética e na justiça, por mais difícil que possa ser.
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A loira da bicicleta me deu flores, em retribuição à matéria. Eis o click! |
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Testemunhas do leito zero
Tudo aconteceu rapidamente e sem prévia negociação. O celular tocou e eu atendi. Uma hora depois, já estava dentro da sala de cirurgia, esperando para assistir um homem ter seu crânio aberto com bisturi e ver o lado mais interno do ser humano. Aquele que a gente nunca vê, a não ser os médicos. A matéria era clara: mostrar a agonia de pacientes que esperam leitos de UTI. Um fato recorrente na região, mas dessa vez, a reportagem foi chamada para assistir "in loco" um paciente que não devia estar na cirurgia, porque ele não devia ter dando entrada no hospital da cidade. Não havia leito para ele. Em palavras toscas, o "paciente foi enfiado goela abaixo" pelo sistema. O sistema, aquele no qual eu, você e o João do Morro 25 estamos inserido. Aquele, único da saúde brasileira.
Eu e a fotógrafa Lidiane Mallmann repetimos a parceria. Jornalista e fotógrafa a postos. Logicamente consideramos um "privilégio" ter estado lá, naquela hora e dia e local. Desmistifiquei muitas coisas dentro daquela sala. Primeira delas: médico atende celular sim, dentro da sala de operações. É algo meio surreal, mas é tão normal quanto um padeiro que faz seu trabalho. As pessoas conversam, fazem observações. Era meio dia e o medico brincou. "Perdi o sorteio do bife em casa", enquanto costurava a cabeça do paciente. A Lidiane pensava. "Nesse momento ele é Deus". Ele detinha em suas mãos o poder de dar vida ao jovem ou de sufocá-la para a eternidade. Só que vê, quem olha bem naquela hora, percebe a magnitude do ato. O poder que emana de um neurologista, ou cardiologista. Alguns médicos "istas".
Foi fascinante pelos detalhes. O crânio sendo aberto, o osso sendo cortado, o hematoma sendo drenado. Mas antes de tudo isso, a preparação. Nada pode dar errado em nenhum átimo de tempo. A sala de cirurgia tem duas cores: verde e azul. Nas pessoas com uniforme verde, você pode tocar. Nas de azul, jamais. E nem nos panos azuis. Somos povoados de bichos, de vermes invisíveis (e ainda queremos ser glamourosos). Na hora da cirurgia, a assepsia é total. Pessoas de azul vão tocar diretamente no paciente, por isso são totalmente higienizadas. Elas não poder mexer nem nas calças que estão caíndo. Se isso ocorrer, os verdinhos entram em cena e levantam o cós da calça. Mas o médico de azul: never. Tudo isso é para evitar infecção.
Algo que causou impacto: os panos que estão na cabeça do paciente, são costurados na pele do crânio. É uma medida de proteção para que eles não escorreguem. Nenhum detalhe escapa, porque se escapar, o paciente pode morrer e o médico, ser acusado de negliência. A vida é fascinante. A luta para manter a vida palpitando, mais ainda. E hoje eu agradeci por ser jornalista. Minha profissão me leva a locais que nenhum turista com 200 mil na conta bancária consegue ir. Ele pode viajar a Grécia, mas só eu e a Lidi vimos um maestro orquestrando a vida.
Eu e a fotógrafa Lidiane Mallmann repetimos a parceria. Jornalista e fotógrafa a postos. Logicamente consideramos um "privilégio" ter estado lá, naquela hora e dia e local. Desmistifiquei muitas coisas dentro daquela sala. Primeira delas: médico atende celular sim, dentro da sala de operações. É algo meio surreal, mas é tão normal quanto um padeiro que faz seu trabalho. As pessoas conversam, fazem observações. Era meio dia e o medico brincou. "Perdi o sorteio do bife em casa", enquanto costurava a cabeça do paciente. A Lidiane pensava. "Nesse momento ele é Deus". Ele detinha em suas mãos o poder de dar vida ao jovem ou de sufocá-la para a eternidade. Só que vê, quem olha bem naquela hora, percebe a magnitude do ato. O poder que emana de um neurologista, ou cardiologista. Alguns médicos "istas".
Foi fascinante pelos detalhes. O crânio sendo aberto, o osso sendo cortado, o hematoma sendo drenado. Mas antes de tudo isso, a preparação. Nada pode dar errado em nenhum átimo de tempo. A sala de cirurgia tem duas cores: verde e azul. Nas pessoas com uniforme verde, você pode tocar. Nas de azul, jamais. E nem nos panos azuis. Somos povoados de bichos, de vermes invisíveis (e ainda queremos ser glamourosos). Na hora da cirurgia, a assepsia é total. Pessoas de azul vão tocar diretamente no paciente, por isso são totalmente higienizadas. Elas não poder mexer nem nas calças que estão caíndo. Se isso ocorrer, os verdinhos entram em cena e levantam o cós da calça. Mas o médico de azul: never. Tudo isso é para evitar infecção.
Algo que causou impacto: os panos que estão na cabeça do paciente, são costurados na pele do crânio. É uma medida de proteção para que eles não escorreguem. Nenhum detalhe escapa, porque se escapar, o paciente pode morrer e o médico, ser acusado de negliência. A vida é fascinante. A luta para manter a vida palpitando, mais ainda. E hoje eu agradeci por ser jornalista. Minha profissão me leva a locais que nenhum turista com 200 mil na conta bancária consegue ir. Ele pode viajar a Grécia, mas só eu e a Lidi vimos um maestro orquestrando a vida.
terça-feira, 24 de maio de 2011
O essencial é invisível!
Há meia hora minha filha chorou. E foi o choro mais lindo de todos. Eu fiquei tão feliz. Os olhos vermelhos lacrimejando me deram orgulho. Ganhei na loteca sem nunca jogar. Marianna terminou de ler as 94 páginas de O Pequeno Príncipe e emocionou-se como eu nunca a vira sentir-se assim em filme algum. Foi um livro que fez isso. Não é qualquer livro, já que Saint-Exupéry foi lido por milhões de pessoas em 80 línguas diferentes e todas elas tiveram a capacidade de emocionar-se com o principezinho. Por muito tempo eu guardei esse livro no roupeiro e tentei dá-lo a ela. Mas ela folheava, até tentava relancear algumas páginas, contudo, não ia adiante. Desta vez ela mesma tomou a frente de lê-lo e ao finalizar as páginas, chorou em borbotões. Ao sentar com ela e relembrar dos melhores lances da obra, também chorei. O Pequeno Principe devolve a cada um de nós o mistério da infância. A linguagem acolhe e tudo isso começa no prefácio da obra: "Todas as pessoas grandes foram um dia crianças, mas poucas se lembram disso."
Infância é também o prefácio da vida. Não dá para sentir pulos no coração com frases que se tornaram manjadas nas dedicatórias das misses, mas que significam profundamente um modo de existência essencial: "Só se vê bem com os olhos do coração. O essencial é invisível aos olhos." Ou essa: "Você se tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Se chegares às quatro, desde as três começarei a ser feliz."
Mas minha filha começou a chorar na página 93: "Esta é para mim a mais bela e a mais triste paisagem do mundo." E quando ela chorou eu sorri, porque ela descobriu a emoção do livro. E eu chorei por ela ter chorado de emoção. E eu chorei porque agora ela me entende um pouco mais. E eu chorei porque minha alma sorriu. E nenhuma pessoa grande jamais entenderá que isso possa ter tamanha importância!
Infância é também o prefácio da vida. Não dá para sentir pulos no coração com frases que se tornaram manjadas nas dedicatórias das misses, mas que significam profundamente um modo de existência essencial: "Só se vê bem com os olhos do coração. O essencial é invisível aos olhos." Ou essa: "Você se tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Se chegares às quatro, desde as três começarei a ser feliz."
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Marianna: cativada pelo livro |
segunda-feira, 23 de maio de 2011
O que um boato não faz
Mora na Espanha, é traveco de sucesso e segundo os boatos, tem uma piscina que faz inveja a muito empresário tubarão. Tem tantas atribuições que nem sabe porque virou puta. Mas já que virou, é melhor sentar na cama e fazer a fama. E cá prá nós, Luiza Marilac está bombando na web. O vídeo caseiro virou marketing viral: mais de um milhão de acessos, um texto simples mas muito argumentando em cima de ideias como diria - palpáveis e populares. Marilac conseguiu o que muito artista que está há anos nos tablados ou na sétima arte ainda não conseguiu. Ser visto, comentando, ser replicado por esse vasto brasil cheio de rincão. Ela até pode pagar peitinho no video. O Bolsonaro ou o pastor podem querer convertê-la, como perguntou a inadequada apresentadora do.Superpop. E nós, que temos nossos Bolsonaros enraivecidos aqui no Vale do Taquari, temos de vê-los engolir redondo essa "bicharada" saliente que ganha adeptos com a midia alternativa da internet. Alternativa não, virou primeira mídia. Aquela que revela os anônimos. Que vislumbra os deslumbrados, que coloca nos holofotes as minorias. A mídia feita de bordões e chavões. Luisa, a Marilac, ganhou o mundo com um texto simples, mas que cola na mente. "E teve boatos que eu estava na pior". Eis todo o texto que ela deve ter decorado em quinze minutos ou feito de sopetão na hora da gravação artesanal.
"Neste verão decidi fazer algo de diferente. Vou ficar em casa, curtir minha piscina. Beber meus "drink". Dividir com vocês momentos meus. A água está geladíssima...chuáaaaaaaaaaaaaaa...E TEVE BOATOS QUE EU ESTAVA NA PIOR. SE ISSO É TA NA PIOR...P...RRA...O QUE QUER DIZER TÁ BEM (diz ela depois de quase se afogar na piscina, mas sair com toda pompa e circunstância).
O bordão virou hit..Po, Po, Po...ôrra, ôrra..remake super comentado e tocado nos bailes funks. E tem boatos que aqui no Vale do Taquari, tem gente fazendo igual.
"Neste verão decidi fazer algo de diferente. Vou ficar em casa, curtir minha piscina. Beber meus "drink". Dividir com vocês momentos meus. A água está geladíssima...chuáaaaaaaaaaaaaaa...E TEVE BOATOS QUE EU ESTAVA NA PIOR. SE ISSO É TA NA PIOR...P...RRA...O QUE QUER DIZER TÁ BEM (diz ela depois de quase se afogar na piscina, mas sair com toda pompa e circunstância).
O bordão virou hit..Po, Po, Po...ôrra, ôrra..remake super comentado e tocado nos bailes funks. E tem boatos que aqui no Vale do Taquari, tem gente fazendo igual.
domingo, 22 de maio de 2011
Sites de namoro
Gente: percorrendo esse vasto mundo virtual, encontrei na internet dois sites opostos. Um que so cadastra pessoas bonitas e outro que so cadastra pessoas feias. Ambos estão em operação no Brasil e são para solteiros. Se você quer testar seu "indice" de beleza, experimente mandar uma foto para http://www.beautifulpeople.com/ Durante dois dias os integrantes "te analisam". se vc for lindo, vc ingressa no Olimpo. Se for feio, solamento, vc é rejeitado, eles te dão um nao bem redondo na cara. O site vem com o apelo: "onde todos são realmente lindos". Por dias eu me segurei para não fazer o cadastro. Não queria entrar na nóia de ser rejeitada. Mas a curiosidade foi maior. Ah, não, peguei uma foto que achei passável e envieu e durante 48 horas fiquei na expectativa. Os membros podem te dar a chave do site te elegendo como "bonito" ou "nao, absolutamente não". Meus caros amigos, eu não passei no teste. Que desapontamento. Por mais bizarro que seja um site só para pessoas bonitas, você se sente a pior bolacha do pacote sendo enjeitada desse clube.
Hoje deparei com outro site, mais bizarro ainda. Mas mais engraçado. Só que não me atrevo e não quero entrar lá dentro. O portal http://www.theuglybugball.com/ lida só com os esteticamente prejudicados. O site é exclusivamente para os feios e não aceita pessoas bonitas. Tem como slogam: bem-vindos a realidade. O site tem bons argumentos para arrebanhar metade da população mundial: segundo diz, metade das pessoas são feias. Agora veja essa: metade dos feios tiveram uma vida dura e difícil, portanto, se esforçam mais para serem atenciosos. Uma pesquisa também provou que eles se empenham mais na cama. Mais de 7 mil pessoas curtiram a página no Facebook. Ah, gente, nesse site eu não vou tentar entrar. Vai se sou selecionada!
Hoje deparei com outro site, mais bizarro ainda. Mas mais engraçado. Só que não me atrevo e não quero entrar lá dentro. O portal http://www.theuglybugball.com/ lida só com os esteticamente prejudicados. O site é exclusivamente para os feios e não aceita pessoas bonitas. Tem como slogam: bem-vindos a realidade. O site tem bons argumentos para arrebanhar metade da população mundial: segundo diz, metade das pessoas são feias. Agora veja essa: metade dos feios tiveram uma vida dura e difícil, portanto, se esforçam mais para serem atenciosos. Uma pesquisa também provou que eles se empenham mais na cama. Mais de 7 mil pessoas curtiram a página no Facebook. Ah, gente, nesse site eu não vou tentar entrar. Vai se sou selecionada!
quarta-feira, 18 de maio de 2011
A lógica da minha filha
Mundo, mundo, vasto mundo infantil! A lógica da minha filha me assombra devido a verossimilhança com minha forma de pensar. Dizem que a fruta nunca cai longe do pé. É bem verdade.
Hoje ao meio dia, minha filha chega da escola com a nota de Geografia. Ela me mostra a prova com sorrateira fingidez. Tirou 7,5. Eu pergunto: filha, o que foi que tu errou?
Ela me diz: mãe, eu nao sabia essa resposta e improvisei. Ela então me conta que a pergunta era bem prática: Qual o nome dos brasileiros que moram no Paraguai? Sem saber que os "brasiguaios" invadiram as terras vizinha, opta pela resposta inusitada e lasca uma tipica resposta pitônica: "muambeiros". Claro que a prova vem com um xis bem grande riscado em vermelho e ela me justifica: ah, mãe eu sei que lá tem muamba.
Então eu vi tudo: quem sai aos seus, nao degenera. Não sabia se eu ria ou chorava. Prendi o grito, prendi o riso, dei meia volta e saí. No caminho vim pensando, minha filha e o termômetro da escola pública. Uma menina nota 7,5 nem a melhor, nem a pior...mas é criativa e se utilizasse respostas criativas para se dar bem na vida, com certeza se formaria com distinção. Em termos de criatividade, o brasileiro é "hour concour". Mas eu quero que minha filha seja nota 9,5 para competir com os alunos do Alberto Torres. Ela bem que poderia improvisar menos e estudar mais. Se a fruta não cai longe do pé, existe sempre a esperança de que com as gerações, o DNA se aperfeiçoe: é a tal da eugenia, da qual queria que Marianna tivesse o privilégio te ter sido sorteada.
sábado, 7 de maio de 2011
Paciência no mundo da emergência
A aflição e a pressa dentro de um mundo em que ninguém quer entrar, mas que engole usuários que padecem na fila. O drama de pacientes e médicos que são utilizados como para-choque de um sistema que gera reclamações. O SUS. A vida e a morte dentro do pronto-socorro.
A equipe do jornal O Informativo atravessa a noite na emergência do Hospital Bruno Born e acompanha passo a passo a rotina de um médico plantonista.
A missão inicia às 19h30 da sexta-feira. Enquanto os trabalhadores voltam para casa e se preparam para o fim de semana, o médico Fábio Fraga (41) enfrenta mais um plantão de 12 horas. Ele é o coordenador do setor de emergência. Dará retaguarda a acidentados,feridos e alcoolizados. A sexta-feira é longa e por estatística, promete movimentação, a juventude sai para as baladas, ocasionando demanda no serviço. Esta é a sétima noite consecutiva de seu plantão. Durante a semana as horas de sono são escassas, mas ele tem de se manter alerta. Ainda não sabe, mas daqui a duas horas terá de salvar da morte um homem com água no pulmão.
Fraga é um “rato” de hospital. Na faculdade freqüentava casas de saúde perscrutando doenças e pacientes, assistia à série Plantão Médico e almejava ser um deles. Passou em uma universidade federal. Durante anos foi para as aulas com o mesmo sapato, os recursos eram escassos, mas o foco estava na futuro. Ao se formar, vestiu a beca e passou a ser chamado de doutor. Há dois anos, vara as noites no Hospital Bruno Born.
Enfermeiros, médicos e pacientes fazem parte de um sistema complicado e paradoxal que determina ter paciência dentro de uma emergência., que não se não se resume apenas ao Sistema Único de Saúde. Está dentro de uma conjuntura chamada Brasil, onde pouca coisa funciona para o usuário da saúde.
No país, pessoas agonizam esperando tratamentos. Em Lajeado médicos da emergência recebem R$ 55 reais a hora para atenderem no pronto-socorro mas não querem ser plantonistas pela batelada de processos a que estão expostos. O sistema reflete neles: Pessoas revoltadas que esperam meses por uma cirurgia pelo SUS e filhas apavoradas com a excruciante dor da mãe estão dentro do enredo. Não é a pressão do trabalho que aflige os médicos. Eles aprenderam na faculdade a trabalhar sob pressão. Mas a ineficiência do sistema chega a ser indecente. A impotência de estar de mãos atadas e de ser julgado culpado por isso, aflige os profissionais. A vida dentro do pronto-socorro é marcada pela frustração de médicos e pacientes.
19h30 A morte dá entrada
Pelos corredores do hospital, o médico Fábio Fraga, encontra tempo para filosofar sobre a vida e a morte e utiliza a tecnologia do iPhone para ler artigos médicos na internet e interagir em redes sociais. Apesar da popularidade na internet – Fraga tem 1.222 amigos no Facebook - o ciclista Lauro Schweitzer (56) que está na cama da emergência jamais havia encontrado antes o médico. Nunca pode lhe agradecer.
Schweitzer é o caso mais grave da noite. Vítima de um acidente de trânsito sofreu lesão cerebral e pode ficar com seqüelas. É tratado com extrema destreza. Em meio à vida que circula pelos corredores, Schweitzer trava uma batalha entre a vida e a morte com o esforço conjunto de salvação: médicos e enfermeiros na mesma missão.
À 1h da madrugada, sofre parada respiratória. O cirurgião geral Fábio Fraga toma a decisão: induzir ao coma para o cérebro parar de sofrer. O médico residente Rodrigo de Campos Lopes é incumbido de “entubar” o paciente. Colocar tubo na traquéia vai ajudá-lo a respirar. Os procedimentos são rápidos e terminam em 15 minutos. “O estado é gravíssimo”, diagnostica Fraga. O paciente está em coma, mas pelo menos respira. Mas há um outro problema. Aguarda que desocupe um leito na UTI. Os dez estão ocupados. Ele é o décimo primeiro paciente e precisa esperar.
20h30 – À beira da depressão
Ancorada no braço da filha, Neli da Rosa (43) só quer que a dor no abdômen passe logo. A pedra na vesícula lhe tira o fôlego. Mas o que incha de indignação a filha, Indiamara é ver a mãe assim e se sentir impotente. Neli, do Morro 25, é a típica vítima do SUS. A filha relata o drama da mãe que dia após dia frequenta o serviço de emergência para tomar medicamentos para apaziguar a dor. “O médico do posto do Bairro Montanha disse que é caso de urgência” Mas chegando ao pronto-socorro, ela toma soro e remédios e depois volta para casa. O que falta para solucionar o caso dela? Neli está na fila de espera da cirurgia eletiva. Como seu caso não tem risco de vida, ela tem de aguardar. Há 60 pessoas na sua frente para fazer a operação. “Há duas semanas eu não como de tanta dor”, relata enquanto é ministrado analgésico em sua veia. A filha se angustia. O medico Fábio Fraga pede calma à moça que cuida e acaricia a mãe e olha com desalento para lugar nenhum. Ela aguarda o medicamento fazer efeito. Cinco horas e meia depois, Neli e Indiamara saem do pronto-socorro. O relógio marca 2h30 da madrugada. A filha ampara a mãe. Lá fora, o breu. Um fio de esperança de que, pelo menos no sábado, a dor não machuque. Porque a depressão vem de mansinho. Está pegando Neli em doses homeopáticas, enquanto a cirurgia não vem. Neli é uma paciente engolida pelo sistema. E só tem a filha para ampará-la.
As filas são o carrasco do SUS. E Neli a vítima tradicional. “Ela está entrando em depressão e a gente não pode fazer nada”, diz o médico. Os exames dão normais, mas a vida dela está em volta de suas pedras. O SUS deveria extirpá-las. Mas o SUS virou a pedra no caminho.
21h – Diferença entre dor e risco de vida
O
Os médicos sabem que o paciente é vítima do sistema e que é no pronto-socorro que a impaciência do paciente estoura. Por isso, os plantonistas são os que menos têm qualidade de vida.O pronto-socorro é o ponto final. É como se fosse a beira do precipício tanto para o paciente quanto para o doutor, só que este último, como está de jaleco, tem que saber segurar a barra. Paciência para tratar o paciente. Nunca é fácil. Olhares zangados denotam o mau funcionamento do sistema. Em 12 horas, Fraga e sua equipe atenderam 30 pessoas. Destas, 15 poderiam ter sido assistidas por médicos de postos de saúde durante o dia. Mas elas não quiseram pegar filas e rumaram ao hospital.
O enfermeiro Daiton Vaz (27) define o drama pelo qual passa a equipe que vê a via-crúcis dos pacientes: “A minha dor é uma urgência para mim. A tua dor é urgência para você. Mas existe o risco de vida. Por mais importante que seja a dor, ela pode não incorrer em risco”.
.
2h45 - A vida não é um relógio
Ninguém pode ser completamente errado no mundo. Mesmo um relógio parado consegue estar certo duas vezes ao dia. Mas a vida no pronto-socorro não é um relógio. Com 3,5 anos trabalhando na emergência, o enfermeiro Daiton Vaz aprendeu que a vida tem mais solavancos que estradas de chão. E ainda assim é possível ressuscitá-la. Em sexta-feira, tem festa, bebida em profusão e os acidentados chegam em procissão. Há todo tipo de ocorrências. A sociedade adoece por um mundo de fatores. Há tentativas de suicídio por ingestão de medicação. Parece que inconsciente coletivo funciona junto “Passam 15 dias sem nenhum caso e numa noite ocorrem três”, explica Vaz. “Às vezes a gente sai daqui com a cabeça enorme e não consegue desligar”.
O pronto socorro é uma grande vitrine da sociedade. As brigas familiares estouram no domingo a noite, após uma semana de trabalho. Existe uma apologia de que o Brasil é um povo alegre, mas as mães ficam com o coração aos pulos ao verem seus filhos saírem a noite, eles podem não voltar mais, pela violência ou pela morte em acidentes. O doutor dá boa noite.
7h30 – Ponto final
A equipe do jornal O Informativo atravessa a noite na emergência do Hospital Bruno Born e acompanha passo a passo a rotina de um médico plantonista.
A missão inicia às 19h30 da sexta-feira. Enquanto os trabalhadores voltam para casa e se preparam para o fim de semana, o médico Fábio Fraga (41) enfrenta mais um plantão de 12 horas. Ele é o coordenador do setor de emergência. Dará retaguarda a acidentados,feridos e alcoolizados. A sexta-feira é longa e por estatística, promete movimentação, a juventude sai para as baladas, ocasionando demanda no serviço. Esta é a sétima noite consecutiva de seu plantão. Durante a semana as horas de sono são escassas, mas ele tem de se manter alerta. Ainda não sabe, mas daqui a duas horas terá de salvar da morte um homem com água no pulmão.
Fraga é um “rato” de hospital. Na faculdade freqüentava casas de saúde perscrutando doenças e pacientes, assistia à série Plantão Médico e almejava ser um deles. Passou em uma universidade federal. Durante anos foi para as aulas com o mesmo sapato, os recursos eram escassos, mas o foco estava na futuro. Ao se formar, vestiu a beca e passou a ser chamado de doutor. Há dois anos, vara as noites no Hospital Bruno Born.
Enfermeiros, médicos e pacientes fazem parte de um sistema complicado e paradoxal que determina ter paciência dentro de uma emergência., que não se não se resume apenas ao Sistema Único de Saúde. Está dentro de uma conjuntura chamada Brasil, onde pouca coisa funciona para o usuário da saúde.
No país, pessoas agonizam esperando tratamentos. Em Lajeado médicos da emergência recebem R$ 55 reais a hora para atenderem no pronto-socorro mas não querem ser plantonistas pela batelada de processos a que estão expostos. O sistema reflete neles: Pessoas revoltadas que esperam meses por uma cirurgia pelo SUS e filhas apavoradas com a excruciante dor da mãe estão dentro do enredo. Não é a pressão do trabalho que aflige os médicos. Eles aprenderam na faculdade a trabalhar sob pressão. Mas a ineficiência do sistema chega a ser indecente. A impotência de estar de mãos atadas e de ser julgado culpado por isso, aflige os profissionais. A vida dentro do pronto-socorro é marcada pela frustração de médicos e pacientes.
19h30 A morte dá entrada
Pelos corredores do hospital, o médico Fábio Fraga, encontra tempo para filosofar sobre a vida e a morte e utiliza a tecnologia do iPhone para ler artigos médicos na internet e interagir em redes sociais. Apesar da popularidade na internet – Fraga tem 1.222 amigos no Facebook - o ciclista Lauro Schweitzer (56) que está na cama da emergência jamais havia encontrado antes o médico. Nunca pode lhe agradecer.
Schweitzer é o caso mais grave da noite. Vítima de um acidente de trânsito sofreu lesão cerebral e pode ficar com seqüelas. É tratado com extrema destreza. Em meio à vida que circula pelos corredores, Schweitzer trava uma batalha entre a vida e a morte com o esforço conjunto de salvação: médicos e enfermeiros na mesma missão.
À 1h da madrugada, sofre parada respiratória. O cirurgião geral Fábio Fraga toma a decisão: induzir ao coma para o cérebro parar de sofrer. O médico residente Rodrigo de Campos Lopes é incumbido de “entubar” o paciente. Colocar tubo na traquéia vai ajudá-lo a respirar. Os procedimentos são rápidos e terminam em 15 minutos. “O estado é gravíssimo”, diagnostica Fraga. O paciente está em coma, mas pelo menos respira. Mas há um outro problema. Aguarda que desocupe um leito na UTI. Os dez estão ocupados. Ele é o décimo primeiro paciente e precisa esperar.
20h30 – À beira da depressão
Ancorada no braço da filha, Neli da Rosa (43) só quer que a dor no abdômen passe logo. A pedra na vesícula lhe tira o fôlego. Mas o que incha de indignação a filha, Indiamara é ver a mãe assim e se sentir impotente. Neli, do Morro 25, é a típica vítima do SUS. A filha relata o drama da mãe que dia após dia frequenta o serviço de emergência para tomar medicamentos para apaziguar a dor. “O médico do posto do Bairro Montanha disse que é caso de urgência” Mas chegando ao pronto-socorro, ela toma soro e remédios e depois volta para casa. O que falta para solucionar o caso dela? Neli está na fila de espera da cirurgia eletiva. Como seu caso não tem risco de vida, ela tem de aguardar. Há 60 pessoas na sua frente para fazer a operação. “Há duas semanas eu não como de tanta dor”, relata enquanto é ministrado analgésico em sua veia. A filha se angustia. O medico Fábio Fraga pede calma à moça que cuida e acaricia a mãe e olha com desalento para lugar nenhum. Ela aguarda o medicamento fazer efeito. Cinco horas e meia depois, Neli e Indiamara saem do pronto-socorro. O relógio marca 2h30 da madrugada. A filha ampara a mãe. Lá fora, o breu. Um fio de esperança de que, pelo menos no sábado, a dor não machuque. Porque a depressão vem de mansinho. Está pegando Neli em doses homeopáticas, enquanto a cirurgia não vem. Neli é uma paciente engolida pelo sistema. E só tem a filha para ampará-la.
As filas são o carrasco do SUS. E Neli a vítima tradicional. “Ela está entrando em depressão e a gente não pode fazer nada”, diz o médico. Os exames dão normais, mas a vida dela está em volta de suas pedras. O SUS deveria extirpá-las. Mas o SUS virou a pedra no caminho.
21h – Diferença entre dor e risco de vida
O
Os médicos sabem que o paciente é vítima do sistema e que é no pronto-socorro que a impaciência do paciente estoura. Por isso, os plantonistas são os que menos têm qualidade de vida.O pronto-socorro é o ponto final. É como se fosse a beira do precipício tanto para o paciente quanto para o doutor, só que este último, como está de jaleco, tem que saber segurar a barra. Paciência para tratar o paciente. Nunca é fácil. Olhares zangados denotam o mau funcionamento do sistema. Em 12 horas, Fraga e sua equipe atenderam 30 pessoas. Destas, 15 poderiam ter sido assistidas por médicos de postos de saúde durante o dia. Mas elas não quiseram pegar filas e rumaram ao hospital.
O enfermeiro Daiton Vaz (27) define o drama pelo qual passa a equipe que vê a via-crúcis dos pacientes: “A minha dor é uma urgência para mim. A tua dor é urgência para você. Mas existe o risco de vida. Por mais importante que seja a dor, ela pode não incorrer em risco”.
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2h45 - A vida não é um relógio
Ninguém pode ser completamente errado no mundo. Mesmo um relógio parado consegue estar certo duas vezes ao dia. Mas a vida no pronto-socorro não é um relógio. Com 3,5 anos trabalhando na emergência, o enfermeiro Daiton Vaz aprendeu que a vida tem mais solavancos que estradas de chão. E ainda assim é possível ressuscitá-la. Em sexta-feira, tem festa, bebida em profusão e os acidentados chegam em procissão. Há todo tipo de ocorrências. A sociedade adoece por um mundo de fatores. Há tentativas de suicídio por ingestão de medicação. Parece que inconsciente coletivo funciona junto “Passam 15 dias sem nenhum caso e numa noite ocorrem três”, explica Vaz. “Às vezes a gente sai daqui com a cabeça enorme e não consegue desligar”.
O pronto socorro é uma grande vitrine da sociedade. As brigas familiares estouram no domingo a noite, após uma semana de trabalho. Existe uma apologia de que o Brasil é um povo alegre, mas as mães ficam com o coração aos pulos ao verem seus filhos saírem a noite, eles podem não voltar mais, pela violência ou pela morte em acidentes. O doutor dá boa noite.
7h30 – Ponto final
domingo, 1 de maio de 2011
Missão de paciência
A missão era passar 12 horas no Pronto Socorro. Doze horas é o período da jornada de um médico plantonista. Ele não tem um expediente de oito horas como todos os trabalhadores. As jornadas costumam ser de 12 ou mesmo 24 horas. Optamos por 12 porque tá de bom tamanho para duas jornalsitas cansadas como eu e a fotógrafa Lidiane Mallmann que aceitou de bom grado o convite para ficar comigo todo o tempo retratando tudo o que se passava dentro do serviço de emergência do Hospital Bruno Born.

A noite escolhida foi sexta-feira, por sugestão do coordenador do plantão, médico Fábio Fraga, um cara bacana, calmo e com uma equipe orquestrada, que sabe fazer todos os movimentos simetricamente calculados sem nenhum pavor. Essa história dos filmes, aquela correria histéria retratada nos anos 80, se não me engano na série Plantão Médico, é meio teatral.Nem dá para ter tanta correrria assim porque a maioria dos pacientes que estariam na sala de observação iriam infartar de susto. O jeito é manter a calma e Fábio Fraga treinou durante anos para manter a serenidade. Verdade seja dita, os enfermeiros e técnicos também. Eles são personagens que nunca aparecem como protagonistas nas histórias de salvamento, mas sua perícia é louvável. Esses sim ganham pouco: 900 reais por mês. Muitos enfrentam jornada dupla e chegam a trabalhar até 30 horas direto.
Mas bem, é tanta informação para contar, que logicamente não vai caber em uma reportagem, terei de fazer uma triagem das informações interessantes. Vou focar histórias de vida, gente aflita pela resolução de seu problema, medicos que nada podem fazer porque nao cabe a eles resolver o que o sistema nao resolveu. O sistema, ah, o sistema - é algo tão complicado, tão enigmático e tão simples. É um paradoxo que não se resume apenas ao Sistema Unico de Saúde. Estamos todos dentro de um sistema chamado Brasil, onde pouca coisa funciona para o usuário da saúde. As pessoas agonizam e o médicos (que ganham R$ 55 reais por hora) não querem mais serem plantonistas pela batelada de processos a que estão expostos, porque são o para-choque do sistema. Tudo reflete neles. Pessoas desgostosas, que esperam meses por uma cirurgia eletiva que o SUS deveria pagar, filhas apavoradas com a iminência da morte da mãe. Não é a pressão do trabalho que mata o médico, é a reclamação, a ineficiência do sistema.A impotência, estar de mãos atadas e ser culpado por isso.
Tem horas, que o médico deveria ser chamado de paciente. Porque tem que ter uma baita paciência com as pessoas alcoolizadas que chegam por volta das 5h da manhã. Elas balbuciam coisas incompreensiveis, muitas não querem ser medicados e demonstram impaciência em se manter ali para esperar o soro ou finalizar o tratamento. Ossos do ofício.

A noite escolhida foi sexta-feira, por sugestão do coordenador do plantão, médico Fábio Fraga, um cara bacana, calmo e com uma equipe orquestrada, que sabe fazer todos os movimentos simetricamente calculados sem nenhum pavor. Essa história dos filmes, aquela correria histéria retratada nos anos 80, se não me engano na série Plantão Médico, é meio teatral.Nem dá para ter tanta correrria assim porque a maioria dos pacientes que estariam na sala de observação iriam infartar de susto. O jeito é manter a calma e Fábio Fraga treinou durante anos para manter a serenidade. Verdade seja dita, os enfermeiros e técnicos também. Eles são personagens que nunca aparecem como protagonistas nas histórias de salvamento, mas sua perícia é louvável. Esses sim ganham pouco: 900 reais por mês. Muitos enfrentam jornada dupla e chegam a trabalhar até 30 horas direto.
Mas bem, é tanta informação para contar, que logicamente não vai caber em uma reportagem, terei de fazer uma triagem das informações interessantes. Vou focar histórias de vida, gente aflita pela resolução de seu problema, medicos que nada podem fazer porque nao cabe a eles resolver o que o sistema nao resolveu. O sistema, ah, o sistema - é algo tão complicado, tão enigmático e tão simples. É um paradoxo que não se resume apenas ao Sistema Unico de Saúde. Estamos todos dentro de um sistema chamado Brasil, onde pouca coisa funciona para o usuário da saúde. As pessoas agonizam e o médicos (que ganham R$ 55 reais por hora) não querem mais serem plantonistas pela batelada de processos a que estão expostos, porque são o para-choque do sistema. Tudo reflete neles. Pessoas desgostosas, que esperam meses por uma cirurgia eletiva que o SUS deveria pagar, filhas apavoradas com a iminência da morte da mãe. Não é a pressão do trabalho que mata o médico, é a reclamação, a ineficiência do sistema.A impotência, estar de mãos atadas e ser culpado por isso.
Tem horas, que o médico deveria ser chamado de paciente. Porque tem que ter uma baita paciência com as pessoas alcoolizadas que chegam por volta das 5h da manhã. Elas balbuciam coisas incompreensiveis, muitas não querem ser medicados e demonstram impaciência em se manter ali para esperar o soro ou finalizar o tratamento. Ossos do ofício.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
O sim do século
Lady Kate casa em poucas horas com o homem mais cobiçado do mundo. Ela terá um sudito a seus pés. Bem diz a lei: mulheres boazinhas vão para o céu, e as espertas para o castelo. Bom, façamos nós o nosso conto de fadas tupiquinim já que monarquia nessa terra tupi guarani seria ruim de aturar. Mas eu dou um resumo do que toda mulher quer:
A vida é assim. A mulher engravida, fica sabendo que é menina, prepara o quarto com fitinha mimosa e sonha quão feliz será sua filhinha. Aí a Laura nasce. Paparicos, princesa prá cá, princesa prá lá. Os pais dando vazão ao tradicional dilema de que se existe princesa, há de se ter um príncipe. Um cavalheiro, gente fina, boa praça. Desde a tenra idade as mamães, babás e tatas nos apregoam, com sutileza, através de fábulas uma bela vida. Elas estão nas histórias da Cinderela e da Bela Adormecida. A Sofia, boa guria, a Catarina, nobre menina, a Maria Eduarda, a danada, já crescem pensando que vão encontrar o seu. Mas só quem realmente encontra o seu é a Kate, Waite Kate, que vai morar numa cidade que tem 58 letras e de nome intraduzivel.Tendo as ovelhas como vizinhas. Péssimas amigas dos paparazzi.
Mas bem,nós, na adolescência, cheias de ruge e batom, permeamos nossos sonhos com filmes modernos. Na cadeira do cinema invejamos cena em que a mocinha cativa o cara sedutor - aquele Deus grego - e dá um big beijo de língua. Está selado o compromisso. The end. É Grace Kelly lascando um beijo grego em Gregori Peck. Alias o vestido da duquesa foi inspirado na atriz que virou princesa. Um luxo de discrição e requinte. Clean, como tem de ser a realeza.
Saímos do cinema e vamos para a faculdade campear um principe com isso que está aí. Então arregaçamos as mangas, olho no olho, mão na mão e despesas a rachar. Afinal, o princípe quer igualdade e isso começa ao jantar.
Percebemos que o cara não nos salva do dragão, até porque o dragão costuma ser a sogra. Não há salvação possível. E você lembra do conto de fadas e verifica que conto de fadas tem esse nome porque é puro conto. 171. Mas as mulheres não desistem. Persistem. Querem o seu cavalheiro com escudo e bravos. Aguerridos. Mas sem máscaras. Querem um homerm para chamar de seu. Mesmo que não façam parte do trono real britânico. Mesmo que sejam galãs enrustidos, sem o glamour pintado do Reino Unido. Quem não tem William casa com pedreiro, bodegueiro, caminhoneiro...Quem não tem William casa com Harry. Ele foi Top Trend no Twitter, tem brasileira jurando que vai ser a próxima princera. Harry e rebelde e dado a arroubos alcoolicos. Minha própria colega ja disse que gostaria de protagonizar cenas com ele e com vodka. Achei que a Pippa - não aquela do No Limite - a irmã da noiva mesmo, é bem bonita. Linhagem nobre. Merece ser crème de la créme. O que eu acho mesmo é que toda história de amor vale uma audiência de dois milhões de pessoas e uma vida longeva...todo conto de fadas merece credibilidade mesmo que seja vivido aqui no Vale do Taquari!
PS: Porque tanta balbúrdia em cima de um casamento??
Márcia Ely tem a explicação: "Ha uma superpopulação de sapos no mundo, por isso essa festa toda quando aparece um principe de verdade"
A vida é assim. A mulher engravida, fica sabendo que é menina, prepara o quarto com fitinha mimosa e sonha quão feliz será sua filhinha. Aí a Laura nasce. Paparicos, princesa prá cá, princesa prá lá. Os pais dando vazão ao tradicional dilema de que se existe princesa, há de se ter um príncipe. Um cavalheiro, gente fina, boa praça. Desde a tenra idade as mamães, babás e tatas nos apregoam, com sutileza, através de fábulas uma bela vida. Elas estão nas histórias da Cinderela e da Bela Adormecida. A Sofia, boa guria, a Catarina, nobre menina, a Maria Eduarda, a danada, já crescem pensando que vão encontrar o seu. Mas só quem realmente encontra o seu é a Kate, Waite Kate, que vai morar numa cidade que tem 58 letras e de nome intraduzivel.Tendo as ovelhas como vizinhas. Péssimas amigas dos paparazzi.
Mas bem,nós, na adolescência, cheias de ruge e batom, permeamos nossos sonhos com filmes modernos. Na cadeira do cinema invejamos cena em que a mocinha cativa o cara sedutor - aquele Deus grego - e dá um big beijo de língua. Está selado o compromisso. The end. É Grace Kelly lascando um beijo grego em Gregori Peck. Alias o vestido da duquesa foi inspirado na atriz que virou princesa. Um luxo de discrição e requinte. Clean, como tem de ser a realeza.
Saímos do cinema e vamos para a faculdade campear um principe com isso que está aí. Então arregaçamos as mangas, olho no olho, mão na mão e despesas a rachar. Afinal, o princípe quer igualdade e isso começa ao jantar.
Percebemos que o cara não nos salva do dragão, até porque o dragão costuma ser a sogra. Não há salvação possível. E você lembra do conto de fadas e verifica que conto de fadas tem esse nome porque é puro conto. 171. Mas as mulheres não desistem. Persistem. Querem o seu cavalheiro com escudo e bravos. Aguerridos. Mas sem máscaras. Querem um homerm para chamar de seu. Mesmo que não façam parte do trono real britânico. Mesmo que sejam galãs enrustidos, sem o glamour pintado do Reino Unido. Quem não tem William casa com pedreiro, bodegueiro, caminhoneiro...Quem não tem William casa com Harry. Ele foi Top Trend no Twitter, tem brasileira jurando que vai ser a próxima princera. Harry e rebelde e dado a arroubos alcoolicos. Minha própria colega ja disse que gostaria de protagonizar cenas com ele e com vodka. Achei que a Pippa - não aquela do No Limite - a irmã da noiva mesmo, é bem bonita. Linhagem nobre. Merece ser crème de la créme. O que eu acho mesmo é que toda história de amor vale uma audiência de dois milhões de pessoas e uma vida longeva...todo conto de fadas merece credibilidade mesmo que seja vivido aqui no Vale do Taquari!
PS: Porque tanta balbúrdia em cima de um casamento??
Márcia Ely tem a explicação: "Ha uma superpopulação de sapos no mundo, por isso essa festa toda quando aparece um principe de verdade"
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