quarta-feira, 4 de julho de 2012

Lembram da campanha 12 por 8 nestas eleições?



Os gregos criaram a “polis”, cidades em que se discutia política e o direito de cada cidadão de emitir em público sua opinião. Dois mil e quinhentos anos depois, penso que o que de polis sabe o ser humano é aquilo que ele confunde com o pólen das abelhas. Penso que nós somos as colmeias domesticadas e as cidades são os nossos apiários.


Na casta humana, nossos governantes são as rainhas e os bolsos são de saúva. Grandes e gordos, para estocar o mel do nosso suor. Ou o fel. Nós somos as operárias. E zangões não tem nenhum: ninguém se zanga realmente. Falou-me uma psicóloga pelo Facebook – local onde as pessoas adoram fazer ativismo sentado . “As pessoas se emocionam com a miséria dos outros, com a violência diária,; mas seguem suas vidas com apatia. “ A maioria ruge como leão e age como tartaruga. Eu vou falar de um leão com pressão alta.
Recebi uma visita de seu Flávio Dresch, um ativo cidadão da civilização. Eu nunca havia trocado realmente uma ideia com ele. Mas foi seu Flávio chamar-me para um bate-papo.Levou um calhamaço de jornais com notícias políticas e disse em tom de desabafo. “Temos de fazer o povo lembrar dos nomes dos vereadores”. Ele falava de fulano, sicrano e dos que permitiram que a cidade tivesse 15 vereadores em vez de dez. Seu Flávio não queria que eu fizesse matéria com ele. Quando peguei caneta e bloco, disse-me: “não precisa botar meu nome, deixa assim.” Eu entendi seu Flávio: ele só queria ser ouvido. Quando bateu na porta dos gabinetes, os políticos é que se fizeram de porta.
Perguntei a ele: “Seu Flávio, por que o senhor luta tanto por essa causa?”. O homem que já teve um mercado enorme no centro da cidade e fundou o bloco dos palhaços me olhou e disse assim: “sou doente por esta cidade.” E emendou em tom de emoção: “o que os jovens da outra geração vão dizer de nós? O que nós estamos deixando para eles se não esta vergonha toda?. Vi que estava envergonhado e deparava com um embate ético sufocado dentro de um uivo humano.
Há muitos meses que seu Flávio não dorme bem, sofre de pressão alta por conta da política. Ele tem tanta vontade de fazer algo se mover que vai entupir suas artérias. Flávio ruge como um leão, mas um felino na savana precisa encontrar uma matilha. Seu Flávio faz parte da alcateia, não da manada. Por isso ele é um leão com pendor para a hipertensão. Faço votos que em outubro, sua pressão se normalize em 12 por oito.
É que seu Flávio me fala em fazer um corpo a corpo. Assim como existem os cabos eleitorais que vão a campo buscar votos, me propõe que façamos exatamente isso e o contrário disso. Vamos fazer um corpo a corpo para dizer em quem não votar. Eu acho o máximo a proposta do outrora palhaço, que tem muito mais seriedade do que quem faz da política um sofisma para trabalhar na “pobre” cidade, em vez da polis-cidade. No Brasil, 30% da população adulta tem pressão alta. É uma doença democrática. Vamos ajudar seu Flávio e a nós mesmos a prevenir a hipertensão. Para quem tem bom coração, faça parte da campanha: eu sou 12 por 8.


Vamos colocar a hastag no Twitter e fazer campanha no Facebook pela saúde de seu Flávio: #Lajeado 12 por 8. Vamos deixar um palhaço saudável. Amarre um cordão no dedo ou pendure lembretes no Face de seus amigos: Eu sou 12 por 8.



#Lajeado 12 por 8.

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