sexta-feira, 18 de junho de 2010

Eu amo esse texto, não sei se é realmente de Arthur da Távola, mas as palavras servem bem para o meu momento. Mas sim, eu creio que cada encontro está carregado de perda. Quando a gente tem um encontro feliz, inevitavelmente associaremos a ele, a ideia de que tudo passa. E como a vida é fugaz, este instante também o será. Há saudade embutida em cada encontro. Há o amor, que carece de zilhões de encontros. (O texto é bem mais logo, só postei os trechos que mais me comovem. Eu choro lendo esse texto)

"Cada encontro está carregado da perda, ou de perdas. A perda é mais adivinhada do que sentida. E no ato de sentir-se feliz, intensamente feliz, associa-se a idéias do passageiro que é tudo, do amanhã cheio de interrogações, da exceção que aquilo significa. E uma tristeza muito particular se instala: a tristeza feliz. É a que se associa ao momento bom, como a perda inerente a cada encontro, como sentimento de certeza de que tudo aquilo passará… Quem se alegra demais se distancia da felicidade. Eu diria que a alegria não é felicidade, e que a felicidade, muitas vezes, está mais perto da tristeza do que da alegria. Felicidade está mais perto da tristeza, porque a certeza da perda sempre se instala a cada vez em que estamos felizes. Cada encontro está carregado de perda. Nesta vida. E até na outra, que se existe (e permitirá o encontro redentor), precisou da perda desta vida. E esta certeza – a da perda – a que provoca aquela lágrima ou aquela angústia, que a gente não sabe porque às vezes se instala após os verdadeiros encontros. Há sempre uma despedida em cada alegria. Há sempre um ‘e depois’, após cada felicidade. Há sempre uma saudade na hora de cada encontro. Antecipada."

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