sábado, 9 de abril de 2011
Ressaca pós-massacre
"12 mortos e 190 milhões de feridos”, estampou o “Diário de Pernambuco” na sexta-feira, um dia depois do massacre na escola de Realengo. Foi o título que resumiu com maior sensibilidade a sensação geral de tristeza. Quem teve a brilhante ideia foi o editor do jornal Fred Figueiroa. Grande título, grande sacada, a dor permanece de todos nós. E o medo também, mesmo aqui na província do Vale do Taquari. Um dia depois eu fui à escola experimentar o sentimento das pessoas e averiguei que o ódio pelo atirador é tão proporcional quanto à dor que ele causou.As pessoas não queriam que ele morresse. As pessoas queriam matá-lo. Ouvi de uma menina de 13 anos: "ele devia ressuscitar para morrer de novo." O suicídio foi leve demais. Uma lei do retorno que não teve tempo de ser aplicada de forma como o povo queria. Não houve a morte por vingança e é isso que instigou a raiva. A sensação de impotência é uma das mais frustrantes do ser humano.
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