quinta-feira, 14 de abril de 2011

Aldeia enfezada!

Se Forquetinha fosse um estádio de futebol, os eleitores jogariam Gre-Nais. Não existiriam confrontos com times como Lajeadense ou Caxias, porque o povo da terra é maniqueísta. Não se trata de palavrão. É uma filosofia vivenciada pela população no dia a dia, mesmo sem saber seu significado. Resume-se em dividir os lados entre bem e mal. Não há meio-termo.
A cidade de 2,6 mil habitantes vive nos extremos desde que foi emancipada, em 1996.Picuinhas de um lado, boatos de outro. Munição que se prolifera na cultura do forquetinhense, assim como o fato de nascer bilíngue, algo que lhe dá autonomia na comunicação. Mas quando se trata de política, não há diálogo possível com a trincheira do lado. O bem e o mal depende da visão do eleitor.
Mergulhada em convicções partidárias, a cidade não se dá conta de sua paixão inflamada. Ao serem abordados, os eleitores afirmam: “Eu não me meto em política”. Numa cidade em que qualquer boato vira nitroglicerina, ter jogo de cintura é o desafio dos pequenos comerciantes. É a categoria que mais sofre pressão para “abrir” o voto.
O município parece uma aldeia medieval. No alto da colina, o prédio da Administração tem hastes de madeiras encaixadas entre si, dando um caráter estético diferente. A ligação natural entre o enxaimel e a Alemanha é como um cordão umbilical. Com arquitetura privilegiada ou não, os partidários lançam pedras no telhado um do outro. Ainda bem que a expressão "telhado de vidro" é so algo figurado.

Nenhum comentário: