quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Me quero de volta, eu pago o resgate!
Estou há quatro dias trabalhando na redação do jornal O Informativo. Pareço uma foca, uma novata que vê o recinto com olhos não domesticados. Como se fosse a primeira vez que trabalhasse ali (mas não é, atuei no local por 15 anos, conheço o mofo das paredes e os velhos ramais telefônicos). É interessante esse aspecto de retornar a um local que você precisa se ambientar novamente, mas que já lhe é velho conhecido. Não é uma sensação de "déja vu". É diferente. Sei que vou me readequar, mas o que "tá pegando" em mim é a percepção de eu não ser mais eu no ambiente de trabalho. A Pita antiga era irrequieta, com a mente encharcada de idéias e parecia uma ventania ao passar pela redação. Sem titubear, ia em busca das matérias mais impactantes ou as quais ela considerava boas para o público ler. De um jeito um tanto ensandecido tirava fotos, muitas das quais pitorescas, como o seu jeito pitônico de ser. Um dia, um colega lhe disse: "Pita, você é uma história em quadrinhos". Por muito tempo a Pita aqui ficou pensando em suas particularidades e dizia querer ser uma pessoa normal, sem rompantes, nem impulsos nem exageros, que na minha ótica, eram considerados "crimes" em ambientes sociais. Esforcei-me tanto que pareço ter conseguido. Agora, consigo - pelo menos profissionalmente - agir com bom senso, não subo em cima das mesas mas também não vibro com qualquer matéria. Aquela adrenalina que me movia o tempo todo parece ter arrefecido. Eu tanto queria ser "normal" que me surpreendo ante minha própria insatisfação contra essa nova Pita, mais contida que se incorpora em mim. Oh, God!!! Eu quero voltar ao meu "pique" que nada tem de normal, me extravasar todos os dias com minhas ideias, mesmo que sejam esdrúxulas. Voltar a ser chamada de "louquinha", mesmo que na hora eu não goste, porque se esse é o preço que eu tenho de pagar para andar de mãos dadas com a minha criatividade, produtividade e prazer pelo trabalho...então eu topo. Me quero de volta, eu pago o resgate.
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