quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O que quer uma mulher

Quando nascemos somos programadas a encontrar o cara ideal. Embarcamos no mundo de fábulas que embalam nossos sonhos infantis, com a voz da mamãe contando de forma convincente a história da Bela Adormecida e da Branca de Neve, ambas tão meigas e ávidas por serem resgatadas de uma vida infernal pelo portentoso príncipe cheio de virtudes. Desenvolvemos nosso visual acalentadas por esse mar de sonhos. As histórias antes lúdicas, mais tarde são ilustradas pelas telas de cinema, através de filmes como Cinderela Moderna e Uma Linda Mulher. É Holywood dando sua contribuição para nossos sonhos de moçoilas casadouras. Alguns anos depois a gente transpassa a fase das fábulas e ingressa no mundo real. Uma, duas, três, 30 baladas e o príncipe não vem. Estão pela noite aqueles motoristas velozes que curtem a potência do cavalo motorizado. Te oferecem um chopp, mas a mão..hummm ...essa é díficil. Quem sabe um beijo diretaço, sem cerimônias, porque essa balela de ir com calma é coisa do passado. Três dedos de prosa e você percebe que o candidato a granjear a atenção do seu coração não está a fim de resgatar ninguém do dragão da solidão. Quer um papo mais light para descontrair e tornar a noite dele mais atrativa - a dele, não a sua. De belas adormecidas, nos tornamos moças despertas. Acordamos do sonho no momento em que percebemos que sutilezas só existem em contos de fadas. Nem podemos querer exigir tanto, porque o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística propaga que há bem mais mulheres do que homens. Segundo o Censo, o número de homossexuais também vem crescendo o que é um desalento para o contigente feminino. Não bastasse ter menos garbosos no mundo, ainda temos de disputar com os gays, esses sim os únicos que nos compreendem.
Os homens reclamam que somos inconstantes, que gostamos de canalhas, que desprezamos os que nos tratam bem em favor dos falcatruas. Os homens declaram que não sabemos o que queremos. Mas toda vida queremos sempre a mesma coisa: está nos contos de fada. Queremos alguém que nos resgate da torre do castelo, heróicos suficiente para empunhar a bandeira em favor de nós mesmas, fortes suficientes para bradar ao mundo que nos amam. Queremos homens sensíveis, podem ser pedreiros, marinheiros, engenheiros, arquitetos, jornalistas, comerciantes, vendedores. Não precisa vir montado em um cavalo branco e nem em uma mercedes super potente. Não queremos fábula, não queremos que tenham sangue azul, não queremos nobreza. Queremos destreza para com nosso sentimento, habilidade para lidarem com nossas vulnerabilidades. Desejamos homens falíveis, não indefectíveis, mas que saibam proclamar com veêmencia que temos valor para eles. Que sejam carinhosos, resolutos e um pouco seguros de si, não a ponto de serem arrogantes, mas autoconfiança e caldo de galinha não faz mal a ninguém. Queremos um amor que nos ame com a gentileza de um príncipe e a leveza de um sapo. E se Freud não foi capaz de explicar isso, é porque nem os homens mais inteligentes compreendem nossas necessidades. Só os de almas sensíveis.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tudo de nada. Dizer e desdizer. Por que, então?