As dificuldades viram poemas lindos em folhas de papéis.
Fica tão bonito esboçar histórias tristes e mensagens de superação, de que a vida tem valor e de que eu tenho valor diante da vida! Desculpe-me Shakeaspeare, é sim também com você que estou falando! Mas é uma visão tão poliana ler e se inundar com essa retórica positivista vista a partir dos percalços cotidianos .
Pela caneta, provação e privação vira saga, jornada, trajetória ou desafio. Vale para produzir poemas, afinal ninguém faz versos compostos apenas por alegrias, seria muito fútil. O bonito é escrever quando existe tristeza. A melancolia é lírica. Dá um toque todo especial numa ode, num verso ou composição. É companheira ideal para os poetas. Mas na vida real, pôxa, esse requinte vira estôrvo. Melancolia quando sai das palavras e gruda na gente transforma-se em esculacho, uma super bonder que incomoda e não parece nada atraente, ao contrário, aparenta um rinoceronte. Eu prefiro desenhar borboletas coloridas, se é para riscar no papel alguma coisa bonitinha que vivenciei. Belos poemas, adoro lê-los, me solidarizo e emociono com eles. Mas opto para que fiquem apenas como um talento utópico, o qual eu nunca terei, já que para escrever tão lindamente é preciso invocar a experiência. Belos poemas geram turbilhões de emoções no papel, pergaminho, folha de almaço. Vida real, se me permitem a rima pobre, não é nada maternal.
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