quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Explicações de eus

Uma das coisas que mais gosto é ouvir e analisar a definição do que as pessoas dizem que são. Na década de 80, Léo Jaime embalava uma letrinha sem maiores pretensões: Quem sou e e quem é você nessa história eu não sei dizer, mas eu acredito que ninguém tenha vindo para o mundo a passeio...Marisa Monte verbalizou em uma de suas canções: sou pequenina e também gigante. Raul Seixas vociferou como nunca, que era as coisas da vida e o medo de amar. E é claro, a luz das estrelas. Clarice Lispector jamais passou da sua própria interrogação: Eu sou uma pergunta, salientava ela. Já a cronista Martha Medeiros não esconde de ninguém que tem um elenco de protagonistas dentro de si: "sou tantas que não consigo me reconhecer na rua." Mas foi Oswaldo Montenegro quem eternizou a explicação ao entoar poesia em forma de música: "metade de mim é amor, a outra metade também."
Em tempos de internet, basta entrar no orkut e ler o perfil do dono da página. Quem sou eu: geleira ou vulcão; tormenta ou calmaria, sou gaivota, fui sereia. São tantas coisas pra dizer de nós. Alguém um dia disse que somos o resultado de tudo que passamos. Eu sou o que fui. É vero. Veríssimo. Esse aliás se diz em uma de suas autofinições irônicas, "gigolô das palavras" . Talvez todos sejamos amplos, abrigamos multidões. Mas eu me arrepio na definição de Fernando Pessoa: Eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura...Todavia, navegante que sou deste barco de emoções que atracam dentro de mim, sei que me descompreendo. Deslizo para dentro e para fora do meu porto, as vezes estaciono, em outras, eu nem quero chegar. Em várias, quero capitanear mais autonomia, ser mais dona de mim mesma. Mas na maioria das vezes, sei que nunca saberei de mim. E sabe o que? Isso é tudo que eu preciso saber!

É uma felicidade ter por profissão a sua paixão


Férias!Tantos dias à deriva....parece um privilégio tanto ócio remunerado. Mas não. Eu gosto da labuta: entrevistar, parlar, escrever, achar títulos criativos, contar aos outros o que meus olhos vêem, tirar do anonimato a pessoa que mora na rua tal, de sobrenome sicrano que passa por uma circunstância jornalística. De toda minha experiência na faculdade de Jornalismo, aprendi a amar o gosto e o sabor que a gente deve dar a uma reportagem, seja ele doce ou amargo. Incorporei isso graças a professores que aprendi a amar, a quem eu chamo mestres. Uma delas é Martha Cioccari:"É uma alegria saber que as matérias saiam das salas de aulas, dos gabinetes e ganham as ruas, os becos, as esquinas, as fábricas. Quando se aprende a prestar atenção nos cheiros, nos sabores, nas cores do mundo, não se perde mais essa sensibilidade. Mais do que estar no caminho certo, é preciso inocular o gosto pela profissão. O jornalismo pode ser a melhor profissão do mundo, mas nós já sabemos que ela não é nada fácil. É preciso superar-se o tempo todo. Não medir esforços para se qualificar. E nessa movimentação, quero que vocês lembrem, nos momento de maior dificuldade. É quase um segredo, uma dica, eu quero que vocês não se esqueçam de conversar, com as estrelas, com o sol, com a lua, com a terra, com o mar. Eu confesso que nos piores momentos da minha vida, esses elementos nunca me faltaram porque neles há uma energia divina que pode ser compartilhada por nós. Eu quero que vocês não se esqueçam da filosofia, da poesia e de manter os sentidos atentos.Não se esqueçam de ler muito, de exercitar o prazer do texto, o gosto pelas palavras, a procura da frase mais precisa e da mais simples. É imprescindível que não se perca a ética, essa companheira íntima e que deve ser inseparável de um profissional que honre o ofício. Não se esqueçam do prazer que tem que ser permanente de descobrir e da alegria de contar histórias. Porque o jornalista é antes de tudo, um contador de histórias."
PS: A foto é da cobertura de um protesto do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Eu provo sempre o vinagre e o vinho. Quero é ter tentação no caminho...

***Não sei onde estou indo mas sei que estou no meu caminho. Vc esperando respostas, olhando pro espaço. E eu tão ocupada vivendo, não me pergunto. Eu faço!!!
(É o Raul Seixas dizendo que a gente tem que fazer, ousar, assumir o risco de ser feliz ou não, mas pelo menos ter tentado. Isso aí Raulzito.)
ENTRE A DOR E O NADA, PREFIRO A DOR!

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

O corvo


Um corvo está sentado numa árvore o dia inteiro sem fazer nada. Um pequeno coelho vê o corvo e pergunta:- "Eu posso sentar como você e não fazer nada o dia inteiro?"O corvo responde: - "Claro, porque não?"O coelho senta no chão embaixo da árvore e relaxa. De repente uma raposa aparece e come o coelho.Conclusão: Para ficar sentado sem fazer nada,você deve estar no topo.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

A vida é líquida!


Um pouco de Hilda Hist:
"É crua a vida. Alça de tripa e metal.
A vida é líquida...
Bebendo, Vida, recusamos o sólido
Bebendo, Vida, invento casa, comida
Embriagada. Interdita. Ama-me.
Sou menos quando não sou líquida.

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Vamo brincá de pinel? Que é isso de ficá loco e cortá a garganta dos otro?Vamo brincá de autista? Que é isso de se fechá no mundão de gente e nunca mais ser cronista? ...