Existe um propalado acervo de livros sobre pessoas boas, mulheres más. É um contingente de obras que dá nos nervos. Tipo: Meninas Boazinhas Vão Para o Céu, as Más vão à Luta ou Mulheres Boazinhas Não Enriquecem ou Quando Coisas Ruins Acontecem a Pessoas Boas. Eu não li nenhum deles, só o resumão das obras. Eu vou escrever sem conhecimento de causa porque sou humana e já que está na moda não ser tão boazinha, vou fazer minha maldade do dia e falar mal do que não li. Diacho. Droga. Caracoles. Ôrra Meu. Ta ai. Desfiei minha série de palavrões.Será que agora sou considerada má e posso voltar a fazer minhas tarefinhas politicamente corretas? Eu nem sou tão correta assim. Vivo bufando, sou intolerante, impaciente, dou chega prá lá quando não quero papo e nem faço média com ninguém. Mas que saco essa onda de fazer apologia a coisas consideradas malvadas. Porque agora, como é moda, as gurias adoram dizer que são temperamentais, complicadas mas perfeitinhas. Ah... elas são tão malvadinhas! E estão tão orgulhosas disso. Issa. Quando uma coisa assim cai na roda de conversa, vira moda. E toda roda ama a moda. Eu sou contestadora por natureza. Nem quero ser malvadinha. E nem boazinha. Eu quero me permitir nem ir à luta. Quero ter meus dias de férias da labuta, me permitir vergar. Chorar. Gente, eu sinto necessidade de não estar em pé sempre. Que mal tem em as vezes ficar em posição fetal. Porque isso é tão covardia assim? Eu reivindico direito a um casulo. Eu quero uma moção de apoio para os avestruzes que enfiam a cabeça na terra. Tambem quero ter esses momentos, ora bolas. Pessoas malvadas, estóicas, finas, autosuficientes, fiquem longe de mim, caso não queiram ver a derrota em pessoa. Eu quero ter direito ao fracasso. Dar tempo as minhas dores. Sei que depois volto renovada. Eu até me ergo, mas quero poder bater no chão e ir ate o fundo do poço se assim for necessário. Não acredito em pessoas que caem em pé o tempo todo. Parece que estão sempre em estresse constante porque temem esborracharem-se. AS vezes acho que cair e levantar fica bem mais em conta, gasta-se menos tempo até. O esforço que vc faz por se manter incolume demanda mais tempo do que baquear na dor e levantar. Então, atalhe. Se atire ao chão, debruce-se na lama. Guiche como porco de dor. Faça drama. Depois volte à tona. Sei lá se isso é o certo. Talvez nem seja. Talvez seja fraqueza mesmo. Eu me junto a Fernando Pessoa (que pretensão) quando ele ironiza em seu Poema em Linha Reta. " Quem me dera ouvir de alguém, a voz humana, que confessasse não um pecado, mas uma infâmia. Que contasse, não uma violência, mas uma covardia !Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo? "
Fernando, eu tô aqui. Sou uma pessoinha. Não sou boa nem má. Eu sou gente, eu desafino do coro dos contentes. Eu levo porrada e sofro angústia. Eu me vitimizo. Eu sou mui humana, Fernando. Afinal, como você, sou pessoa.
2 comentários:
Gosto de ser politicamente correto,é, sou assim mesmo, me sinto bem assim, o conflito é sempre minha ultima alternativa,mas tenho vontade de mostrar a cara, derrubar as mascaras, não estar nem aí pro que os outros vão pensar. Com vocÊ é assim: calculo os passos, meço as palavras na tentativa de não perder só um momento, afinal com uma distancia de mais de 100KM qualquer passo em falso poderia ser fatal, mas não sou calculista.
Só quero um dia olhar direto nos teus olhos com serenidade e descontração como as verdadeiras almas sabem amar e dizer que foi bom ter encontrado você.
beijos Pita
nossa marcos
que bonito
me senti lisonjeada,,,rs
bj
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