quarta-feira, 25 de março de 2009
Vida de sentidos
A falta de sentido de vida produz a neurose espiritual marcado pelo vácuo da alma. Tenho lido a respeito de logoterapia, criada para ajudar a buscar o sentido de vida. Diz o idealizador da teoria que é preciso ter consciência de que a vida tem sentido em qualquer circunstância. A vida a todo momento nos cobra seu sentido. Algumas pessoas descobrem seu sentido almejando o poder, sucesso, dinheiro, engajado em uma causa. A vontade de sentido é maior do que a vontade de prazer. Tem uma liberdade que ninguém pode tirar de um homem: a escolha de uma atitude pessoal perante uma situação. "Mesmo na hora da morte, você pode escolher como vai olhar para ela"
domingo, 22 de março de 2009
Liberta!
O amor é como uma escravidão prá mim. Sempre que começo a gostar de alguém, parece que sinto que algemas gigantes estão sendo colocadas ao redor do meu corpo. Daí, tenho necessidade de pedir todo o tempo se a pessoa gosta de mim, preciso que ela reitere isso todos os dias prá que a algema fique frouxa. Depois de algumas horas que a pessoa disse que gosta de mim, parece que prescreve o prazo, e quando mais passa as horas sem ela dizer que me adora, mais a algema se aperta, Entao tenho de pedir de novo: vc gosta de mim?O amor pra mim é uma escravidão porque preciso que a pessoa reitere de cinco em cinco horas o quão ela gosta, ou entao a algema se aperta. Tenho medo de rejeiçao e que esse parceiro não me veja como mulher, so como amiga. E fico questionando se ela gosta o tempo todo. Pois bem, quanto termina a relaçao nao me sinto liberta pq na minha mente há esperança que a pessoa no fundo continue gostando,se ela não disser com todas as letras que ela não gosta. Se ela termina e continua dizendo que gosta, as algemas invisiveis permanecem circundando o meu corpo. A aflição persiste e isso eu vivi durante dois meses. Escravidão invisível. Mas hoje eu senti como ela se abrissem, me senti liberta porque perguntei a pessoa se ela gostava ou se ela me via como mulher> Ela me disse que gostava como amiga, imediatamente senti um alívio como se as algemas estivessem sendo afrouxadas, como se eu conseguisse me mover e ter um ar. Foi um alívio misturado ao um pouco de dor. eu sei que é dificil entender isso, mas o fato de ela dizer com todas as letras: "eu gosto de vc como amiga, mas nao como mulher, me libertou da minha aflição. E olha que eu queria agarrar a pessoa com todas as forças, cercar ela, mas metaforicamente, descobri que as algemas se abriram ao redor do meu corpo, e nao do corpo dele. Me sinto liberta. Essa cronica ta confusa, mas ela foi feita so pra mim, so pra eu n perder o feeling desse momento, quero me lembrar desse sentimento, desse processo, de despossessão, descravização, alívio Foi bom saber o que poderia ser o simbolo maior da rejeiçao. Agora que sei que ele nao gosta mesmo, estou leve, posso respirar e seguir em frente. Estou liberta.
sexta-feira, 13 de março de 2009
A vida me crava os dentes

Eu me escravizo perante meus sentimentos. Não consigo titubear diante da minha passionalidade. Porque eu tenho de ser tão passional. A vida me ensina a não me querer assim, não há notícias alvissareiras dentro de mim. Eu entorno meu próprio caldo. Eu entro em pane, revés emocional. Porque eu não me destempero por um outro viés? Irrequietamente, eu pinço minhas urtigas sentimentais, eu sinto. E muito. Sinto tanto tudo que não sentir se tornaria um reflexo de uma vitória. Ah, que glória. Eu, que não queria ter memória da minha dor, canso de forma atroz. Um palavrão bem afiado brada internamente um som gutural: será que tu vai me vencer, sua vida de merda?A vida me unha a cara, me fere na virilha e me salpica sal nas feridas. Ando minada de mim.
domingo, 1 de março de 2009
Momento Caras
Por mais que tenha ojeriza a revistas estilo fofoca, há um momento em que sucumbo a elas. Na consulta ao médico por exemplo, é batata. À espera do médico, que são os campeões da impontualidade (estou para ver um que chega na hora marcada), a gente senta na poltrona e passa a mão nas revistas espalhadas pela mesa. Invariavelmente, há mil Caras empilhadas. Tem também a Veja, a Exame e algumas de saúde, mas a gente pega a Caras. Ver a Adriane Galisteu esturricada na praia de Mônaco, com o corpo douradissimo com o celular que ganhou de souvenir na recepção do fulano de tal é o máximo do sonho de nós mortais. Que deleite. Que vida "fantastique".
O que eu acho incrível é que a Caras se prolifera mais nos consultórios psiquiátricos. Parece que os médicos da linha percebem que que você precisa do fascínio da vida de mentira, porque afinal você vai lá para tratar a cabeça. O casamento de Juliana Paes estampado na primeira página te leva ao idílio. E você foi lá para falar da porcaria do seu relacionamento. O corpo da Carolina Dickmann está escultural. Nossa, depois da filharada, ela perdeu 30 quilos. E você sofre com sua auto-estima e a sua imagem refletida no espelho e diz: "desgraçada eu, pára de comer aquelas bolachas recheadas." O Gianecchini tá lindo de morrer e você tem se satisfazer com seu amor barrigudo, careca e com chulé. No Momento Caras que está estendido na mesa do consultório, a gente idealiza a nossa própria vida através das folhas coloridas da publicação. É uma espécie de folga de nossa rotina. A sujeira do tapete deles nunca é mostrada nem na primeira página nem contracapa. Mas a gente vê o Fábio Assunção internado por problemas com drogas, a Luana apanhando no namorado. Quem percebe o glamour, não percebe coração. Quantos artistas devem estar fazendo tratamento psiquiátrico? O Momento Caras é fugaz, só dura o tempo do clique da fotografia. O Momento Caras é um momento posado. As fotos são fiéis ao que fica fora delas. No final é melhor fechar a revista e dar adeus às ilusões. É hora de perscrutar seu momento íntimo, indagar com escrúpulo para si mesmo o que te faz feliz. No castelo de Caras, está a ilusão, do seu coração, pode advir a realização. A grama do vizinho nem sempre é a mais verde.
O que eu acho incrível é que a Caras se prolifera mais nos consultórios psiquiátricos. Parece que os médicos da linha percebem que que você precisa do fascínio da vida de mentira, porque afinal você vai lá para tratar a cabeça. O casamento de Juliana Paes estampado na primeira página te leva ao idílio. E você foi lá para falar da porcaria do seu relacionamento. O corpo da Carolina Dickmann está escultural. Nossa, depois da filharada, ela perdeu 30 quilos. E você sofre com sua auto-estima e a sua imagem refletida no espelho e diz: "desgraçada eu, pára de comer aquelas bolachas recheadas." O Gianecchini tá lindo de morrer e você tem se satisfazer com seu amor barrigudo, careca e com chulé. No Momento Caras que está estendido na mesa do consultório, a gente idealiza a nossa própria vida através das folhas coloridas da publicação. É uma espécie de folga de nossa rotina. A sujeira do tapete deles nunca é mostrada nem na primeira página nem contracapa. Mas a gente vê o Fábio Assunção internado por problemas com drogas, a Luana apanhando no namorado. Quem percebe o glamour, não percebe coração. Quantos artistas devem estar fazendo tratamento psiquiátrico? O Momento Caras é fugaz, só dura o tempo do clique da fotografia. O Momento Caras é um momento posado. As fotos são fiéis ao que fica fora delas. No final é melhor fechar a revista e dar adeus às ilusões. É hora de perscrutar seu momento íntimo, indagar com escrúpulo para si mesmo o que te faz feliz. No castelo de Caras, está a ilusão, do seu coração, pode advir a realização. A grama do vizinho nem sempre é a mais verde.
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