Não se perca da alegria.....
faça cocegas na tristeza
desembrulhe o otimismo
abra a caixa de pandora da ousadia
Viva em volume máximo..
sempre em sintonia com o canal do coração!!!
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Um contador de histórias
"Como jornalistas, não podemos abrir mão da humildade. E é a ela, humildade, que eu quero contrapor a arrogância.De todas as vivencias que eu tive, as que ficaram incorporadas em minha vida não são aquelas de glamour, de reuniões em palácios, com empresários ou em viagens nacionais ou internacionais, que a gente sempre pensa com uma certa curiosidade quando se entra na profissão. As memórias que impulsionam a continuar são histórias de pessoas comuns. De gente simples que na maior parte das vezes fica sujeito ao silenciamento. Sem a ação consciente dos jornalistas só se tornam estatísticas de desemprego e violência. Stenhdal diz, sem se referir ao jornalismo, que é uma felicidade ter por profissão a sua paixão.
Queria relatar uma experiência singela de um operário da construção. Até hoje lembro de seu olhar, de sua história de vida, sacrifício e desesperança. Foi uma experiência tão impactante que terminada a entrevista eu não pude evitar que uma lágrima rolasse no meu rosto depois que me afastei. Não porque a história dele fosse espetacular, mas porque eu testemunhava olho no olho uma tragédia brasileira. Porque tinha consciência que a dureza da vida que ele levava não se limitava a ele. O que pude fazer? Contei a história de uma vida que oscilava entre o salário minimo e o desemprego, tentando resgatar pela minha escrita o respeito e a dignidade que lhe foram roubados. Às vezes parece pouco o que nós jornalistas podemos fazer, mas nosso trabalho pode dar visibilidade a esses problemas sociais.Guardo no coração histórias de sabedoria de mineiros de carvão, que trabalham nas profundezas da terra.
É uma alegria saber que as matérias saiam das salas de aulas, dos gabinetes e ganham as ruas, os becos, as esquinas, as fábricas. Quando se aprende a prestar atenção nos cheiros, nos sabores, nas cores do mundo, não se perde mais essa sensibilidade.
Mais do que estar no caminho certo, é preciso inocular o gosto pela profissão. O jornalismo pode ser a melhor profissão do mundo, mas nós já sabemos que ela não é nada fácil. É preciso superar-se o tempo todo. Não medir esforços para se qualificar. É quase um segredo, uma dica que eu vou dar. Quero que vocês não se esqueçam de conversar com as estrelas, com o sol, com a lua, com a terra, com o mar. Não esqueçam da filosofia, da poesia e de manter os sentidos atentos.Não esqueçam de ler muito, de exercitar o prazer do texto, o gosto pelas palavras, a procura da mais precisa e da mais simples. É imprescindível que não se perca a ética, essa companheira íntima e que deve ser inseparável de um profissional que honre o ofício. Não esqueçam do prazer que tem que ser permanente de descobrir e da alegria de contar histórias. Porque o jornalista é antes de tudo, um contador de histórias."
(Marta Cioccari, jornalista e professora da Unisinos)
Queria relatar uma experiência singela de um operário da construção. Até hoje lembro de seu olhar, de sua história de vida, sacrifício e desesperança. Foi uma experiência tão impactante que terminada a entrevista eu não pude evitar que uma lágrima rolasse no meu rosto depois que me afastei. Não porque a história dele fosse espetacular, mas porque eu testemunhava olho no olho uma tragédia brasileira. Porque tinha consciência que a dureza da vida que ele levava não se limitava a ele. O que pude fazer? Contei a história de uma vida que oscilava entre o salário minimo e o desemprego, tentando resgatar pela minha escrita o respeito e a dignidade que lhe foram roubados. Às vezes parece pouco o que nós jornalistas podemos fazer, mas nosso trabalho pode dar visibilidade a esses problemas sociais.Guardo no coração histórias de sabedoria de mineiros de carvão, que trabalham nas profundezas da terra.
É uma alegria saber que as matérias saiam das salas de aulas, dos gabinetes e ganham as ruas, os becos, as esquinas, as fábricas. Quando se aprende a prestar atenção nos cheiros, nos sabores, nas cores do mundo, não se perde mais essa sensibilidade.
Mais do que estar no caminho certo, é preciso inocular o gosto pela profissão. O jornalismo pode ser a melhor profissão do mundo, mas nós já sabemos que ela não é nada fácil. É preciso superar-se o tempo todo. Não medir esforços para se qualificar. É quase um segredo, uma dica que eu vou dar. Quero que vocês não se esqueçam de conversar com as estrelas, com o sol, com a lua, com a terra, com o mar. Não esqueçam da filosofia, da poesia e de manter os sentidos atentos.Não esqueçam de ler muito, de exercitar o prazer do texto, o gosto pelas palavras, a procura da mais precisa e da mais simples. É imprescindível que não se perca a ética, essa companheira íntima e que deve ser inseparável de um profissional que honre o ofício. Não esqueçam do prazer que tem que ser permanente de descobrir e da alegria de contar histórias. Porque o jornalista é antes de tudo, um contador de histórias."
(Marta Cioccari, jornalista e professora da Unisinos)
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
O pó das verdades
Você já cercou uma verdade sem importância? Falo das que se referem a relacionamentos. Daquelas em que os casais teimam em saber sobre romances passados. As tradicionais do tipo se o parceiro era melhor enquanto macho ou vice versa. São verdades que não precisam vir à tona, mas em algum momento teimamos em querer que ela seja aberta. Qual relacionamento resistiria hoje a uma dose exagerada de verdades? Saber de tudo o tempo todo, até de que forma o seu amor amou em tempos passados para quê? Talvez para se certificar que por ser o amor atual, você seja o melhor ou a melhor. Mas e se não for? E se o seu amor já amou alguém que considere melhor e inventa de escancarar: "Sim, era melhor! Mais suave, mais gentil, mais intenso ou ousado". Você está preparado para ouvir o ápice da sinceridade? Talvez chegar perto demais da verdade provoque um desmoronamento afetivo. As confissões podem ser usadas como munição na hora das brigas. É preciso saber não ceder ao convite que a pessoa lhe faz de falar tudo. Também é necessário segurar-se para não questionar sobre os mínimos detalhes.
Tem verdades que precisam ficar empoeiradas. Não tente espanar uma que já está adormecida. Antes, faça bom uso da naftalina. Seu amor, sua cabeça e seu parceiro vão agradecer. E suas endorfinas também. Aquelas substâncias produzidas no organismo que atuam como analgésicos naturais e proporcionam sentimentos de segurança, paz e tranquilidade.Arrancar as verdades do passado é procurar sarna prá se coçar, é tentar beliscar a assombração para ver se ela está viva, é disputar num território onde sentimentos já foram enterrados. É se chicotear á toa. E pior: sem algemas nem cinta liga, ou seja, sem nenhum bônus de compensação sexual.
Tem verdades que precisam ficar empoeiradas. Não tente espanar uma que já está adormecida. Antes, faça bom uso da naftalina. Seu amor, sua cabeça e seu parceiro vão agradecer. E suas endorfinas também. Aquelas substâncias produzidas no organismo que atuam como analgésicos naturais e proporcionam sentimentos de segurança, paz e tranquilidade.Arrancar as verdades do passado é procurar sarna prá se coçar, é tentar beliscar a assombração para ver se ela está viva, é disputar num território onde sentimentos já foram enterrados. É se chicotear á toa. E pior: sem algemas nem cinta liga, ou seja, sem nenhum bônus de compensação sexual.
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