Uma vez por ano, a mão brasileira dos governantes tem a audácia de mexer no tempo. Como se fosse A Mão Que Tudo Fez. Como se os ponteiros do relógio pudessem pontificar a hora certa para sairmos para a rua, recebermos a claridade do sol. Ah, se bastasse um ajuste dos ponteiros para ficarmos quites com o relógio biológico. Ah, se conseguíssemos domar a areia da ampulheta. Aproveito o horário de verão para pensar por metáforas, hábito com o qual me deleito antes, durante e depois de qualquer hora, pois o tempo, de fato não tem horário. É só uma convenção humana para distribuir melhor as tarefas na rotina cotidiana. Assim, fatiamos o tempo em partes infinitesimais de modo que um piloto de fórmula 1 possa se tornar consagrado por ter sido dois milésimos de segundo mais rápido do que o segundo colocado. Ou ainda, de modo que a cada três meses as estações do ano possam se renovar, num ato improvisado da natureza. O filósofo André Comte-Sponville, que é justamente por causa do que torna a natureza sempre nova que ela só inova raramente."Porque o que dura ou se repete só ocorre mudando, e nada começa que não deva acabar.” Lindo.
O jornalista gaúcho Nei Duclós sentencia que o tempo é a metáfora do mundo quando se comporta como um pêndulo. E eu vivencio a duras penas que, conforme o pêndulo balança, nos tornamos mais velhos. Começamos a morrer logo que nascemos e só nos damos conta da brevidade da vida após os 40 anos. Quem sabe a idade do lobo também seja a idade da consciência do tempo. Foi na definição de Jostein Gaarder, lendo O Dia do Curinga, que me encaixei com o tempo, senhor que engole todas as nossas dores e aplaina as feridas: “ O tempo mastiga, mastiga e somos nós quem estamos no meio dos seus dentes.” Mas vejam bem, o ruim de envelhecer é que a gente fica obrigado a amadurecer. Como se as coisas que a gente aprendeu e doeu durante a vida, fossem impelidas de não mais acontecerem, afinal, pressupõe-se que se a gente não aprende pelo amor, aprende pela dor. E se eu não aprender com nenhum dos dois? Tem certas coisas que são inestimáveis, tem certo erros que são domésticos, de estimação, acontecem sempre. A maturidade é um álibi frágil. Não uso ela como meio de defesa para provar que a tenho. Eu nem tenho, eu só avanço em anos, mas não atinjo a ponderação. Eu só matuto sobre maturar, mas continuo na creche à beira da meia idade. E no final das contas, se tem algo com o qual concordo, é com o legendário Raul Seixas: o Universo me espanta e não posso imaginar que esse relógio exista e não tenha um relojoeiro.” Em todo caso, ajuste seu relógio com o horário brasileiro de verão e dê uma olhada na sua conta de luz: ela deve vir mais baixa, porque até fevereiro, vc vai ajudar o Brasil a economizar 5% da energia. Mas não poupe energia na sua vida.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
domingo, 17 de outubro de 2010
Solve et Coagula
Aos 15 anos me apaixonei pelos alquimistas e isso durou uns cinco anos, enquanto eu estava entretida em desvendar os antigos mistérios. As meninas da minha idade adoravam as revistas Cláudia e Contigo. Eu não, me absorvia nas leituras de um escritor e ocultista chamado Eliphas Levi, nada tão profundo obviamente, mas o suficiente para eu entender e ficar cativada. Assim, travei contato com o mundo de Hermes Trismegisto, um dos fundadores da ciência hermética, do ocultismo e da alquimia. Não tenho grande sabedoria em assunto nenhum, mas nutro curiosidade por muitos e assim, no alvorecer da juventude, me tornei uma diletante do esoterismo na época. Tenho até hoje um livro que comprei e paguei caro , o I Ching, o considero uma verdadeira joia. Por um tempo tentei jogá-lo, sem sucesso. Depois, o li sem o tomar por oráculo e sua sabedoria é mesmo deslumbrante. Mas bem, vamos falar dos alquimistas homens que, na Idade Média, passavam a vida em seus laboratórios rudimentares buscando transformar metal em ouro, na ânsia pela Pedra Filosofal que lhes daria a eternidade, seria o elixir da longa vida. Os alquimistas eram homens transformadores. Queriam modificar em laboratório o que a natureza demoraria milhões de anos para conseguir. Usando água, fogo e fornos eles passavam a vida tentando transmutar chumbo em ouro. A pedra filosofal seria o diamante, a rocha indestrutível, o eterno. Eis o que acabava ocorrendo com eles. ao passar anos observando as transformações nos metais, eles percebiam uma modificação neles mesmos. Era a alma que se convertia de metal bruto a uma fina jóia. É esta a metáfora da ciência esotérica antiga, crivada de simbolismos muito bem exploradas nos livros de Dan Brow.
Para os alquimistas, antes da luz, é preciso vir o caos. (Nietzsche também diz isso). Porque para você dar lugar a um novo eu, precisa desconstruir o anterior. Os psiquiatras, para o paciente novato alertam-no de que ele pode piorar nas próximas semanas. É que antes de você melhorar, ficará de cara com seu abismo. É a noite escura da alma, mas a luz nasce da escuridão. Os alquimistas prestavam atenção na alma do mundo, uma alma que contrai e expande, tal qual o coração. Suas operações em laboratórios estão calcadas em cima da frase "Solve et Coagula", dissolve e coagula, ou dissolve e una. Eles dissolviam material não nobre e uniam a outros materiais para chegar ao ouro. E neste processo conseguiam transformações empíricas. Quando decidimos procurar um psiquiatra, é isso que estamos procurando: essa transformação. Nossa pedra filosofal seria a lapidação da nossa alma. Todos somos alquimistas no sentido de dissolver o negrume da alma e condensar nossa essência em algo mais espiritualizado. O psiquiatra Carl Jung estudou os simbolismos da alquimia porque percebeu que entre esses cientistas medievais e a sociedade moderna existe muito mais do que possa supor nossa vã filosofia. Tudo é uma coisa só neste mundão de Deus, tudo está interligado. "Assim em cima como embaixo", disse Hermes Trismegisto.
Para os alquimistas, antes da luz, é preciso vir o caos. (Nietzsche também diz isso). Porque para você dar lugar a um novo eu, precisa desconstruir o anterior. Os psiquiatras, para o paciente novato alertam-no de que ele pode piorar nas próximas semanas. É que antes de você melhorar, ficará de cara com seu abismo. É a noite escura da alma, mas a luz nasce da escuridão. Os alquimistas prestavam atenção na alma do mundo, uma alma que contrai e expande, tal qual o coração. Suas operações em laboratórios estão calcadas em cima da frase "Solve et Coagula", dissolve e coagula, ou dissolve e una. Eles dissolviam material não nobre e uniam a outros materiais para chegar ao ouro. E neste processo conseguiam transformações empíricas. Quando decidimos procurar um psiquiatra, é isso que estamos procurando: essa transformação. Nossa pedra filosofal seria a lapidação da nossa alma. Todos somos alquimistas no sentido de dissolver o negrume da alma e condensar nossa essência em algo mais espiritualizado. O psiquiatra Carl Jung estudou os simbolismos da alquimia porque percebeu que entre esses cientistas medievais e a sociedade moderna existe muito mais do que possa supor nossa vã filosofia. Tudo é uma coisa só neste mundão de Deus, tudo está interligado. "Assim em cima como embaixo", disse Hermes Trismegisto.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
O buraco de nossas vidas
Acabou, acabou. Emergem os 33 mineiros enterrados durante dois meses no deserto do Atacama. Adentraram 700 metros na terra e viveram como animaizinhos durante longos 69 dias. A cobertura foi um espetáculo midiático, embora eu não condene isso. Creio que,graças a mídia, o governo chileno tratou de acelerar as condições para o resgate. Tecnologia de ponta, familiares em volta dando apoio e uma profusão de repórteres querendo fazer bonito na pauta de suas vidas. Só para ter uma ideia de como os mineiros suplantaram outras notícias, em 26 milésimos de segundos o Onipresente Google registra aproximadamente dez milhões de páginas com a palavra "mineiros". Ao virem à tona, eles pediram "não nos tratem como artistas". Impossível, a busca por uma exclusiva era tanta que jornais teriam oferecidos 32 mil euros em troca de declarações. Reflito cá com meus botões: 32 mil mais 10 mil dólares ofertados a cada um por um magnata grego, eu também enfrentaria o buraco. Se bem que é fácil pensar que enfrentaríamos tragédias quando estamos ao final delas.
A mina de Copiapó virou o legítimo BBB da Sobrevivência. Mais de dois mil jornalistas se entrincheiraram para dar a matéria. Esse foi o verdadeiro reallity da vida real. Confinados nas entranhas da terra, as vítimas não faziam ideia do que rolava na superfície: até criança nasceu. Uma mulher deu à luz no pulsante acampamento Esperança. O papai estava lá embaixo, esperando por SOS.
Quando o resgate efetivamente começou, um deles saiu do buraco para entrar numa gelada. Foi recepcionado pela amante. A genuína ficou sabendo e deu o ultimato: "ou ela, ou eu". Que papelão, de vítima, virou safado nas telinhas do planeta. Mas em se tratando de homem, a infidelidade não surpreende, mesmo para quem passa a vida cavando debaixo da terra.
De certa forma, todos somos mineiros: estamos ai, querendo extrair da vida o melhor dela e num belo dia de sol, somos condenados a escuridão. Comemos poeira para sobreviver, damos duro para conseguir qualidade no estudo e um trabalho que nos torne gente. Fazemos o PIB do país aumentar, mas estamos relegados a uma condição social que não orgulha nem nossa mãe. Os "herois" chilenos, enfrentaram um apagão temporário e por milagre da tecnologia conseguiram sair ilesos, talvez com algumas escoriações psiquícas, mas nada que o tempo não trate de apaziguar. No buraco da vida real, não tem imprensa para recepcionar a gente e nem para fazer convites milionários de entrevistas. Os finais não são tão felizes como esse que assistimos. E eu digo com experiência de repórter que nunca foi para o Atacama: os jornalistas são a encarnação dos mineiros. Estão sempre cavando pautas e com o salário que ganham, vivem no buraco. Ou soterrados em trabalho, sem esperança de serem resgatados. Ossos do ofício.
PS: O número 33 foi tantas vezes exposto no incidente do Chile: 33 foram os homens e 33 o número de dias para completar o processo de perfuração do túnel. Existe uma mística envolvendo o algarismo. Desde a antiguidade o numero 33 vem sendo explorado pelas sociedades secretas.Na maçonaria, este é o mais alto grau. Quem o atinge é chamado de "Soberano Grande Inspetor Geral". Seria o maçom guardião.
No ocultismo, o 33 é considerado um número-mestre e representa a mais alta consciência espiritual a que um homem pode atingir.
A mina de Copiapó virou o legítimo BBB da Sobrevivência. Mais de dois mil jornalistas se entrincheiraram para dar a matéria. Esse foi o verdadeiro reallity da vida real. Confinados nas entranhas da terra, as vítimas não faziam ideia do que rolava na superfície: até criança nasceu. Uma mulher deu à luz no pulsante acampamento Esperança. O papai estava lá embaixo, esperando por SOS.
Quando o resgate efetivamente começou, um deles saiu do buraco para entrar numa gelada. Foi recepcionado pela amante. A genuína ficou sabendo e deu o ultimato: "ou ela, ou eu". Que papelão, de vítima, virou safado nas telinhas do planeta. Mas em se tratando de homem, a infidelidade não surpreende, mesmo para quem passa a vida cavando debaixo da terra.
De certa forma, todos somos mineiros: estamos ai, querendo extrair da vida o melhor dela e num belo dia de sol, somos condenados a escuridão. Comemos poeira para sobreviver, damos duro para conseguir qualidade no estudo e um trabalho que nos torne gente. Fazemos o PIB do país aumentar, mas estamos relegados a uma condição social que não orgulha nem nossa mãe. Os "herois" chilenos, enfrentaram um apagão temporário e por milagre da tecnologia conseguiram sair ilesos, talvez com algumas escoriações psiquícas, mas nada que o tempo não trate de apaziguar. No buraco da vida real, não tem imprensa para recepcionar a gente e nem para fazer convites milionários de entrevistas. Os finais não são tão felizes como esse que assistimos. E eu digo com experiência de repórter que nunca foi para o Atacama: os jornalistas são a encarnação dos mineiros. Estão sempre cavando pautas e com o salário que ganham, vivem no buraco. Ou soterrados em trabalho, sem esperança de serem resgatados. Ossos do ofício.
PS: O número 33 foi tantas vezes exposto no incidente do Chile: 33 foram os homens e 33 o número de dias para completar o processo de perfuração do túnel. Existe uma mística envolvendo o algarismo. Desde a antiguidade o numero 33 vem sendo explorado pelas sociedades secretas.Na maçonaria, este é o mais alto grau. Quem o atinge é chamado de "Soberano Grande Inspetor Geral". Seria o maçom guardião.
No ocultismo, o 33 é considerado um número-mestre e representa a mais alta consciência espiritual a que um homem pode atingir.
Scrap de orkut
A teoria do Mazza
E aí beleza????????? (bem criativa a minha frase. né?). E o "né" é uma necessidade de autoafirmação. Algo tipo assim, "concorde comigo". A expressão "tipo assim" é bem pós-moderna. E nada mais antigo que uma palavra pósmoderna. Algo tipo assim: o cachorro mordendo o próprio rabo, entendeu?
A citação ao bicho pode provocar uma crise. Humanos observam nos bichos algo que os ligam. Procure-se. Talvez você tenha sido uma girafa em vidas passadas. Imagine você ter sido um rinoceronte em Coqueiro Baixo. Ou um dinossauro em Linha Charqueadas, interior de Putinga. Aí veio um meteorito e acabou com tudo. Aí você renasce em Lajeado, e para parar de sofrer vota no Mozart !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
A resposta para o Mazza
Hehehehehe, eu me fino de rir com tuas teorias audodidatas. Mas concordo com elas. Cavei o meu bicho. Sou uma onça pintada perdida nas grutas e cavernas que estão dentro de mim. Abro a guela e tiro o grito da felina que ruge e assombra o Vale do Taquari. Nasci das grotas de Putinga, mas vim parar em Lajeado nessa metrópole que tu escolheu para tecer teus ferinos comentários e que os bandidos escolheram para dilatar a população de encarceirados. Um dia, o Mozart, quando acabar de fazer o prolongamento da Benjamin Constant, se candidata a chefe da cidade. E tu vai deixar os cabelos da Carmen em paz e fazer dele a tua catarse.
E aí beleza????????? (bem criativa a minha frase. né?). E o "né" é uma necessidade de autoafirmação. Algo tipo assim, "concorde comigo". A expressão "tipo assim" é bem pós-moderna. E nada mais antigo que uma palavra pósmoderna. Algo tipo assim: o cachorro mordendo o próprio rabo, entendeu?
A citação ao bicho pode provocar uma crise. Humanos observam nos bichos algo que os ligam. Procure-se. Talvez você tenha sido uma girafa em vidas passadas. Imagine você ter sido um rinoceronte em Coqueiro Baixo. Ou um dinossauro em Linha Charqueadas, interior de Putinga. Aí veio um meteorito e acabou com tudo. Aí você renasce em Lajeado, e para parar de sofrer vota no Mozart !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
A resposta para o Mazza
Hehehehehe, eu me fino de rir com tuas teorias audodidatas. Mas concordo com elas. Cavei o meu bicho. Sou uma onça pintada perdida nas grutas e cavernas que estão dentro de mim. Abro a guela e tiro o grito da felina que ruge e assombra o Vale do Taquari. Nasci das grotas de Putinga, mas vim parar em Lajeado nessa metrópole que tu escolheu para tecer teus ferinos comentários e que os bandidos escolheram para dilatar a população de encarceirados. Um dia, o Mozart, quando acabar de fazer o prolongamento da Benjamin Constant, se candidata a chefe da cidade. E tu vai deixar os cabelos da Carmen em paz e fazer dele a tua catarse.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Um milionário no quintal
Me deleitei fazendo a matéria do novo milionário da Mega Sena que é de São José do Herval,a 70 quilômetros de Lajeado. O sortudo é amigo de meus pais, os quais não tardaram em tecer elogios ao dito cujo. "Gente Fina", frisou minha mãe, ao lembrar que o felizardo também gostava de jogar no bicho. Ultimamente, o dono de um dos únicos frigoríficos do pequeno e pobre município, estava atolado em dívidas, não conseguia nem pagar os funcionários. Mas isso são águas passadas e o povoado ficou em polvorosa com a notícia. A família do empresário é numerosa e todos estão cautelosos, pois receiam assédio e ladrões. O milionário tem uma personalidade expansiva, gosta de envolver-se em política e foi um dos que lutou pela emancipação da cidade, mas jamais conseguiu eleger-se prefeito. Agora ele pode comprar a cidade muitas vezes pois a bolada que ganhou, R$ 119 milhões é 17 vezes maior que o orçamento do município. A sorte chegou ao quintal do Vale do Taquari. Quem sabe um dia toque a campainha da minha casa. E nem precisa ser R$ 119 milhões, R$ 1 mi estaria louco de bom.
Em 2007, um jornalista de Rondônia faturou sozinho o prêmio acumulado de R$ 18 milhões. Para jornalista ficar milionário, só assim mesmo. Colegas, não desanimeis, a esperança é a última que morre, mesmo que o milagre seja difícil de ser realizado.
*** Em tempo: a possibilidade de ganhar na Mega Sena com aposta simples é de uma em 50 milhões. Com essa probabilidade, uma pessoa assídua, que faz duas apostas por semana, poderia levar desanimadores 481 mil anos para tirar a sorte grande. É possível comparar a chance de ganhar com o arremesso de uma moeda, que precisa cair 22 vezes seguidas do mesmo lado.É quase impossível, mas acreditar faz parte do jogo. É, o titio hervalense que levou a bolada com certeza é um espermatozóide vencedor.
*** Mas, para os azarados de plantão, uma boa notícia. Depois de uma pesquisa com mil pessoas, psicólogo inglês garante que é possível desenvolver a sorte a partir de um padrão de atitudes positivas na vida. Ele disse que há quatro "princípios da sorte" e quem segui-los ficará mais sortudo.
- pessoas com sorte agarram as oportunidades
- dão valor a intuição e escutam os bons pressentimentos
- ter atitudes positivas é uma boa sacada. Quem acredita que tudo vai dar certo é mais confiante e sorridente. Logo, a sorte sorri para os simpáticos
- Ter uma visão otimista. Uma coisa ruim poderia ser pior. É bom aprender com os erros
PS: precisava pesquisa para saber disso? De forma tácita, sempre soubemos que otimismo e bom humor são trevo de quatro folhas.
Em 2007, um jornalista de Rondônia faturou sozinho o prêmio acumulado de R$ 18 milhões. Para jornalista ficar milionário, só assim mesmo. Colegas, não desanimeis, a esperança é a última que morre, mesmo que o milagre seja difícil de ser realizado.
*** Em tempo: a possibilidade de ganhar na Mega Sena com aposta simples é de uma em 50 milhões. Com essa probabilidade, uma pessoa assídua, que faz duas apostas por semana, poderia levar desanimadores 481 mil anos para tirar a sorte grande. É possível comparar a chance de ganhar com o arremesso de uma moeda, que precisa cair 22 vezes seguidas do mesmo lado.É quase impossível, mas acreditar faz parte do jogo. É, o titio hervalense que levou a bolada com certeza é um espermatozóide vencedor.
*** Mas, para os azarados de plantão, uma boa notícia. Depois de uma pesquisa com mil pessoas, psicólogo inglês garante que é possível desenvolver a sorte a partir de um padrão de atitudes positivas na vida. Ele disse que há quatro "princípios da sorte" e quem segui-los ficará mais sortudo.
- pessoas com sorte agarram as oportunidades
- dão valor a intuição e escutam os bons pressentimentos
- ter atitudes positivas é uma boa sacada. Quem acredita que tudo vai dar certo é mais confiante e sorridente. Logo, a sorte sorri para os simpáticos
- Ter uma visão otimista. Uma coisa ruim poderia ser pior. É bom aprender com os erros
PS: precisava pesquisa para saber disso? De forma tácita, sempre soubemos que otimismo e bom humor são trevo de quatro folhas.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
O ponto de onde é possivel ver todos os outros pontos do Universo
Muita gente que conheço irá me recriminar ou pelo menos achará estranho. Eu..lendo Paulo Coelho?Sim, sempre li. Isso não é novidade para mim. Bebia das palavras desse autor ainda quando ele se transmutava de canção e compunha com o mestre Raul Seixas, roqueiro que acho bárbaro, um gigante das letras musicais. Com 15 anos li O Alquimista e transcendi todas as experiências literárias apreciando a obra. Foi a partir desse livro que comecei a me interessar por almas, lenda pessoal, filosofia oriental, Hermes Trimegistro e agora pelo "aleph". Depois de passar pelo alquimista, Diário de Um Mago, Brida e O Monte Cinco, achei que Coelho não teria mais nada a me ensinar. Andou fazendo algumas obras as quais não me comoveram. Sentia falta da alma tão bem retratada nos seus títulos iniciais. Então, o homem que virou mago com a popularidade, mas também penou na mão de muitos críticos que o rechaçavam, marca a volta às origens com O Aleph. Uma simples pesquisa na internet serviu para eu me apaixonar pelo tema mesmo sem ler o exemplar. Sou deslumbrada pelas forças invisíveis e admiro todas as pessoas que empreendem uma luta pela busca espiritual.
O Aleph tem muitos sentidos: No estudo dos alfabetos vamos ver que o aleph ou alef, é a primeira letra de vários sistemas de escritas, como o alif do alfabeto árabe e o aleph do alfabeto fenício. O aleph fenício deu origem ao alpha grego, significando a consoante “a” . Do alpha veio o A latino e o A cirílico.
A origem do nome aleph é o desenho de um touro, ou aluf em hebraico antigo. Normalmente simboliza o começo de algo. Não possui sonorização e é utilizada apenas para indicar uma vogal sem acompanhamento de uma consoante. Na crença da Cabala o Alef tem seu papel fundamental em toda a mistica.
Um dos sentidos mais intrigantes é aquele dado pelo escritor argentino Jorge Luis Borges – autor de um conto chamado O Aleph – para quem a palavra significa o ponto de onde é possível se ver todos os outros pontos do universo.A experiência do Aleph é uma espécie de transe e pode ocorrer nos locais mais inusitados. Segundo Paulo Coelho, o seu mergulho no aleph se deu em um vagão de trem quando cruzava a Russia pela transiberiana. O aleph pode surgir ao acaso, como quando você está andando em uma rua e de repente percebe que o Universo inteiro está ali. Você sente que está compreendendo algo, mesmo que não consegue explicar sequer para si mesmo. Duas pessoas com grande afinidade podem se encontrar em um grande aleph.
O aleph é uma experiência surreal e eu sou fascinada por realidades que fogem do convencional. Em matemática, o aleph é "número que contém todos os números". Matemáticos usam o aleph como uma referência para o número cardinal que define o infinito. Encontrei uma explicação considerando que o aleph é um número transfinito, isto é, maior todos números finitos, mas ainda não necessariamente um infinito absoluto. Quem mergulha no aleph pode ver reprisadas na alma todas as cenas do mundo. E como Borges exalta: vi a engrenagem do amor e a modificação da morte, vi o Aleph, de todos os pontos, vi no Aleph a terra, e na terra outra vez o Aleph e no Aleph a terra, vi o meu rosto e as minhas vísceras, vi o teu rosto e senti vertigem e chorei, porque os meus olhos tinham visto esse objecto secreto e conjectural cujo nome os homens usurpam, mas que nenhum homem olhou: o inconcebível universo”.
O Aleph tem muitos sentidos: No estudo dos alfabetos vamos ver que o aleph ou alef, é a primeira letra de vários sistemas de escritas, como o alif do alfabeto árabe e o aleph do alfabeto fenício. O aleph fenício deu origem ao alpha grego, significando a consoante “a” . Do alpha veio o A latino e o A cirílico.
A origem do nome aleph é o desenho de um touro, ou aluf em hebraico antigo. Normalmente simboliza o começo de algo. Não possui sonorização e é utilizada apenas para indicar uma vogal sem acompanhamento de uma consoante. Na crença da Cabala o Alef tem seu papel fundamental em toda a mistica.
Um dos sentidos mais intrigantes é aquele dado pelo escritor argentino Jorge Luis Borges – autor de um conto chamado O Aleph – para quem a palavra significa o ponto de onde é possível se ver todos os outros pontos do universo.A experiência do Aleph é uma espécie de transe e pode ocorrer nos locais mais inusitados. Segundo Paulo Coelho, o seu mergulho no aleph se deu em um vagão de trem quando cruzava a Russia pela transiberiana. O aleph pode surgir ao acaso, como quando você está andando em uma rua e de repente percebe que o Universo inteiro está ali. Você sente que está compreendendo algo, mesmo que não consegue explicar sequer para si mesmo. Duas pessoas com grande afinidade podem se encontrar em um grande aleph.
O aleph é uma experiência surreal e eu sou fascinada por realidades que fogem do convencional. Em matemática, o aleph é "número que contém todos os números". Matemáticos usam o aleph como uma referência para o número cardinal que define o infinito. Encontrei uma explicação considerando que o aleph é um número transfinito, isto é, maior todos números finitos, mas ainda não necessariamente um infinito absoluto. Quem mergulha no aleph pode ver reprisadas na alma todas as cenas do mundo. E como Borges exalta: vi a engrenagem do amor e a modificação da morte, vi o Aleph, de todos os pontos, vi no Aleph a terra, e na terra outra vez o Aleph e no Aleph a terra, vi o meu rosto e as minhas vísceras, vi o teu rosto e senti vertigem e chorei, porque os meus olhos tinham visto esse objecto secreto e conjectural cujo nome os homens usurpam, mas que nenhum homem olhou: o inconcebível universo”.
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Sábio refrão
Tudo é uma questão de manter
A mente quieta,
A espinha ereta
E o coração tranqüilo
(Walter Franco)
A mente quieta,
A espinha ereta
E o coração tranqüilo
(Walter Franco)
200 fajutos dias
Duzentos. Esses são os dias da educação no ano. E manifestam os que entendem do metier, que essa jornada deveria ser respeitada dentro do ano letivo. Eu acho isso um embuste e fico ofensamente indignada com a falta de aulas de minha filha. Enquanto ela chega contente, toda faceira que "amanhã não vai ter aula, mãe", eu subo as paredes. No segundo semestre, as folgas são ainda mais impressionantes. É sempre aquele papinho: "mãe, hoje não tem aula porque tem intersérie" ou "mãe, hoje não tem aula porque tem conselho de classe" e assim por sucessivas ocasiões. Veja só neste neste episódio. No dia da interséries choveu, mas os alunos se ausentaram da aula. Então a escola teve de remarcar outra data para os jogos (que contam como dia letivo, o que eu acho ridículo). Lógico, não teve aula. Outubro é um mês cheio de alegria para as crianças. Não estou falando da data comemorativa, é que descobri ser um período de longo descanso: 12 de outubro cai em uma terça-feira, o feriado deveria ser nesse dia. Mas a escola amplia e faz feriadão também na segunda. E no dia do professor, mais umas horinhas em casa, porque preguiça pouca é bobagem. Caraca. Depois dizem que a educação vai para o brejo. Se as folgas são motivo de festa para as crianças, que ainda não percebem a importância de uma educação de qualidade na composição do futuro, não deveria ser para os professores. Sugiro que ao lutarem por melhores condições salariais, coloquem na pauta de reivindicações a realização de 200 genuínos dias letivos. O Brasil e todos aqueles que não tem condições de pagar colégio particular agradecem.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
O melhor vem da plebe!
Nunca me interessei por política. Erro crasso na minha educação, ainda mais que enveredei para o jornalismo e sendo assim, não poderia titubear em aprender mais sobre essa arte que surgiu na Grécia e foi pensada pelos filósofos que vagavam pelas polis (cidade-estado). Mas nunca me esquivei de votar genuinamente. Voto mesmo, sem anular o meu direito. Embora muitas vezes tenha acreditado que o candidato não honrou minha confiança. Creio que cada brasileiro já se sentiu assim, nessa pátria de marajás e reis da maracutaia. Nessas eleições, me propus a pensar e ouvir os presidenciáveis, atentar para os candidatos ao governo estadual e saber das ideias dos postulantes a Assembleia. Em muitas noites fui fiel ao horário eleitoral. E nos debates na televisão, detectei a ironia de Plínio Sampaio. Fui uma telespectadora atenta de sua lingua ferina. Parecia ele uma metralhadora giratória, dando tiro para tudo quanto era lado.
Mas tenho em mim que o melhor não foi exposto nos palanques. O ouro que reluzia estava ali, no anonimato, no meio da multidão, à porta da plebe.Seiva embrutecida pela lida do trabalho, vi homens duros, espadaúdos, figurar em propagandas do Serra, Dilma e Marina respondendo a indagação pontual de que o candidato iria melhorar sua vida. Mesmo sendo propaganda, mesmo que eles tivessem sido pagos, vi a vontade de que a realidade fosse essa: Meu Deus, tenha piedade do povo e fazei com que ele faça realmente tudo isso que está professando.
Em Lajeado, vi um professor fazendo História dando política. Em escola pública, levou a casa nas costas ao disponibilizar seu conhecimento para jovens de 16 anos. Mostrou nessas eleições a evolução do voto e o poder de fogo que ele tem. Incitou os estudantes a lutarem por esse direito. Ele não disse, mas nos olhos dele estava refletida a imagem de um homem que se interessa por seu país, que jamais quis se desvencilhar da função de mesário, a qual tanta gente desgosta. Nessa pátria tupiniquim, queremos eleger um cacique honroso.Por mais alheios que somos e somos alheios, há ainda eleitores estandartes da cidadania. E só por eles, vale a pena votar bem. Bom Voto! "Alea jacta est"
Mas tenho em mim que o melhor não foi exposto nos palanques. O ouro que reluzia estava ali, no anonimato, no meio da multidão, à porta da plebe.Seiva embrutecida pela lida do trabalho, vi homens duros, espadaúdos, figurar em propagandas do Serra, Dilma e Marina respondendo a indagação pontual de que o candidato iria melhorar sua vida. Mesmo sendo propaganda, mesmo que eles tivessem sido pagos, vi a vontade de que a realidade fosse essa: Meu Deus, tenha piedade do povo e fazei com que ele faça realmente tudo isso que está professando.
Em Lajeado, vi um professor fazendo História dando política. Em escola pública, levou a casa nas costas ao disponibilizar seu conhecimento para jovens de 16 anos. Mostrou nessas eleições a evolução do voto e o poder de fogo que ele tem. Incitou os estudantes a lutarem por esse direito. Ele não disse, mas nos olhos dele estava refletida a imagem de um homem que se interessa por seu país, que jamais quis se desvencilhar da função de mesário, a qual tanta gente desgosta. Nessa pátria tupiniquim, queremos eleger um cacique honroso.Por mais alheios que somos e somos alheios, há ainda eleitores estandartes da cidadania. E só por eles, vale a pena votar bem. Bom Voto! "Alea jacta est"
Bisavô vai à urna
O aposentado Otto João Lunkes tem 86 anos e um senso de cidadania exemplar. Domingo, dia de missa e de pachorra, será tempo de beijar a urna. Está dispensado de votar mas não se esquiva do compromisso. A urna – dispositivo moderno que evoluiu com o passar do tempo - levará seu eleito. “A primeira vez a gente nunca esquece”, diz a propaganda. Lunkes lembra do seu primeiro voto, há 60 anos. Na época, ele arava a terra e escutava as promessas de um gaúcho fundamentado no populismo. Entusiasmado, deu seu apoio e ajudou a colocar Getúlio Vargas no pedestal. Nunca se arrependeu. Desde então, não deixou de participar do processo eleitoral. Tem a convicção de que um bom político com assessores preparados faz a carruagem de uma nação disparar.
Para Lunkes, Vargas era o braço forte dos trabalhadores. “Saiu de um canto do Rio Grande do Sul para se tornar presidente”. Naquela época o aposentado residia em Cruzeiro do Sul e destaca não existir comemoração nas vitórias presidenciais. Os tempos eram outros, mais discretos. Mas o triunfo do caudilho lhe deixou muito satisfeito. Talvez venha dessa época a certeza de que político deve ter conduta ilibada. O aposentado não admite mácula na vida pública. “Ele deixou de votar em um candidato porque fulano havia se separado”, entrega a esposa Maria Terezinha Lunkes, companheira há 60 anos, que também adota o voto como arma popular.
Voto após a missa
A vida se encarregou de transformar o agricultor Lunkes em motorista de caminhão. A bordo do veículo, viajou por todas as pirombeiras do Vale do Taquari recolhendo frangos e levando ração. Depois de tanto trabalho, se aposentou com um valor que hoje decaiu pela metade. Seu voto não tem nada de facultativo, vai ser dado em protesto às dificuldades que os aposentados enfrentam ao entardecer da vida. “Quero ver se vai melhorar a situação de nosso país, principalmente para os idosos. O salário os aposentados não acompanha o mínimo.” No domingo, a colinha contendo o nome dos seus escolhidos vai no bolso. Fez sua seleção baseado na leitura dos jornais. Para ele, o novo governante deve criar condições para melhorar a educação e aumentar a segurança. E são essas esperanças que serão digitadas na urna. Mas só depois da missa matinal, porque o casal Lunkes tem um trato a ser cumprido com Deus. Otto e Maria Terezinha miram o altar onde está o padre, para Deus olhar pelo Brasil. Um compromisso inadiável será selado em uma seção do Colégio Presidente Castelo Branco (Castelinho). Ele depois volta para casa com o senso de dever cumprido. E vai torcer para que os brasileiros elejam as pessoas certas.
Para Lunkes, Vargas era o braço forte dos trabalhadores. “Saiu de um canto do Rio Grande do Sul para se tornar presidente”. Naquela época o aposentado residia em Cruzeiro do Sul e destaca não existir comemoração nas vitórias presidenciais. Os tempos eram outros, mais discretos. Mas o triunfo do caudilho lhe deixou muito satisfeito. Talvez venha dessa época a certeza de que político deve ter conduta ilibada. O aposentado não admite mácula na vida pública. “Ele deixou de votar em um candidato porque fulano havia se separado”, entrega a esposa Maria Terezinha Lunkes, companheira há 60 anos, que também adota o voto como arma popular.
Voto após a missa
A vida se encarregou de transformar o agricultor Lunkes em motorista de caminhão. A bordo do veículo, viajou por todas as pirombeiras do Vale do Taquari recolhendo frangos e levando ração. Depois de tanto trabalho, se aposentou com um valor que hoje decaiu pela metade. Seu voto não tem nada de facultativo, vai ser dado em protesto às dificuldades que os aposentados enfrentam ao entardecer da vida. “Quero ver se vai melhorar a situação de nosso país, principalmente para os idosos. O salário os aposentados não acompanha o mínimo.” No domingo, a colinha contendo o nome dos seus escolhidos vai no bolso. Fez sua seleção baseado na leitura dos jornais. Para ele, o novo governante deve criar condições para melhorar a educação e aumentar a segurança. E são essas esperanças que serão digitadas na urna. Mas só depois da missa matinal, porque o casal Lunkes tem um trato a ser cumprido com Deus. Otto e Maria Terezinha miram o altar onde está o padre, para Deus olhar pelo Brasil. Um compromisso inadiável será selado em uma seção do Colégio Presidente Castelo Branco (Castelinho). Ele depois volta para casa com o senso de dever cumprido. E vai torcer para que os brasileiros elejam as pessoas certas.