terça-feira, 27 de abril de 2010
Como eu me sou!
Uma adulta bordejando pelos seus oceanos dentro de si, ora pacífico, ora tormentosos. Uma criança que não percebe a hora de parar de comer do doce de aniversário e vai se enchendo de mais e mais. Adulta e criança se fundem com suas características mais expoentes e eu me vejo ali, tentando procurar o amor, a serenidade e um pouco de lastro espiritual.
sábado, 24 de abril de 2010
A minha é maior
Minha pimpolha (que já nem é tão cotoco assim, está quase da minha altura) carrega dentro de si, no alvorecer da vida, todo o inconsciente coletivo que nunca foi domado nem no tempo das cavernas. Digo isso porque ontem, estávamos falando na conjuntivite que se abateu coletivamente na minha família. Ela, eu e minha mãe pegamos. Meu pai agora, mais tardiamente. Sorte que não passei a meus colegas de redação, que volta e meia esfregavam os olhos, temerosos de terem se contagiado pelo "mal da Pita". Ao mencionar a doença, ela logo fez questão de dizer: "a conjuntivite do vô está mais fraquinha. Quem pegou a mais forte fui eu."
Desde criança queremos medir as tragédias e gostamos quando as nossas são maiores. Creio que somos projetados para vermos nossas vicissitudes com lente de aumento. Não é que a grama do vizinho seja mais verde, é que nós fizemos questão de termos o drama maior. Nos esforçamos para isso. "O teu problema é grande, mas o meu é bem maior". Por incrível que pareça, constatarmos que o nosso problema é grandão, mais maxi que o do outro, nos da certa recompensa. E até uma gratificação.
Ainda não li nada na psicologia sobre a nossa obsessão por termos tragédias maiores e eu nem falo de grandes tormentas emocionais, tragedinhas pequenas mesmo, como a tal conjuntivite. Foi quando ficou patente, até em minha filha, a vontade de ter conflitos superlativos. Queremos que nossos dramas sejam maiores do que o dos outros para dizermos depois que sofremos mais, que nossa cruz foi barra pesada de carregar. Mas que conseguimos, apesar do torvelinho de dores, nos reassentar no caminho da paz reinante, nem tanta paz assim, mas enfim, uma serena tranquilidade que se acomoda no nosso cotidiano e que não se configura nem como felicidade nem como infelicidade. Um paz tíbia que vem bem a calhar no decorrer dos dias.
Queremos seguir em frente como heróis mais super do que o outro. Afinal, se minha dor é maior e eu fui capaz de superá-la, tendo a ser mais apto que ele. A grande tragédia da vida é que nossas dores são maiores, só para nós mesmos. E se ela acontece comigo, ela sempre será a mais sofrida. Até mesmo minha conjuntivite é mais forte que a sua.
"O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso."
(Mário Quintana)
Desde criança queremos medir as tragédias e gostamos quando as nossas são maiores. Creio que somos projetados para vermos nossas vicissitudes com lente de aumento. Não é que a grama do vizinho seja mais verde, é que nós fizemos questão de termos o drama maior. Nos esforçamos para isso. "O teu problema é grande, mas o meu é bem maior". Por incrível que pareça, constatarmos que o nosso problema é grandão, mais maxi que o do outro, nos da certa recompensa. E até uma gratificação.
Ainda não li nada na psicologia sobre a nossa obsessão por termos tragédias maiores e eu nem falo de grandes tormentas emocionais, tragedinhas pequenas mesmo, como a tal conjuntivite. Foi quando ficou patente, até em minha filha, a vontade de ter conflitos superlativos. Queremos que nossos dramas sejam maiores do que o dos outros para dizermos depois que sofremos mais, que nossa cruz foi barra pesada de carregar. Mas que conseguimos, apesar do torvelinho de dores, nos reassentar no caminho da paz reinante, nem tanta paz assim, mas enfim, uma serena tranquilidade que se acomoda no nosso cotidiano e que não se configura nem como felicidade nem como infelicidade. Um paz tíbia que vem bem a calhar no decorrer dos dias.
Queremos seguir em frente como heróis mais super do que o outro. Afinal, se minha dor é maior e eu fui capaz de superá-la, tendo a ser mais apto que ele. A grande tragédia da vida é que nossas dores são maiores, só para nós mesmos. E se ela acontece comigo, ela sempre será a mais sofrida. Até mesmo minha conjuntivite é mais forte que a sua.
"O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso."
(Mário Quintana)
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Castigo de Tântalo
Ouvi esta expressão hoje pela primeira vez e imediatamente fui procurar no Google, a que se referia meu amigo de emeesseene nesse papo muito elucidativo para mim: "Pita, a felicidade sempre esteve ao seu alcance, mas voce invariavelmente transformou ela em uma castigo de Tântalo"
Em tempo, a expressão "Suplício de Tântalo", refere-se ao sofrimento de quem, desejando muito uma coisa, sempre a vê escapar quando está prestes a alcançá-la.
No Tártaro
O mito grego do rei Tântalo desvela a ambição de um mortal que, não satisfeito em ser notoriamente o "predileto dos deuses", almeja transmutar-se num "deus" propriamente, incorrendo num erro brutal.
Apontando a hýbris (desmedida) em Tântalo, na obra intitulada "O simbolismo na mitologia grega", o renomado estudioso francês Paul Diel, afirma que: "Afoito por sua conquista e esquecido de sua condição mortal e seus limites, Tântalo chega a se exaltar com tal intensidade que lhe sobrevém a tentação de querer se tornar um igual entre as divindades, puros símbolos do espírito".
A fim de obtermos maior clareza sobre esse latente desejo humano e de sua possível perversão, descortinemos o mito legado pelo premiadíssimo tragediógrafo Ésquilo (524-456 a.C.).
A desfrutar néctar e ambrosia, Tântalo, o próspero e abençoado rei de Corinto, justo e bem quisto, torna-se o único mortal admitido à mesa dos olímpicos. A consciência dessa distintiva predileção acaba por enredá-lo numa vaidosa e desvairada grandiosidade imaginativa.
Presunçoso, no afã de confirmar seu estatuto de "igual" entre os deuses, Tântalo convida a todos do Panteão para um banquete em seu palácio e, pondo em teste a onisciência divina, lhes oferece o alimento terrestre sob sua forma mais abjeta: a carne de seu próprio filho, Pélops.
Servir essa funesta iguaria, fruto de sua obsessão doentia, simboliza a maior perversão empreendida por um mortal. Eis que os deuses são mesmo oniscientes, reconhecem a blasfêmia e, horrorizados, repudiam a ofensiva dádiva. Somente a deusa Deméter, da agricultura, perturbadíssima com o recente desaparecimento da filha Perséfone (Prosérpina ou Kore para os romanos), desatentamente ingere um pedacinho da carne.
Malsucedido, Tântalo nem se igualou aos deuses, nem os rebaixou a seu nível, pois Zeus, o soberano do Olimpo, restaurador da ordem, ressuscita Pélops reconstituindo o pedaço faltante do ombro por mármore (daí "hamartía", a marca) e delibera sobre qual seria o pior castigo para o herege. Lançaram Tântalo ao Tártaro (a região mais profunda do Hades) como castigo, no qual sofreu enormes suplícios.Na Odisseia (11, 584), Homero coloca o Ulisses a descrever o Suplício de Tântalo. Ele refere que Tântalo estava sempre mergulhado em água até o pescoço e sob uma árvore carregada de saborosos frutos. Sofria incessantemente de fome e de sede, quando tentava mergulhar para beber, a água fugia dele; e quando levantava os braços para agarrar os frutos, os galhos da árvore elevavam-se para fora do seu alcance.
(Luciene Félix/ Professora de Filosofia e Mitologia Greco-Romana)
Em tempo, a expressão "Suplício de Tântalo", refere-se ao sofrimento de quem, desejando muito uma coisa, sempre a vê escapar quando está prestes a alcançá-la.
No Tártaro
O mito grego do rei Tântalo desvela a ambição de um mortal que, não satisfeito em ser notoriamente o "predileto dos deuses", almeja transmutar-se num "deus" propriamente, incorrendo num erro brutal.
Apontando a hýbris (desmedida) em Tântalo, na obra intitulada "O simbolismo na mitologia grega", o renomado estudioso francês Paul Diel, afirma que: "Afoito por sua conquista e esquecido de sua condição mortal e seus limites, Tântalo chega a se exaltar com tal intensidade que lhe sobrevém a tentação de querer se tornar um igual entre as divindades, puros símbolos do espírito".
A fim de obtermos maior clareza sobre esse latente desejo humano e de sua possível perversão, descortinemos o mito legado pelo premiadíssimo tragediógrafo Ésquilo (524-456 a.C.).
A desfrutar néctar e ambrosia, Tântalo, o próspero e abençoado rei de Corinto, justo e bem quisto, torna-se o único mortal admitido à mesa dos olímpicos. A consciência dessa distintiva predileção acaba por enredá-lo numa vaidosa e desvairada grandiosidade imaginativa.
Presunçoso, no afã de confirmar seu estatuto de "igual" entre os deuses, Tântalo convida a todos do Panteão para um banquete em seu palácio e, pondo em teste a onisciência divina, lhes oferece o alimento terrestre sob sua forma mais abjeta: a carne de seu próprio filho, Pélops.
Servir essa funesta iguaria, fruto de sua obsessão doentia, simboliza a maior perversão empreendida por um mortal. Eis que os deuses são mesmo oniscientes, reconhecem a blasfêmia e, horrorizados, repudiam a ofensiva dádiva. Somente a deusa Deméter, da agricultura, perturbadíssima com o recente desaparecimento da filha Perséfone (Prosérpina ou Kore para os romanos), desatentamente ingere um pedacinho da carne.
Malsucedido, Tântalo nem se igualou aos deuses, nem os rebaixou a seu nível, pois Zeus, o soberano do Olimpo, restaurador da ordem, ressuscita Pélops reconstituindo o pedaço faltante do ombro por mármore (daí "hamartía", a marca) e delibera sobre qual seria o pior castigo para o herege. Lançaram Tântalo ao Tártaro (a região mais profunda do Hades) como castigo, no qual sofreu enormes suplícios.Na Odisseia (11, 584), Homero coloca o Ulisses a descrever o Suplício de Tântalo. Ele refere que Tântalo estava sempre mergulhado em água até o pescoço e sob uma árvore carregada de saborosos frutos. Sofria incessantemente de fome e de sede, quando tentava mergulhar para beber, a água fugia dele; e quando levantava os braços para agarrar os frutos, os galhos da árvore elevavam-se para fora do seu alcance.
(Luciene Félix/ Professora de Filosofia e Mitologia Greco-Romana)
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Cachorros de palha
“Os humanos pensam que são seres livres, conscientes, quando na verdade são animais enganados.” (John Gray)
Em Cachorros de Palha, o professor da London School of Economics, John Gray, causa bastante polêmica ao afirmar que a técnica evolui, mas a ética humana não. Ele diz que a ciência pode ter aumentado o poder humano, mas também permitiu que o homem causasse maior destruição. O conhecimento, segundo o autor, não nos torna livres, e sim “nos deixa como sempre fomos, vítimas de todo tipo de loucura”.
* Mais no site do Rodrigo Constantino http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2006/08/cachorro-de-palha.html
___________________________________________________
O que é mais improvisado, a cada vez, do que a primavera? E o que é esquecido mais depressa? A própria repetição, tão impressionante, não passa de um logro: é por se esquecerem que as estações se repetem, e justamente por causa do que torna a natureza sempre nova que ela só inova raramente.
"Porque o que dura ou se repete só ocorre mudando, e nada começa que não deva acabar. A inconstância é a regra. O real, de instante em instante, é sempre novo e essa novidade cabal, essa novidade perene é o mundo"
(Acho lindo esse trecho do filósofo Andre Comte-Sponville (Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. Só para constar a virtude em questão é a Fidelidade)
Em Cachorros de Palha, o professor da London School of Economics, John Gray, causa bastante polêmica ao afirmar que a técnica evolui, mas a ética humana não. Ele diz que a ciência pode ter aumentado o poder humano, mas também permitiu que o homem causasse maior destruição. O conhecimento, segundo o autor, não nos torna livres, e sim “nos deixa como sempre fomos, vítimas de todo tipo de loucura”.
* Mais no site do Rodrigo Constantino http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2006/08/cachorro-de-palha.html
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O que é mais improvisado, a cada vez, do que a primavera? E o que é esquecido mais depressa? A própria repetição, tão impressionante, não passa de um logro: é por se esquecerem que as estações se repetem, e justamente por causa do que torna a natureza sempre nova que ela só inova raramente.
"Porque o que dura ou se repete só ocorre mudando, e nada começa que não deva acabar. A inconstância é a regra. O real, de instante em instante, é sempre novo e essa novidade cabal, essa novidade perene é o mundo"
(Acho lindo esse trecho do filósofo Andre Comte-Sponville (Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. Só para constar a virtude em questão é a Fidelidade)
Neruda põe a cachola para perguntar!
* Qual é o trabalho forçado de Adolf Hitler no inferno?
* Onde terminará o arco-íris: dentro da alma ou no horizonte?
* Que vim fazer neste planeta? A quem dirijo esta pergunta?
*E que importância tenho eu no tribunal do esquecimento?
*Não era verdade que Deus vivia no mundo da lua?
* Por que andam as ondas me indagando sobre as mesmíssimas perguntas?
*Por que não nasci misterioso?Por que cresci sem companhia?
* Onde está o menino que fui:anda comigo ou evaporou-se?
* Quando minha infância se foi por que nós dois não fomos junto?
*Ainda ontem disse aos meus olhos:quando de novo nos veremos?
* Onde terminará o arco-íris: dentro da alma ou no horizonte?
* Que vim fazer neste planeta? A quem dirijo esta pergunta?
*E que importância tenho eu no tribunal do esquecimento?
*Não era verdade que Deus vivia no mundo da lua?
* Por que andam as ondas me indagando sobre as mesmíssimas perguntas?
*Por que não nasci misterioso?Por que cresci sem companhia?
* Onde está o menino que fui:anda comigo ou evaporou-se?
* Quando minha infância se foi por que nós dois não fomos junto?
*Ainda ontem disse aos meus olhos:quando de novo nos veremos?
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Eu, eles e a blogosfera
Andei navegando no circuito familiar da blogosfera. Perambular pelos blogs eu faço sempre, mas dessa vez transitei por aqui mesmo, por mares próximos, nas ondas de meus colegas de redação. Entrei pela primeira vez no blogue do Ermilo Drews e fiquei sabendo que ele está escrevendo um livro. Caraca, falo mil coisas com ele e desconhecia tal façanha. Lendo-o, percebi que adora Carlos Drumond de Andrade e a mais pura MPB, Maria Bethânia. Olha só!!! Isso me deixou surpreendida, mas fiquei mais ainda ao passar pela "casa" do Márcio Souza e descobrir que ele tem um gato. Que Márcio é um típico libriano calmo e alegre eu já sabia. Mas um gato, nunca me contaram. O bichano é persa e ronrora em suas pernas quando chega ao apê. Que surprise. Eu sei, eu sei, é algo tão simplório. Mas justamente por ser uma informação tão comezinha, eu fiquei pasma por não ter tomado conhecimento antes.
Também me "assustei" ao fuçar o mundo do Carlos Vogt. No seu blogue recém lançado descubro que ele tem inclinação para contos eróticos. Tão comedido nos seus comentários do dia a dia, ele envereda na sensualidade literária virutal. Uau, tem cada vocábulo ali. Eu não me atrevo a escrever. Mas que ele gosta de "lamber sexo", ah isso sim, foi ele quem disse. Está lá na sua página para não me deixar mentir.
E o Hygino, ignorava que meu colega de ilha mantém um reduto cibernético em que conta seus percalços bem humorados. Hydjaine, como o chamam seus amigos de Santa Maria. Carrega uma certa timidez (nem tão visível assim, mas eu o considero calmo, na dele) dentro da redação. E no entanto, se intitula um jornalista meio fora de si. Não poderia imaginar que ele se concebe mezzo rebelado. As percepções também surpreendem.
Quanto espanto meu nesta rápida passagem virtual. Me dou conta de que passo horas com eles e sei tão poucas coisas. Será que eu não escuto o que dizem e por isso estou tão alheia a suas atividades subjacentes as lidas jornalísticas?Não serei eu amiga suficiente a ponto de me confidenciarem suas "coisitas" extramuro (fora da redação)? Ou será que é a blogosfera que tem uma potente capacidade de arrancar intimidades?Engraçado, no plano virtual, a gente se confessa. Nos sentimos bem expondo fatos de cunho tão privado, nesse território livre que é a internet. Um espaço tão público, destinado a abrigar segredos tão pessoais.
Só assim, passeando por "estes mares nunca dantes navegados" tive oportunidade de conhecer um pouco mais de meus colegas. Não contarei este fato a eles. Deixarei que descubram que eu não sabia o que agora eu sei, quando eles passarem por aqui. E viva esse universo virtual, infinito particular.
Também me "assustei" ao fuçar o mundo do Carlos Vogt. No seu blogue recém lançado descubro que ele tem inclinação para contos eróticos. Tão comedido nos seus comentários do dia a dia, ele envereda na sensualidade literária virutal. Uau, tem cada vocábulo ali. Eu não me atrevo a escrever. Mas que ele gosta de "lamber sexo", ah isso sim, foi ele quem disse. Está lá na sua página para não me deixar mentir.
E o Hygino, ignorava que meu colega de ilha mantém um reduto cibernético em que conta seus percalços bem humorados. Hydjaine, como o chamam seus amigos de Santa Maria. Carrega uma certa timidez (nem tão visível assim, mas eu o considero calmo, na dele) dentro da redação. E no entanto, se intitula um jornalista meio fora de si. Não poderia imaginar que ele se concebe mezzo rebelado. As percepções também surpreendem.
Quanto espanto meu nesta rápida passagem virtual. Me dou conta de que passo horas com eles e sei tão poucas coisas. Será que eu não escuto o que dizem e por isso estou tão alheia a suas atividades subjacentes as lidas jornalísticas?Não serei eu amiga suficiente a ponto de me confidenciarem suas "coisitas" extramuro (fora da redação)? Ou será que é a blogosfera que tem uma potente capacidade de arrancar intimidades?Engraçado, no plano virtual, a gente se confessa. Nos sentimos bem expondo fatos de cunho tão privado, nesse território livre que é a internet. Um espaço tão público, destinado a abrigar segredos tão pessoais.
Só assim, passeando por "estes mares nunca dantes navegados" tive oportunidade de conhecer um pouco mais de meus colegas. Não contarei este fato a eles. Deixarei que descubram que eu não sabia o que agora eu sei, quando eles passarem por aqui. E viva esse universo virtual, infinito particular.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Me inauguro!
Me inauguro nas vertentes que nascem das minhas emoções
e escorrem por uma gama de sentimentos.
Nos meandros da alma, inauguro mil ações para a vida
todas focadas ao pensamento racional
Desestimulo. Não rola focar nesta técnica
Sou uma mulher mergulhada. Eis o meu predicado: não ter medo de chorar
Eu me inundo no meu próprio pranto, ora airado, ora airoso
O meu destino, eu vaticino
Estou fadada a não me corromper por rasos sentimentos
Por isso choro aos borbotões
Mergulho no caos, ou emerjo e achego-me as correntes marítimas
Em todas as maneiras, eu me banho
Me inauguro em cada encontro que tenho dentro de mim!
Nem que seja para me desviar depois,
derrapar na minha pista molhada,
pranteada!
e escorrem por uma gama de sentimentos.
Nos meandros da alma, inauguro mil ações para a vida
todas focadas ao pensamento racional
Desestimulo. Não rola focar nesta técnica
Sou uma mulher mergulhada. Eis o meu predicado: não ter medo de chorar
Eu me inundo no meu próprio pranto, ora airado, ora airoso
O meu destino, eu vaticino
Estou fadada a não me corromper por rasos sentimentos
Por isso choro aos borbotões
Mergulho no caos, ou emerjo e achego-me as correntes marítimas
Em todas as maneiras, eu me banho
Me inauguro em cada encontro que tenho dentro de mim!
Nem que seja para me desviar depois,
derrapar na minha pista molhada,
pranteada!
sábado, 3 de abril de 2010
Deus tem twitter e bom humor
Estou lendo simultaneamente dois livros: Os Desafios da Terapia, de Irvin Yalon (o mesmo autor de Quando Nietzsche Chorou) e relendo o de Dalai Lama, Como Praticar o Caminho para uma Vida Repleta de Espiritualidade. Retirei esses dois porque creio que com um pouco de análise e autoconhecimento e reforma íntima, no caso do budismo, minha vida iria impulsionar para o nirvana, ou para a tranquilidade, o que seria uma benção divina. Falando em divino, restou tempo nesta Páscoa para eu "dissecar" o site do Supremo. Sim, Deus tem uma conta no Twitter e tem bem mais seguidores que Jesus Cristo. O genial O Criador foi considerado o melhor fake de 2009, por suas atiradas inteligentes, muito sarcásticas e criativas. O nome do serviço é SAC Divino e foi criado por um tal Léo, um estudante de Direito de 24 anos, acho que ele é do nordeste, informações sobre ele são incógnitas.
No Twitter do Criador tem 220 mil seguidores (eu e o Emílio, meu colega de redação, estamos na parada). Ele se define "onipresente, onisciente, onipotente e online" e tem uma pá de criatividade para responder as perguntas dos internautas. Virou uma das sensações do site. Suas mensagens são retuitadas, como esta sensacional: "Pensando bem, não foi uma boa ideia deixar o mundo sob responsabilidade de dois jovens pelados." Ou então: "eu acredito em beijo técnico, Judas que o diga."
Há décadas, quando a internet não era nem um ciberprojeto, Raul Seixas compôs DDI (Discagem Direta Interestelar):"Alô, aqui é do céu, quem tá na linha é Deus, tô vendo tudo esquisito, o que que há com vocês??Por favor, não deixem a peteca cair, que o diabo diz que vai baixar de uma vez por aí". A música também é hilária e bem humorada, bem ao estilo Raulzito. Quem procurá-la no Google vai ter uma ideia do que "Deus" enfatizava na visão do músico e quando o telefone era o máximo da comunicação. (Imaginem, só depois foi criado o 138 e bem mais tarde, o ICQ).
Mas trocando de era (já que Raul se foi e deve estar confabulando com o carpinteiro do Universo), segue a dica hi tec: vale a pena seguir o Supremo no Twitter e se transformar em numa ovelha cibernética divina. O Altíssimo da web pastoreia bem o rebanho, porque além de demonstrar conhecimento do ciberespaço (ele diz que dá para baixar espírito via torrent), também saca um montão do contexto bíblico. Sim, o seu Léo, autor do fake parece ter estudado as Escrituras. Através do SAC Divino, é possível o reles ser humano resolver a problemática do amor, tirar dúvidas bíblicas e recorrer para assuntos diversos. Mas não fique bravo com a resposta, perguntou, vai ter o direito de ouvir o que o Uno ditar, tudo com muito bom humor e um jeito sui generis. É hilário e extremamente inteligente. As pessoas topam a brincadeira, indicando que o Deus da Web tem um baita ibope. As dúvidas são sanadas sem rodeios. Prestem atenção nesta:
- Pai, devo casar virgem pq isso está escrito na Bíblia? Ou posso transar antes, ainda que com poucos?
"Filha,Se nunca recebeste a visita do um tal de Arcanjo Gabriel, há uma razão para eu ter dado-lhe um clitóris. Atenciosamente, O Altíssimo."
Falei tanto no SAC Divino que esqueci de discorrer sobre os dois livros. Faço isso em outra ocasião. Fica o Criador como protagonista desta postagem. O endereço é: http://www.sacdivino.org/
A voz de Deus no Twitter
"Se não fosse pelo melhor curso de marketing, vocês jamais acreditariam em uma cobra falante"
"Não fui Eu quem inventou o exame de próstata. Deve ter dedo do diabo nisso... "
"Fiz um pacto com o Diabo: ele pode ser o pai do rock, contanto que Eu não seja responsabilizado pelo Axé. "
"O papo de “Jesus te ama” começou porque ele, quando transformava muita água em vinho, saia dizendo isso para todo mundo."
No Twitter do Criador tem 220 mil seguidores (eu e o Emílio, meu colega de redação, estamos na parada). Ele se define "onipresente, onisciente, onipotente e online" e tem uma pá de criatividade para responder as perguntas dos internautas. Virou uma das sensações do site. Suas mensagens são retuitadas, como esta sensacional: "Pensando bem, não foi uma boa ideia deixar o mundo sob responsabilidade de dois jovens pelados." Ou então: "eu acredito em beijo técnico, Judas que o diga."
Há décadas, quando a internet não era nem um ciberprojeto, Raul Seixas compôs DDI (Discagem Direta Interestelar):"Alô, aqui é do céu, quem tá na linha é Deus, tô vendo tudo esquisito, o que que há com vocês??Por favor, não deixem a peteca cair, que o diabo diz que vai baixar de uma vez por aí". A música também é hilária e bem humorada, bem ao estilo Raulzito. Quem procurá-la no Google vai ter uma ideia do que "Deus" enfatizava na visão do músico e quando o telefone era o máximo da comunicação. (Imaginem, só depois foi criado o 138 e bem mais tarde, o ICQ).
Mas trocando de era (já que Raul se foi e deve estar confabulando com o carpinteiro do Universo), segue a dica hi tec: vale a pena seguir o Supremo no Twitter e se transformar em numa ovelha cibernética divina. O Altíssimo da web pastoreia bem o rebanho, porque além de demonstrar conhecimento do ciberespaço (ele diz que dá para baixar espírito via torrent), também saca um montão do contexto bíblico. Sim, o seu Léo, autor do fake parece ter estudado as Escrituras. Através do SAC Divino, é possível o reles ser humano resolver a problemática do amor, tirar dúvidas bíblicas e recorrer para assuntos diversos. Mas não fique bravo com a resposta, perguntou, vai ter o direito de ouvir o que o Uno ditar, tudo com muito bom humor e um jeito sui generis. É hilário e extremamente inteligente. As pessoas topam a brincadeira, indicando que o Deus da Web tem um baita ibope. As dúvidas são sanadas sem rodeios. Prestem atenção nesta:
- Pai, devo casar virgem pq isso está escrito na Bíblia? Ou posso transar antes, ainda que com poucos?
"Filha,Se nunca recebeste a visita do um tal de Arcanjo Gabriel, há uma razão para eu ter dado-lhe um clitóris. Atenciosamente, O Altíssimo."
Falei tanto no SAC Divino que esqueci de discorrer sobre os dois livros. Faço isso em outra ocasião. Fica o Criador como protagonista desta postagem. O endereço é: http://www.sacdivino.org/
A voz de Deus no Twitter
"Se não fosse pelo melhor curso de marketing, vocês jamais acreditariam em uma cobra falante"
"Não fui Eu quem inventou o exame de próstata. Deve ter dedo do diabo nisso... "
"Fiz um pacto com o Diabo: ele pode ser o pai do rock, contanto que Eu não seja responsabilizado pelo Axé. "
"O papo de “Jesus te ama” começou porque ele, quando transformava muita água em vinho, saia dizendo isso para todo mundo."